<div dir="ltr"><div>Caros: </div><div><br></div><div>Entendo que o ideal seria buscarmos alguns pontos básicos de concordância. O documento da CAPES que detalha a classificação QUALIS em nossa área se encontra em </div><div><br></div><div><a href="http://capes.gov.br/images/documentos/Qualis_periodicos_2016/Qualis_Periodicos_Area_01__2016_08_08_MATEM%C3%81TICA.pdf">http://capes.gov.br/images/documentos/Qualis_periodicos_2016/Qualis_Periodicos_Area_01__2016_08_08_MATEM%C3%81TICA.pdf</a></div><div><br></div><div>A primeira coisa que chama a atenção é a aguda disparidade de critérios usados (i) pela Matemática, (ii) pela Matemática Aplicada e (iii) pela Probabilidade/Estatística. Dado que o QUALIS final é único para as três áreas, chegamos à primeira pergunta: </div><div><br></div><div>(PERGUNTA 1) Alguma divergência de critérios é inevitável, mas será que divergência tão acentuada de critérios é desejável?</div><div><br></div><div>Sobre tal pergunta, notemos que o conceito de uma dada revista pode ser muito diferente dependendo de se sua avaliação é feita no escopo da Matemática Aplicada ou no escopo da Probabilidade e Estatística. Suponhamos, por exemplo, que o pesquisador X publique na revista Y, que ainda não está classificada. Se o pesquisador X fizer parte de um programa de pós-graduação em Matemática ou Matemática Aplicada, a classificação da revista Y pode ser uma; se tal pesquisador fizer parte de uma pós-graduação em Estatística, por outro lado, a classificação da revista Y pode ser outra. </div><div><br></div><div>As classificações das revistas em nossa área (Probabilidade e Estatística) são muito determinadas por seus tempos medianos de citação ("cited half-life", HL). Eu inclusive mostrei a dominância desse critério ao representante de área anterior da CAPES, prof. Lorenzo Díaz, numa reunião que tive com ele e com mais alguns membros convidados de nossa comunidade no IME/USP em maio de 2016. Tal critério, contudo, parece ser mais pertinente para contribuições feitas nas áreas de Probabilidade e Estatística Matemática, onde se espera haver perenidade de resultados. Não está claro por que tal critério é relevante para contribuições feitas, por exemplo, nos domínios da Estatística Computacional e da Estatística Aplicada. Chegamos, assim, à segunda pergunta: </div><div><br></div><div>(Pergunta 2) Faz sentido as classificações de nossas revistas serem tão influenciada pelo critério HL?  </div><div><br></div><div>Adicionalmente, não está claro como é feita a separação de revistas "core" e "não-core". Mais uma pergunta: </div><div><br></div><div>(Pergunta 3) Faz sentido colocar revistas como o International Journal of Forecasting e o Journal of Forecasting, que são revistas de séries temporais, como "não core"? </div><div><br></div><div>Não está claro também se há alguma regra que determine que boas revistas de outras áreas não podem integrar o estrato A do nosso QUALIS. Parece inclusive haver divergência sobre como tratar boas revistas de outras áreas entre a Probabilidade/Estatística e a Matemática Aplicada. </div><div><br></div><div>(Pergunta(s) 4) Revistas de elite de outras áreas podem integrar o estrato A do nosso QUALIS de acordo com os critérios da Probabilidade/Estatística? Há conformidade com o que é feito na Matemática Aplicada nesse quesito? </div><div><br></div><div>Retorno agora a um ponto que levantei em minha mensagem inicial: as classificações de muitas revistas da Estatística parecem estar em desvantagem relativa, com todos os ajustes e mutatis mutandis pertinentes, relativamente ao que vemos na Matemática, na Matemática Aplicada e até mesmo na Probabilidade. Peguemos, a título de exemplificação, duas revistas, a saber: Journal of Statistical Physics (uma revista em probabilistas publicam) e Journal of Econometrics (uma revista