<div dir="ltr">Sábias palavras que emocionam e inspiram.... <div><br></div><div>Grandes mestres! <div><br></div><div>Obrigada !</div></div></div><div class="gmail_extra"><br><div class="gmail_quote">Em 10 de janeiro de 2015 00:58, Julio Stern <span dir="ltr"><<a href="mailto:jmstern@hotmail.com" target="_blank">jmstern@hotmail.com</a>></span> escreveu:<br><blockquote class="gmail_quote" style="margin:0 0 0 .8ex;border-left:1px #ccc solid;padding-left:1ex">
<div><div dir="ltr"><div><br></div><div>Caro Carlinhos: </div><div><span style="font-size:12pt"> </span></div><div><span style="font-size:12pt">Frotta-Pessoa..., que dizia que no mundo </span></div><div>>>> Ha os Genuinos e os Cretinos... </div><div>Nelson Rodrigues..., que te ensinou a <span style="font-size:12pt">seguir </span></div><div><span style="font-size:12pt">teu </span><span style="font-size:16.3636360168457px"> proprio coração e tua propria mente.</span><span style="font-size:12pt"> </span></div><div><span style="font-size:12pt">Debabrata Basu..., que te ensinou a procurar </span></div><div><span style="font-size:12pt">o que importante no fundo do teu coracao. </span></div><div><span style="font-size:12pt"> </span></div><div><span style="font-size:12pt">Voce teve o privilegio de ter grandes mestres, </span></div><div><span style="font-size:12pt">privilegio que fizeste por merecer pelo teu trabalho, </span></div><div><span style="font-size:12pt">autentico e original, ao longo de tua vida. </span></div><div><span style="font-size:12pt"> </span></div><div><div style="font-size:16.3636360168457px"><span style="font-size:16.3636360168457px">So assim, como te ensinaram teus mestres, </span></div><div style="font-size:16.3636360168457px"><span style="font-size:16.3636360168457px">vale a pena fazer ciencia (ao menos na academia). </span></div><div style="font-size:16.3636360168457px"><span style="font-size:16.3636360168457px">Para resolver probleminhas tecnicos e implementar </span></div><div style="font-size:16.3636360168457px"><span style="font-size:16.3636360168457px">modeloes para os outros, eu trabalharia no mercado </span></div><div style="font-size:16.3636360168457px"><span style="font-size:16.3636360168457px">financeiro, pois isto so me vale fazer pelo vil metal. </span></div><div style="font-size:16.3636360168457px"><span style="font-size:16.3636360168457px"> </span></div><div style="font-size:16.3636360168457px"><span style="font-size:16.3636360168457px">Boa noite a todos, </span></div><div style="font-size:16.3636360168457px">---Julio Stern </div><div style="font-size:16.3636360168457px"><span style="font-size:12pt"> </span></div></div><div><br><div>> Date: Fri, 9 Jan 2015 23:49:54 -0200<br>> From: <a href="mailto:cpereira@ime.usp.br" target="_blank">cpereira@ime.usp.br</a><br>> To: <a href="mailto:ABE-L@ime.usp.br" target="_blank">ABE-L@ime.usp.br</a><br>> Subject: [ABE-L] Sobre lixo acadêmico<div><div class="h5"><br>> <br>> <br>> Meus caros redistas:<br>> O primeiro artigo publicado na VEJA já foi uma agressão a nossa vida <br>> acadêmica. Lutamos muito para chegar ao nível que hoje temos, já foi <br>> muito difícil e muito árduo. O comentário pejorativo de muitos de <br>> nossos colegas é a justificativa que usam para a falta de <br>> produtividade própria. Sobre o artigo da folha de São Paulo, chamar <br>> de lixo acadêmico o que se produz no Brasil me da sim um arrepio <br>> grande, pois a pessoa para definir algo tem de ter lido tudo, o que <br>> não é o caso com certeza! Alguns artigos que meu irmão colocou na <br>> rede mostram que a maioria dos artigos publicados no mundo é inútil e <br>> talvez até lixo. Não é propriedade brasileira a produção de lixo. Em <br>> nossa área, por exemplo, a quantidade de artigos com poucas citações <br>> ou autoexcitações é grande.<br>> <br>> Vou evidentemente desconsiderar esses comentários terríveis que tenho <br>> visto por ai. Gostaria de me dirigir aos pobres jovens acadêmicos que <br>> estão tentando fazer carreira acadêmica digna em nosso contexto.