[ABE-L] Educação e a crise
poliveir em ime.usp.br
poliveir em ime.usp.br
Ter Jun 7 09:21:56 -03 2016
Prezados colegas
1 - Sei que sou classificado por muitos como um insignificante e que
eu deveria me abster de falar, principalmente nesta lista, mas só que
infelizmente para alguns, as pessoas tidas como insignificantes tem
certos direitos que não podem ser negados por mais que muitos deseje,
isto é, de que os insignificantes tem direito de lutar por alguma
coisa melhor, e também, por melhores condições de vida, de trabalho,
lazer, saúde e entre outras coisas também uma melhor inclusão de
pessoas com deficiência possibilitando elas, por exemplo, de poderem
trabalhar de acordo com as suas potencialidades e condições.
2 - Quanto a esse governo deu mostras de que possui dinheiro para
aumentar salários de juízes, deputadores, senadores, criação de mais
de 14 mil cargos de confiança, apoio a igrejas e grandes empresas em
dificuldade, mas negar apoio a necessidades básicas como saúde,
educação, ciência e tecnologia entre outras coisas, e, pior ainda,
quando se fala em incluir pessoas com deficiência derrubando barreiras
físicas e atitudinais, e mais, possibilitando a elas a aquisição de um
melhor nível de instrução, e mais ainda, trabalho de acordo com as
suas reais potencialidades e perfil.
3 - No meu caso, vejo que empresas não contratam sob a alegação de
alta idade, sem qualquer experiência, overqualifying (Exceção de
formação), e, de forma velada, a questão da deficiência entre outras
coisas, sendo que, até para participar de eventos com trabalho aceito
está sendo negado (neste caso pelo CNPq) sob o argumento de que não
tem verba, verba esta que dificilmente tem, e, pelo jeito, agota
piorou mais ainda com a fusão de C & T com Ministério das
Comunicações, outra grande piada, que aliás, desse governo tem várias
outras que só sobre isso já daria para escrever um livro de como não
se gerencia um país que nesse governo atual conseguiu aprofundar e
muito o que já era ruim e concursos que quando tem dificilmente serei
aprovado e são organizados de tal forma que quando entrava em qualquer
concurso já começava derrotado, em termos comparativo era como jogar
por um time em que a derrota é tida como líquida e certa, por mais que
se prepare ou estuda, não é possível ser aprovado de forma nenhuma e
isso dura há vários anos e o mesmo tipo de problema acontece em
concursos como da EMBRAPA (nesse caso, tenho todos os comprovantes
digitalizados que posso passar caso algum colega tenha interesse) que
só para ter uma ideia a organizadora desse concurso perdeu os meus
laudos de exame e, sem contar que me inscrevi em um concurso e me deu
prova trocada e recorri ao MPF que a única coisa que a procuradora fez
foi obrigar a EMBRAPA a oferecer cota de 10% no próximo concurso ,
concurso esse que não mais existiu e não se sabe quando existirá de
novo e se isso significa sim ou não que teria chances reais. Tudo
isso, sem contar ops custos, em geral, o custo de qualquer concurso
para os candidatos são divididos nas seguintes componentes: inscrição,
documentação, estadia e translado, o que faz definitivamente que me
impossibilite participar devido a inexistência de recursos.
4 - Conclusão: não tenho presente e muito menos futuro e num piada que
virou motivo de piada para o mundo inteiro, a começar do ministro da
relações exteriores com a sua retórica sendo duramente criticado lá
fora.
5 - Sei que sou duramente criticado e pressionado para não continuar a
escrever desse jeito, mas, por mais que não deseje não vejo outra
saída, em vista de tudo isso, opto por não parar de escrever e falar o
que penso de tudo isso.
6 - Crise no país crescente e aproveito para notificar um fato
histórico, pela primeira vez, desde do ano de 1990, os alunos de
graduação do IME-USP entram em greve com piquete na porta do bloco B.
Saudações fortemente indignadas,
Paulo Tadeu Oliveira
Citando Elias Teixeira Krainski via abe <abe em lists.ime.usp.br>:
> Bom dia,
>
> As escolas de ensino fundamental tiveram até 2010 para implantar a
> recente grande mudança no ensino fundamental, que passou de oito
> para nove anos. Já há avaliações dessa mudança (um tanto
> preliminares)
> http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022011000100003
>
> Mais quantitativa: "resultados modestos, menores do que um quinto do
> desvio padrão nos resultados de testes como a Prova Brasil"
> http://www.todospelaeducacao.org.br/reportagens-tpe/36027/estudo-avalia-o-impacto-da-expansao-do-ensino-fundamental-de-9-anos-no-brasil/
>
> A meta 1 (de 4) é "Até 2022, 98% ou mais das crianças e jovens de 4
> a 17 anos deverão estar matriculados e frequentando a escola, ou ter
> concluído o Ensino Médio"
> http://www.todospelaeducacao.org.br//arquivos/biblioteca/de_olho_nas_metas_2013_141.pdf
>
> A crise:
> Ensino fundamental
> Desde 2015, as escolas públicas de educação fundamental enfrentam um
> aumento no número de matrículas.
>
> Ensino superior
> "Empresas" do setor de educação superior também estão enfrentando
> problemas e buscando a "solução". Da matéria no link abaixo:
> "Com redução das verbas federais para o financiamento do ensino
> superior através do Fies e a dificuldade para captação e retenção de
> alunos, causada pela crise, fusões e aquisições são uma maneira de
> ganhar mercado."
>
> Mais em
> http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/as-propostas-da-ser-educacional-e-kroton-pela-estacio
>
> Elias
>
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