de Econometria, portanto ligada à área de Estatística). Vejamos dois indicadores relvantes dessas revistas, fator de impacto (FI) e article influence (AI):  </div><div><br></div><div>Journal of Statistical Physics: FI=1.78 e AI=0.85 </div><div>Journal of Econometrics: FI=1.80 e AI=2.83</div><div><br></div><div>Poder-se-ia argumentar que o SJR é um indicador mais relevante, como feito por outros membros de nossa lista. Vejamos então: </div><div><br></div><div>Journal of Statistical Physics: SJR=0.930 </div><div>Journal of Econometrics: SJR=5.191</div><div><br></div><div>Ou seja, as duas revistas têm FI semelhantes, o AI do JE é mais de três vezes superior ao do JSP e o SJR do JE é mais de cinco vezes e meia maior do que o do JSP. </div><div><br></div><div>Quais são as classificações QUALIS dessas revistas na nossa área? O Journal of Statistical Physics tem classificação A2 enquanto o Journal of Econometrics tem classificação B2. (Sim, B2!). Aliás, como notei, o Journal of Statistical Physics está classificado em 7 áreas do QUALIS e a única que o coloca no estrato A é a nossa. Convém também notar que o JSP tem classificação B2 na Física ao passo que o Journal of Econometrics tem classificação A1 na Economia. </div><div><br></div><div>Peguemos agora uma revista da Matemática para dar seguimento ao exemplo: Ergodic Theory & Dynamical Systems. Temos os seguintes indicadores: FI=0.84, AI=1.03 e SJR=1.193. Sua classificação QUALIS: A1. Os indicadores da revista são bem inferiores aos de várias (repito: várias) revistas da Estatística que estão classificadas como B1 e até mesmo B2. </div><div><br></div><div>O exemplo acima se mantém com outras revistas além do Journal of Econometrics. Ou seja, não se trata de um exemplo baseado num outlier. </div><div><br></div><div>(Pergunta 5) Disparidades como as apresentadas acima, que com maior frequência ocorrem em desfavor da Estatística, são justificáveis? </div><div><br></div><div>Concluo reforçando que, em minha opinião, deveríamos nos unir em torno de um ponto único: as correções de distorções que existem no seio do QUALIS que agrega revistas da (i) Matemática, (ii) Matemática Aplicada e (iii) Probabilidade/Estatística. Vencida essa etapa, poderíamos discutir agendas mais amplas. </div><div><br></div><div>Saudações a todos. </div><div><br></div><div>FC </div><div><br></div><div>cc: Prof. Luis Renato G. Fontes, membro do CA-MA do CNPq (área: Probabilidade e Estatística)</div><div>    Profa. Nancy Lopes Garcia, membro do CA-MA do CNPq (área: Probabilidade e Estatística)</div><div><br></div><div><br></div>-- <br><div class="gmail_signature"><div dir="ltr"><div><span style="color:rgb(0,0,0);font-family:arial;font-style:normal;font-variant-ligatures:normal;font-variant-caps:normal;font-weight:normal;letter-spacing:normal;line-height:normal;text-align:-webkit-auto;text-indent:0px;text-transform:none;white-space:normal;word-spacing:0px;font-size:small;float:none;display:inline">Francisco Cribari-Neto, email:<span> </span></span><a href="mailto:cribari@de.ufpe.br" style="font-family:arial;font-style:normal;font-variant-ligatures:normal;font-variant-caps:normal;font-weight:normal;letter-spacing:normal;line-height:normal;text-align:-webkit-auto;text-indent:0px;text-transform:none;white-space:normal;word-spacing:0px;font-size:small" target="_blank">cribari@de.ufpe.br</a><span style="color:rgb(0,0,0);font-family:arial;font-style:normal;font-variant-ligatures:normal;font-variant-caps:normal;font-weight:normal;letter-spacing:normal;line-height:normal;text-align:-webkit-auto;text-indent:0px;text-transform:none;white-space:normal;word-spacing:0px;font-size:small;float:none;display:inline"><span> </span>- "All theory, my friend, is gray, but green is life's glad golden tree." --Goethe (Faust)</span></div></div></div>
</div>