<br>> <br>> Meu autor preferido é o Nelson Rodrigues e em um dos seus textos ele <br>> comenta sobre o inicio de sua carreira teatral. Manuel Bandeira, <br>> crítico de um jornal, era um grande nome da intelectualidade <br>> brasileira. Bandeira fez um elogio grande a uma das obras de Nelson <br>> que evidentemente ficou lisonjeado. Claro que na próxima peça quis <br>> ouvir a avaliação do mestre maior e não teve a mesma recepção. Depois <br>> de alguns trabalhos verificou que ele estava produzindo coisas <br>> dirigidas para aquele intelectual. Tinha esquecido que o que deveria <br>> produzir devia refletir o que pensava para mostrar ao público o que <br>> havia em seu coração e em sua mente. Hoje vejo que os nossos queridos <br>> pesquisadores escrevem objetivando as revistas famosas - que também <br>> publicam muito lixo – esquecendo o que na verdade pensam e fazem no <br>> dia-a-dia. Percebi que também estávamos sofrendo disso no primeiro <br>> artigo que escrevi com o Josa depois de nossa volta do exterior.<br>> <br>> Enviamos um artigo para o ISR – na época uma revista de prestígio – <br>> cujo editor era um grande cara, Bardorff-Nielsen. Um ano depois <br>> escrevi para ele cobrando o resultado da avaliação de nosso trabalho. <br>> Pediu-me desculpas, pois tinha recebido um referato de um dos <br>> avaliadores dizendo que todos já sabiam daquilo. Ele então questionou <br>> o avaliador e enviou para outros dois avaliadores. Nosso artigo foi <br>> publicado com dois anos de atraso e recentemente verifiquei que na <br>> mesma época orientador e aluno de uma importante escola americana <br>> haviam publicado um artigo na mesma época com toda a notação igual a <br>> nossa e a maior parte de nosso material estava ali. Tanto orientador <br>> como aluno são hoje as pessoas de mais destaque na área de amostragem. <br>> Não fosse pelo editor, quem iria acreditar que os tupiniquins haviam <br>> feito primeiro. Assim decidi que tudo que tivermos de novidade, e <br>> creio que tive MUITAS, devemos tentar sim numa boa revista e se vier <br>> com elogio, mas dizendo que não é para aquele fórum, publique rápido <br>> mesmo que seja no arxive. O problema do arxive é que não possui <br>> avaliadores e assim apenas pessoas muito interessadas fuçam ali, mesmo <br>> com nomes de tupiniquins. Mas por favor, publiquem em revista de <br>> impacto razoável mesmo não sendo as de ponta.<br>> <br>> Andei pelo mundo da ciência e conheci grandes brasileiros – <br>> Frotta-Pessoa para mim foi um dos grandes que mesmo VELHINHO me <br>> ensinou muito – pesquisadores de primeiro mundo. Posso afirmar a <br>> vocês meus caros que escrever tudo que pensam e acreditam são o que <br>> faz de vocês verdadeiros cientistas. Se for ruim alguém vai te <br>> questionar. Se for bom, não espere de colegas elogios, pois não <br>> virão. Mas escrevam, pois o trabalho mais árduo de um acadêmico é a <br>> escrita. Acho ruim é ficarmos atrelados apenas à moda e ser <br>> participante apenas por resolver pequenos problemas técnicos. Frotta <br>> me ensinou que as pessoas são divididas em dois grupos, os genuínos e <br>> os cretinos! Faça sua escolha meu filho, o pedia para nós.<br>> <br>> A academia americana hoje sofre muito com o fato de um tenure track <br>> estar com um longo prazo de 10 anos. O indivíduo vira um escravo dos <br>> grandes nomes e quando chega ao final se não fez novidade não continua <br>> naquele departamento considerado de alto nível, mesmo quando possui <br>> muitas publicações em boas revistas. Ali as pessoas olham é a <br>> contribuição real dos jovens em TT. Imaginem alguém se matando para <br>> resolver pequenos problemas técnicos de pesquisas de titulares e <br>> quando chegam ao final do período não tenham publicado a novidade que <br>> poderia ter vindo do seu coração e da sua mente. Vai ser jogado no <br>> lixo da concorrência por novo período de experimentação. Já vimos <br>> isso acontecer!<br>> Imaginem vocês que tenho três artigos em revistas da Scientific <br>> Research Publishing – scirp, vários na ENTROPY da MDPI, vários em GMR, <br>> e alguns na Clinics: As editoras mais criticadas pelo artigo da <br>> revista VEJA! Estou muito honrado em ser editor associado tanto da <br>> ENTROPY como da GMR. As duas tem bom índice de impacto e seus <br>> editores são pessoas que conheço e respeito muito. É claro que também <br>> ali pode haver papers ruins assim como na nature que vez por outra <br>> pede desculpas por publicações errôneas. Um dos papers que enviamos <br>> para a BA, por exemplo, voltou com elogios à matemática, computação e <br>> pasmem ao inglês. No entanto não era artigo de interesse no momento! <br>> Mandamos para OJS e fomos muito bem tratados