[ABE-L] Super-redes e o Day-after

[Carlos Alberto de Bragança Pereira]

Super-redes e o Day-after

Caros redistas:
Antes de falar sobre as minhas reflexões gostaria de contar um caso  
interessante ocorrido com meu filho Bruno.

Ainda adolescente o Bruno teve colegas de origem libanesa. Um dia  
depois de uma festa de um colega de origem libanesa chegou a casa e me  
disse – Pai nunca dê a mão para cumprimentar o Temer!

Como sabem o vice também é de origem libanesa, a razão de estar na  
festa, e por acaso entrou no banheiro onde meu filho fazia o seu pipi.  
  Temer lavou a mão, penteou o cabelo e foi urinar!  Ao sair não lavou  
a mão. Eis um cara egoísta, para pegar no bileu usou a mão limpa, mas  
para pegar na mão de outros não lava a mão. Essa é minha lembrança de  
alguma atitude de nosso próximo presidente.

Inicio assim meu comentário relativo ao triste day-after do espetáculo  
ridículo da votação no congresso.  Percebi que nosso país não tem  
solução com a cambada que vimos falando de Deus, da família e de  
apenas pequenas comunidades que os elegeram: surfistas, fazendeiros,  
cantores ou religiosos, dentre outras.  Teve até papagaio de pirata! O  
pior é que poucos ali tiveram votos, pois a maioria foi eleita por  
legendas. Dentre os que tiveram votação direta para se eleger chamo  
atenção para Russomanno, Tiririca e Bolsonaro.  Talvez o Sergio Reis  
também tenha ganhado com votos diretos. É mesmo uma vergonha.  Não  
quero entrar no mérito, justo ou injusto, da decisão que foi tomada.   
De qualquer forma quem falou melhor mesmo foi o “Eduardo Cunha,  
presidente da festa”: Que Deus tenha misericórdia do Brasil.

Hoje ouvi a fala da presidente que pela primeira vez foi competente e  
educada. Dora Kramer entrou depois para dizer que se ela fosse assim  
há algum tempo nada disso teria acontecido. Concluiu dizendo que não  
sabia se tinha sido estratégia ou se no futuro iria se comportar com  
esta nova posição.  Creio que todos podem achar a entrevista na  
internet.

A verdade meus caros é que sofremos com o governo incompetente que nos  
trouxe a esta situação atual e agora sofremos mais com as possíveis  
alternativas futuras.  Concordo pela primeira vez com o EC, que Deus  
tenha piedade do nosso país.

Falemos agora da super-rede que foi sugerida pelo mestre Hedi.  De  
tempos em tempos aparece alguém com uma grande vontade de censura aos  
“pequenos” como os da família Bragança-Pereira.
Nossa lista é um espaço democrático e completamente livre onde podemos  
colocar opiniões, reflexões e mesmo pensamentos.  Não temos nem  
mediadores que possam impedir alguém de se expressar.  É claro que com  
a nossa experiência já temos um auto-julgamento e a maioria de nós  
pensa antes de escrever.  Claro que às vezes nos perdemos e isso faz  
parte dessa liberdade que nos faz ter vontade de escrever. Escrevemos  
para disciplinar e arrumar nossas ideias.  Escrevemos para poder ter  
um retorno de alguém que já pensou no assunto e que nos faz muitas  
vezes rever o que escrevemos e pensar melhor em nossas opiniões.

Contudo, se alguém quer uma lista personalizada apenas com assuntos de  
interesse desse alguém, é fácil: é só criar uma lista.  A ISBRA, por  
exemplo, tem uma lista aberta e que obviamente pode ser usada como  
lista restrita a algum assunto do gosto do mediador que deve ser  
evidentemente autorizado a mediar.

Colocar restrições em nossa lista é realmente uma atitude prepotente.   
Não é a primeira vez que isso acontece e certamente não será a última.  
  Vai aparecer alguém que se sentirá mais importante do que o pessoal  
que usa nossa lista para se informar e nos conhecer.  “Grande” Romário  
já dizia: entrou no ônibus agora e já quer ficar na janela!

Somos aqueles que irão orientar pessoas por muito tempo. Só  
apresentando nossas opiniões sobre a vida em geral é que irão nos  
conhecer.  São poucos os que colocam suas opiniões abertamente,  
justamente por ter problemas com o julgamento de outros.  Abrir nossa  
mente é importante para nós mesmos.  Open mind priors foi o que o  
mestre Blackwell me ensinou: “Evite colocar probabilidade zero em  
algum conjunto de pontos que talvez seja passível de observação”. Em  
um de nossos artigos do ISR colocamos essa reflexão como "comunicação  
pessoal" com o mestre.

Espero que possamos discutir mais nesta nossa lista.  Tenho bons  
motivos para ter essas discussões.  Aprendo a escrever e a rever muito  
das minhas opiniões.

Saudações

Carlinhos

-- 
Carlos Alberto de Bragança Pereira
http://www.ime.usp.br/~cpereira
http://scholar.google.com.br/citations?user=PXX2AygAAAAJ&hl=pt-BR
Stat Department - Professor & Head
University of São Paulo