[ABE-L] [SPAM] Re: Formação de Bacharéis em Estatística - Brasil x EUA

Basilio de Bragança Pereira basilio em hucff.ufrj.br
Sáb Ago 25 19:04:25 -03 2018


Cara Doris
Em época de globalização posso até comcordo com voce .
Em termos de Brazil voce não acha que o titulo de engenheiro é mais
valorizado?
Entretanto como seria o registro profissional ? No Conre ou no Crea?
Infelizmente temos este esta restriçao de registro profissional!!!!!

Em 25 de agosto de 2018 18:46, Doris Fontes <dsfontes em gmail.com> escreveu:

> Olá, prof. Basílio,
>
> Eu *não* concordo com a ideia de transformar o Bacharelado em Estatística
> em Engenharia Estatística. Apenas mencionei que é um cenário que se cogita
> no meio acadêmico. Se assim for o desejo de muitos departamentos, comentei
> que deverá haver uma reestruturação grande.
>
> Abraços,
> Doris
>
>
>
>
> Em sáb, 25 de ago de 2018 às 16:38, Basilio de Braganca Pereira <
> basilio em hucff.ufrj.br> escreveu:
>
>> Doris
>> Não concordo com sua visão da formação do engenheiro.
>> Lembre da formação em física que falta nos bacharelados em estatística.
>> Além disso a formação matemática e semelhante e às vezes melhor que no
>> BSc de estatística.
>> Basilio
>> Enviado do meu iPhone
>>
>> Em 25 de ago de 2018, à(s) 14:57, Doris Fontes <dsfontes em gmail.com>
>> escreveu:
>>
>> Oi, Elias,
>>
>> Concordo que o fenômeno "data science" é um importante gancho para atrair
>> alunos. Mas não dá apenas para atrair para o bacharelado em estatística sem
>> fazer um forte conexão com o "data science" propriamente dito. Já ouvi
>> discussões sobre transformar o Bacharelado em Estatística em Engenharia
>> Estatística, para tornar o curso mais atraente. Pode até ficar mais
>> atraente, mas o corpo docente, assim como conteúdo programático, têm que
>> mudar bastante, tornarem-se mais pragmático, ser um curso mais empresarial
>> e, no fundo, mais superficial na matemática e na estatística. Se esse for o
>> objetivo...
>>
>> Atrair mais gente para a estatística é uma missão complexa, mas não acho
>> que seja impossível.
>>
>> Doris
>>
>>
>> Em seg, 20 de ago de 2018 às 14:06, Elias T Krainski por (abe) <
>> abe em lists.ime.usp.br> escreveu:
>>
>>> Caros,
>>>
>>> Acho que muito do que ocorreu nos EUA (incremento exponencial no número
>>> de formados em Estatística e linear no interesse por estatística) é reflexo
>>> da popularização recente do termo "data science".
>>>
>>> No início da palestra do Michael Jordam ele falou algo assim: "Se você é
>>> da estatística o futuro é a computação, se você é da computação o futuro é
>>> a estatística".
>>>
>>> Dos fatos mostrados pela Doris temos que os egressos dos cursos de
>>> bacharelado em estatística no Brasil não serão suficientes para atender a
>>> demanda.
>>>
>>> Uma possível saída são cursos de especialização em ciência de dados.
>>> Temos (pelo menos) 4 desse tipo aqui em Curitiba. A nossa (
>>> http://dsbd.leg.ufpr.br/) teve aproximadamente o dobro de inscritos em
>>> relação às vagas no final do ano passado. Para uma próxima turma há um
>>> pré-cadastro que conta com mais de 7 vezes o número de vagas a serem
>>> oferecidas.
>>>
>>> Att.
>>>
>>> Elias
>>> On 17/08/2018 23:51, Doris Fontes wrote:
>>>
>>> Colegas, boa noite,
>>>
>>> Achei esse artigo interessante da ASA: http://magazine.amstat.
>>> org/blog/2018/08/01/2017-degree-report/
>>>
>>> Enquanto aqui, desde 2004 (quando eu comecei a acompanhar o Censo do
>>> INEP), temos a seguinte situação, resumidamente:
>>>
>>> Nº de programas de Graduação em Estatística aqui e nos EUA, além do
>>> programa de mestrado em estatística. Notem que o número de bacharelados em
>>> estatística aqui no Brasil cresce a partir de 2007, acredito eu, por causa
>>> do REUNI.
>>>
>>> [image: image.png]
>>>
>>> Sem contar que lá existem muitos programas de graduação e pós somente em
>>> BIOESTATÍSTICA, enquanto que aqui só temos UM programa de mestrado (UEM) e
>>> nenhum bacharelado.
>>>
>>> Em termos de egressos, temos a seguinte situação (até o último censo
>>> divulgado do INEP):
>>>
>>> [image: image.png]
>>>
>>> Um fato relevante nos EUA é a explosão de interessados no programa de AP
>>> STATISTICS: saltou de menos de 8 mil em 1997 para pouco mais de 205 mil
>>> participantes em 2016.
>>>
>>> (The AP Statistics course is equivalent to a one-semester, introductory,
>>> non-calculus-based college course in statistics. The course introduces
>>> students to the major concepts and tools for collecting, analyzing, and
>>> drawing conclusions from data. There are four themes in the AP Statistics
>>> course: exploring data, sampling and experimentation, anticipating
>>> patterns, and statistical inference. Students use technology,
>>> investigations, problem solving, and writing as they build conceptual