ali. Certa vez eu e um <br>> aluno chileno tivemos um paper aceito no annals of estatístics, depois <br>> de nossas correções reenviamos para o novo editor que nos disse que já <br>> não havia interesse no artigo. Publicamos o artigo, uma parte no <br>> nonparametrics e outra no multivariate. Um ano depois apareceu um <br>> artigo no annals com a nossa notação que nos proporcionou a extensão <br>> para os modelos multivariados. Certamente os autores não eram <br>> tupiniquins. Poderia contar muitas outras coisas para justificar <br>> minhas escolhas. O artigo que publicamos na revista chilena estava <br>> aceito em uma ótima revista de Berkeley, no entanto apareceu a chance <br>> de homenagear a Pilar que foi uma de minhas alunas. Achei que ela <br>> merecia um bom paper na revista em sua homenagem. O pessoal da <br>> revista que havia aceitado nosso artigo não me perdoa até hoje.<br>> <br>> Como sou muito velho tenho bastante história para contar. Assim, meus <br>> caros, eu quero dar um conselho: escrevam tudo que acreditam e que <br>> gostam. Envie para uma revista, que seus mentores acreditam ser o <br>> top. Depois que vier a negação, muitas vezes de caras que não leram o <br>> paper só o nome dos tupiniquins, verifique se convencem você da <br>> justiça do resultado. Caso se não concordem publiquem o mais rápido <br>> possível em outra revista não tão badalada. Não me arrependo de ter <br>> feito isso em minha vida. Meus índices de produtividade são dos <br>> melhores dentre as pessoas de minha área. É claro que sempre haverá <br>> uma explicação com desmerecimento, mas o que vale é o que está gravado <br>> ali no CNPq, no Google ou no researchgate.<br>> <br>> Sobre o pagamento para publicação posso afirmar que mesmo boas <br>> revistas custam mesmo muito caro. Na minha última publicação do <br>> PlosOne foi minha vez de pagar dentre os membros do grupo. 1600 <br>> dolares foi o que me cobraram! As revistas BMC (bioinformatics, <br>> genetics etc) também são muito caras. Mas eu reclamos muito e algumas <br>> delas como a bioinformatics me livrou de pagamento. Na genetics <br>> consegui redução de 50%. Já nessas outras menos badaladas eu não pago <br>> nas que sou editor associado e na clinicas eu Tb não tenho despesas. <br>> Nosso ultimo paper na scirp me descontaram 75% e paguei 300 dólares o <br>> que não é lá muito ruim. Com outros paguei 500 dólares o que me <br>> pareceu tb bem razoável. Mas eu choro e digo que não tenho condições <br>> de pagar o que querem. Todos em Open Access!<br>> <br>> Aceito sim críticas sobre lixo que eu possa ter produzido, mas para <br>> críticas sobre a beleza da revista e não do artigo nem precisam se <br>> dirigir a mim. Críticas inúteis e com desmerecimento! Em um dos <br>> artigos do ano passado, uma aluna do Butantan depois de voltar para <br>> sua terra natal, com a pressão para publicação viu uma revista da <br>> editora Green Journals e mandou o artigo, que posso dizer lindo. O <br>> artigo foi publicado e a revista até a poucos meses tinha apenas o <br>> nosso artigo e não foi para frente. Tenho dois artigos maravilhosos, <br>> em minha opinião é claro, em que as revistas desapareceram. São dois <br>> artigos muito citados por gente muito boa. Um na revista brasileira <br>> de genética e outro na JRSS C – the statistician. Os dois artigos são <br>> muito requisitados, pois são muito bons.<br>> <br>> All I have written was under my skin!!!!!! I am proud of my little <br>> and unimportant papers! Thats all I have to offer from the botton of <br>> my heart!<br>> <br>> Saudações<br>> Carlinhos<br>> <br>> -- <br>> Carlos Alberto de Bragança Pereira<br>> <a href="http://www.ime.usp.br/~cpereira" target="_blank">http://www.ime.usp.br/~cpereira</a><br>> <a href="http://scholar.google.com.br/citations?user=PXX2AygAAAAJ&hl=pt-BR" target="_blank">http://scholar.google.com.br/citations?user=PXX2AygAAAAJ&hl=pt-BR</a><br>> Stat Department - Professor & Head<br>> University of São Paulo<br>> <br>> <br>> _______________________________________________<br>> abe mailing list<br>> <a href="mailto:abe@lists.ime.usp.br" target="_blank">abe@lists.ime.usp.br</a><br>> <a href="https://lists.ime.usp.br/mailman/listinfo/abe" target="_blank">https://lists.ime.usp.br/mailman/listinfo/abe</a><br></div></div></div></div> </div></div>
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