<div dir="ltr">O título correto seria:<br>Inserir dados falsos em censo do IBGE não é crime <u>de falsidade ideológica</u>, decide TRF-4<div><span style="font-family:arial,sans-serif;font-size:18px"><br></span></div>Não entendo porque não tentaram enquadrá-la no artigo 297.<br><br><blockquote style="margin:0 0 0 40px;border:none;padding:0px"><font size="1">Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro:<br>Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.<br>§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.</font></blockquote></div><div class="gmail_extra"><br><div class="gmail_quote">2014-10-28 8:51 GMT-02:00 Raphael Saldanha <span dir="ltr"><<a href="mailto:saldanha.plangeo@gmail.com" target="_blank">saldanha.plangeo@gmail.com</a>></span>:<br><blockquote class="gmail_quote" style="margin:0 0 0 .8ex;border-left:1px #ccc solid;padding-left:1ex">Repassando de: <a href="http://www.geodireito.com/noticia/inserir-dados-falsos-em-censo-do-ibge-nao-e-crime-decide-trf-4" target="_blank">http://www.geodireito.com/noticia/inserir-dados-falsos-em-censo-do-ibge-nao-e-crime-decide-trf-4</a><br>
<br>
====<br>
<br>
Inserir informações inverídicas na planilha do censo promovido pelo<br>
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística não configura crime de<br>
falsidade ideológica, porque a informação omitida, alterada ou<br>
inserida não recai sobre fato juridicamente relevante. Com este<br>
entendimento, a 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região<br>
confirmou a absolvição de uma recenseadora temporária do IBGE,<br>
denunciada pelo Ministério Público Federal por inserir informações<br>
inverídicas nos questionários do censo de 2010.<br>
<br>
O juiz Paulo Canabarrro Trois Neto, da 1ª Vara Federal de Francisco<br>
Beltrão, se convenceu de que o preenchimento incorreto se deveu à<br>
inabilidade da recenseadora nas entrevistas e à atitude negligente e<br>
impaciente na busca por informações precisas. ‘‘A violação de normas<br>
regulamentares sobre o modo de coleta e registro dos dados pode e deve<br>
ser sancionada no âmbito administrativo, mas não possui dignidade<br>
penal. Inexiste modalidade culposa nessa espécie delitiva’’, disse na<br>
sentença.<br>
<br>
Para o relator da Apelação na corte, desembargador Leandro Paulsen, os<br>
dados falsos, embora sem relevância jurídica, afetaram, sim, a<br>
correção das informações demográficas, sociais e econômicas coletadas,<br>
comprometendo a credibilidade do trabalho realizado pelo IBGE. No<br>
entanto, tal conduta caracteriza infração funcional grave, na seara<br>
administrativa, disse ele.<br>
<br>
Usando doutrina de Cezar Roberto Bitencourt, Paulsen explicou que o<br>
crime de falsidade ideológica exige, para sua configuração, além do<br>
dolo genérico, a intenção de prejudicar direito, produzir obrigação ou<br>
modificar a verdade sobre fato juridicamente relevante. Como os fatos<br>
narrados não mostraram o dolo, o fato é atípico, justificando a<br>
absolvição da recenseadora ré com base no artigo 397, inciso III, do<br>
Código de Processo Penal. O acórdão foi lavrado na sessão de<br>
julgamento do dia 10 de setembro.<br>
<br>
A denúncia<br>
<br>
Selecionada em primeiro lugar para trabalhar como recenseadora do<br>
Censo do IBGE em Marmeleiro, no Sudoeste do Paraná, a ré tinha tudo<br>
para dar certo na função. Já no primeiro dia de trabalho, seu<br>
supervisor notou que ela dominava bem os conceitos do censo.<br>
<br>
Com o passar dos dias, entretanto, seu ânimo foi arrefecendo. Depois<br>
de fazer várias entrevistas, começou a queixar-se do trabalho e do<br>
tratamento dispensado pelos entrevistados, admitindo não ter paciência<br>
para fazer uma abordagem correta dos seus informantes. Em determinada<br>
ocasião, deixou escapar que só estava no IBGE por influência dos pais.<br>
Seu desconforto chegou ao conhecimento do coordenador de área, que<br>
decidiu afastá-la do Censo. Um novo recenseador entrou em seu lugar,<br>
para concluir a bateria de entrevistas nos domicílios faltantes, e<br>
encontrou várias divergências nos dados coletados. No fim, o trabalho<br>
da recenseadora durou de 30 de julho a 17 de agosto de 2010.<br>
<br>
Dias depois do seu desligamento, um informante entrou em contato com o<br>
IBGE para contar que os dados levantados pela ré estavam errados, já<br>
que entrevistara sua empregada doméstica — que tinha pouco tempo de<br>
serviço e não conhecia bem a família. Ciente da reclamação, o<br>
supervisor consultou o aparelho eletrônico utilizado pela recenseadora<br>
na realização das pesquisas, verificando que todas as informações<br>
estavam preenchidas.<br>
<br>
O supervisor, então, dirigiu-se à casa do entrevistado para refazer o<br>
questionário, a fim de verificar se havia incoerências ou quesitos sem<br>
respostas. O que o que mais lhe chamou a atenção foi a anotação errada<br>
das datas de nascimento dos moradores. Ficou claro, também, que a<br>
recenseadora deixou de fazer várias perguntas.<br>
<br>
Ao fim e ao cabo, em função das inconsistências, o supervisor mandou<br>
refazer 30 questionários, comparando os dados obtidos pela ré com as<br>
informações novamente repassadas pelos informantes.<br>
<br>
Por inserir falsamente os dados, para a rápida conclusão dos<br>
formulários, o Ministério Público Federal denunciou a recenseadora<br>
pela prática do crime de falsidade ideológica, tipificado no artigo<br>
299 do Código Penal. Diz o dispositivo: ‘‘Omitir, em documento público<br>
ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou<br>
fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita,<br>
com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade<br>
sobre fato juridicamente relevante’’.<br>
<br>
Clique aqui para ler o acórdão.<br>
<a href="http://s.conjur.com.br/dl/trf-confirma-sentenca-absolveu.pdf" target="_blank">http://s.conjur.com.br/dl/trf-confirma-sentenca-absolveu.pdf</a><br>
<br>
Clique aqui para ler a sentença.<br>
<a href="http://s.conjur.com.br/dl/vara-parana-absolve-recenseadora-ibge.pdf" target="_blank">http://s.conjur.com.br/dl/vara-parana-absolve-recenseadora-ibge.pdf</a><br>
<br>
Fonte: Consultor Jurídico<br>
<br>
_______________________________________________<br>
abe mailing list<br>
<a href="mailto:abe@lists.ime.usp.br">abe@lists.ime.usp.br</a><br>
<a href="https://lists.ime.usp.br/mailman/listinfo/abe" target="_blank">https://lists.ime.usp.br/mailman/listinfo/abe</a><br>
</blockquote></div><br></div>