>>> understanding.  https://apcentral.collegeboard.org/courses/ap-
>>> statistics/course)
>>>
>>> [image: image.png]
>>>
>>>
>>>
>>> Comparando egressos vs vagas oferecidas pelas universidades brasileiras,
>>> temos:
>>>
>>> [image: image.png]
>>>
>>>
>>>
>>> Formandos por tipo de universidade:
>>>
>>> [image: image.png]
>>>
>>>
>>> O número de vagas oferecidas também cresceu a partir de 2007 (REUNI),
>>> mas o número de egressos não aumentou. Está estagnado ou, pior, menor que
>>> em 2004. Poderíamos dizer que, a grosso modo, a taxa de evasão da
>>> estatística beira os 75%.
>>>
>>> No Brasil já começa a aparecer programas de graduação e pós em Ciência
>>> de Dados, como no Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, em Belo
>>> Horizonte (MG). Não sei qual a qualidade desses programas. Alguns cursos de
>>> pós chegam a abordar apenas introdução à estatística.
>>>
>>> As vagas para profissionais de Analytics/Big Data/Data Science cresce
>>> muito no mundo  todo. Se você entrar hoje no site do indeed.com e fizer
>>> uma busca por "analytics", vai encontrar algo como 140 mil vagas. Lógico
>>> que tem muita coisa misturada, mas mostra o potencial de mercado para quem
>>> sabe analisar dados. No blog do CONRE-3 de Oportunidades de Trabalho para
>>> Estatísticos (https://www.facebook.com/groups/statjobs/), hoje com
>>> pouco mais de 11 mil membros, temos divulgado mais de 2 mil vagas de
>>> trabalho por ano -- e são vagas parciais, pois muitas empresas publicam
>>> apenas na Catho, ou sequer divulgam (preenchimento através de indicações
>>> somente). Se formamos menos de 400 num ano, está claro que não temos
>>> capacidade para prover profissionais para o mercado interno. Pior ainda,
>>> alguns bons estatísticos saem do país.
>>>
>>> Talvez possamos pensar juntos sobre formas de melhorar esse índice de
>>> evasão, num programa conjunto, mais agressivo, de divulgação da nossa área
>>> junto aos alunos do ensino médio. O CONRE-3 tem recursos bem pequenos
>>> (muito em função do desinteresse dos estatísticos pelo seu conselho
>>> profissional -- às vezes até boicote de formandos e professores), mas,
>>> dentro do possível, temos tentado implementar muitos programas de
>>> valorização, divulgação e fortalecimento da nossa profissão: eventos
>>> ligados ao mercado de trabalho, TENDA ESTATÍSTICA (através de esforço
>>> conjunto com a ABE e SBPC) para estudantes de todas as idades, palestras em
>>> escolas ou envio de material de divulgação da estatística aos alunos de EM;
>>> ajuda aos deptos de estatística com palestras e materiais de apoio; ajuda a
>>> eventos variados (como o SINAPE, RBras/SEAGRO, Semests, feira de
>>> profissões, etc). Somos auditados anualmente pelo TCU e não temos muita
>>> flexibilidade para o uso de nossa verba, então, trabalhamos dentro das
>>> nossas possibilidades.
>>>
>>> O problema de evasão é grave, triste e precisa ser estudado e combatido.
>>> Alegar simplesmente que os alunos que entram são fracos não é razoável. A
>>> falta de prestígio da nossa área pode atrair um monte de alunos
>>> interessados apenas na baixa concorrência nos vestibulares. Isso não é bom.
>>>
>>> Na última reunião que o Julio Trecenti (presidente do CONRE-3) e eu
>>> (como vice-presidente) tivemos no conselho federal, no RJ, discutimos a
>>> "morte" da nossa carreira no mercado de trabalho para o cientista de dados.
>>> Já há deptos de computação interessados em oferecer Bacharelado em Ciência
>>> de Dados, assim como há engenharias interessados em "Engenharia
>>> Estatística".
>>>
>>> Enfim, pensei em compartilhar um pouco das minhas preocupações.
>>>
>>> Bom final de semana e abraços a todos,
>>> Doris
>>>
>>>
>>>
>>>
>>>
>>> _______________________________________________
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-- 
*Basilio de Bragança Pereira,M.Sc. and D.L. (COPPE) D.I.C. and Ph.D.
(Imperial College).
*Professor Emérito da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro
*Coordenador Substituto do Programa de Pós Graduação de Cardiologia,
ICES-Instituto do Coração Edson Saad e FM-Faculdade de Medicina, UFRJ.
*Pesquisador Colaborador do LNCC - Laboratório Nacional de Computação
Ciêntifica .

Tel: 55 21 3938-6225 (ICES) ,55 24 2233-6106 (LNCC)  55 21 3938-7045
(COPPE).
<http://www.poscardio.ufrj.br/index.php/pt-BR/>
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783624H9
http://www.poscardio.ufrj.br/index.php/pt-BR/

*Mail Address:
Programa de Engenharia de Produção - COPPE/UFRJ
Caixa Postal 68507
CEP 21941-972 Rio de Janeiro,RJ  ,Brazil

The best thing about being a statistician is that you get to play in
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O artista vê a verdade no belo, o cientista vê o belo na verdade.
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