<div dir="ltr"><p class="MsoNormal">27/Jan/2015 - Professora dos 'Simpsons' já assinou artigo
científico</p>

<p class="MsoNormal"><a href="http://www1.folha.uol.com.br/fsp/especial/205382-professora-dos-simpsons-ja-assinou-artigo-cientifico.shtml">http://www1.folha.uol.com.br/fsp/especial/205382-professora-dos-simpsons-ja-assinou-artigo-cientifico.shtml</a></p><p class="MsoNormal"><br></p>

<p class="MsoNormal">Nem todas as revistas científicas que cobram pela publicação
são predatórias. Ainda que o autor precise pagar, em veículos sérios o artigo é
analisado por especialistas no tema tratado em um processo conhecido como
"revisão por pares" e, se julgado falho, pode ser rejeitado.</p><p class="MsoNormal"><br></p>

<p class="MsoNormal">João Roberto do Nascimento, professor da Faculdade de
Ciências Farmacêuticas da USP, publicou em 2012 um artigo em parceria com
pesquisadores ingleses no "BMC Plant Biology", classificado como A1
pela Capes em ciência de alimentos, área de atuação de Nascimento.</p><p class="MsoNormal"><br></p>

<p class="MsoNormal">O professor afirma que a revista cobrou £1.325 (R$ 5.490)
para a divulgação do trabalho. A conta final que coube aos brasileiros, de £563
(R$ 2.330), foi paga pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de
São Paulo), apoiadora do projeto.</p><p class="MsoNormal"><br></p>

<p class="MsoNormal">"O interessante em publicar nesses periódicos que
cobram é que o artigo é de livre acesso na internet, o que pode aumentar sua
circulação e seu impacto", afirma Nascimento.</p><p class="MsoNormal"><br></p>

<p class="MsoNormal">Já José Carlos Tavares Carvalho, que é professor do
departamento de ciências farmacêuticas da Universidade Federal do Amapá, diz
que pagou taxas em 9 dos 11 artigos seus aceitos para publicação em 2014.</p>

<p class="MsoNormal">Apenas três das revistas em que Carvalho publicou não estão
no ranking da Capes.</p><p class="MsoNormal"><br></p>

<p class="MsoNormal">Ele estima o gasto em R$ 30 mil, financiado com recursos da
universidade. "Eu poderia ter usado essa verba para comprar equipamentos
de pesquisa", comenta.</p><p class="MsoNormal"><br></p>

<p class="MsoNormal">O nome desse professor consta como sendo um dos editores do
"Aperito Journal of Nanoscience Technology", assim como o de Humberto
Brandão, que é pesquisador da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária). A revista ficou famosa ao aceitar trabalho "assinado"
por Margaret Simpson e Edna Krabappel, personagens da animação "Os
Simpsons", e Kim Jong Fun -referência ao ditador norte-coreano Kim Jongun.</p><p class="MsoNormal"><br></p>

<p class="MsoNormal">Os dois afirmam desconhecer o caso e dizem que aceitaram a
função a convite do periódico, mas nunca receberam artigos para avaliação.</p>

<p class="MsoNormal">Brandão pediu desligamento do corpo editorial.</p><p class="MsoNormal"><br></p>

<p class="MsoNormal">Os periódicos predatórios ainda não são problema no Brasil,
que mantém uma política de fortalecimento do acesso aberto entre publicações
nacionais por meio da plataforma SCIELO.</p><p class="MsoNormal"><br></p>

<p class="MsoNormal">Iniciativa da Fapesp em parceria com o Centro
Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde, o SCIELO é uma
biblioteca eletrônica de veículos científicos brasileiros.</p><p class="MsoNormal"><br></p>

<p class="MsoNormal">"Dificilmente essa prática chegará aqui, por que temos
um número grande de periódicos que não cobram, e os que cobram são
criteriosos", afirma Abel Packer, coordenador da plataforma.</p><p class="MsoNormal"><br></p>

<p class="MsoNormal">Segundo Packer, há 280 revistas especializadas brasileiras
indexadas na plataforma. Dessas, 15 cobram alguma taxa dos autores dos
trabalhos para a publicação, variando de R$ 400 a R$ 2.000.</p><p class="MsoNormal"><br></p>

<p class="MsoNormal">"A própria falta de projeção internacional das revistas
brasileiras impede que elas consigam cobrar pela publicação de trabalhos",
afirma Yi Shin Tang, professor adjunto na Universidade de Copenhagen.</p><p class="MsoNormal"><br></p><p class="MsoNormal">Para
prevenir pesquisadores, Jeffrey Beall, da Universidade do Colorado, criou uma
lista de periódicos questionáveis (<a href="http://scholarlyoa.com">scholarlyoa.com</a>).</p></div>