[ABE-L] Crise do Frota ou Memória Curta

[Gabriel Afonso Marchesi Lopes]

Estimados colegas,

Com todo respeito, o atual Governo não tem conduzido de forma exemplar a área da educação, porém vejam que faz pouquíssimo tempo que Temer assumiu a Presidência da República com um país quebrado, não apenas economicamente, mas também moral e eticamente. Vamos ser francos: o PT destruiu nossa Nação. O presidente interino está tentando arrumar esse desastre e nessa função enfrenta não apenas a “herança maldita” de Lula e Dilma, como também, sendo bem realista, interesses escusos de seus próprios aliados, pois ainda que Temer seja anos-luz melhor que o PT, também não é flor que se cheire, e o próprio fato de ter aceitado se aliar com o PT na disputa presidencial está aí para demonstrar isso.

Mas vamos aos fatos, pois contra fatos não há argumentos e, em se tratando de um ambiente com pessoas da área de exatas, os fatos são números, dados e acontecimento concretos, que vão muito além da mera suposição.

Dilma assumiu este segundo mandato na Presidência da República sob o lema “Brasil, Pátria Educadora”. Logo no início do Governo, cortou 10% do orçamento do Ministério da Educação, o que em valores absolutos representa um corte de R$10,5 bilhões.

Somente a verba para o FIES teve redução de 16% e no ano passado o programa teve, vejam só, uma redução de 57% nos contratos.

Também sofreram com a perda de recursos programas como o Mais Educação, voltado a escolas de tempo integral, e o Programa Dinheiro Direto na Escola, que transfere verbas diretamente para as unidades.

Bolsas de programas de iniciação à docência e de alfabetização também atrasaram.

Para os que reclamam dos ministros do Temer, vale lembrar que somente no primeiro ano Dilma teve TRÊS Ministros da Educação: Cid Gomes, Janine Ribeiro e Mercadante. O cargo era mera base de trocas em negociatas.

Passados três meses, em março do ano passado, o Governo Dilma anunciou novo corte de 12% no orçamento do MEC.

Nem as promessas-chave de campanha ficaram de fora: o PRONATEC perdeu 60% das vagas.

No meio do ano passado já havia 56 universidades federais em greve.

A UFBA teve até a luz cortada por falta de pagamento.

A UFMG suspendeu também suspendeu os pagamentos de luz e de água, além de cortar terceirizados.

No rio, na UFF foi necessária a intervenção da justiça federal para não haver corte de energia, porém a UFRJ ficou sem luz.

A UFMA perdeu, com os cortes, R$38 milhões de reais. Essa quantia representa 10% das verbas de custeio e 50% do orçamento total da universidade, impossibilitando o prosseguimento de obras, o pagamento de trabalhadores terceirizados e, inclusive, o prosseguimento das atividades acadêmicas. Na Universidade Federal do Pará (Ufpa), os cortes chegaram a R$50 milhões

Na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) o corte foi de R$26 milhões – 10% dos cerca de R$60 milhões em custeio e 50% dos cerca de R$ 40 milhões de investimento.

A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) teve que cancelar quatro cursos de Especialização devido à supressão orçamentária.

A UFRGS suspendeu aquisição de materiais laboratoriais e liberação de verba para pesquisas de campo. Em alguns dos 85 programas, faltavam até canetas e blocos de anotações e folhas para imprimir trabalhos.

É possível continuar uma lista enormes de problemas na área da educação de adentrarmos o Ciências Sem Fronteiras, o PROUNI, as sucessivas quedas do país nos indicadores da educação básica e por aí vai.

Enfim, se depois de tudo isso, que aconteceu no período de cerca de um ano e meio ainda tem gente que acha que o problema é o Alexandre Frota indo tomar café no gabinete do Ministro, aí realmente não há mais o que se fazer.

Abraços!

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Gabriel Afonso Marchesi Lopes
Atuário MTb/MIBA nº 2.068 
Estatístico CONRE/4ª Região nº 9.765
Pós-graduado em Perícia e Auditoria - NECON/UFRGS
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3963674028217040
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