<div dir="ltr">FYI: Alguns graficos adicionais<div><a href="http://hedibert.org/wp-content/uploads/2018/07/if-sjr-qualis-hedibertlopes.pdf">http://hedibert.org/wp-content/uploads/2018/07/if-sjr-qualis-hedibertlopes.pdf</a><div><br></div></div><div>Abs,</div><div>Hedibert</div><div><br></div></div><br><div class="gmail_quote"><div dir="ltr">On Mon, Jul 16, 2018 at 12:27 PM Adriano Polpo de Campos <<a href="mailto:apolpo@ime.usp.br">apolpo@ime.usp.br</a>> wrote:<br></div><blockquote class="gmail_quote" style="margin:0 0 0 .8ex;border-left:1px #ccc solid;padding-left:1ex">Caros redistas,<br>
<br>
Vejo a discussão tomando diferentes rumos. Acho isso bem interessante,  <br>
pois mostra que o desconforto não é pontual. Em diversos aspectos  <br>
existem críticas (construtivas, ao meu ver) que podem colaborar para  <br>
crescermos como área.<br>
<br>
Não sei o quanto concordo com o Cribari em focarmos no QUALIS.  <br>
Explico: o QUALIS deveria ser utilizado para avaliação de grupos  <br>
(pós-graduações). Fixar neste ponto não acho que trará benefícios para  <br>
a transparência nas avaliações (avaliações de pessoas, projetos,  <br>
grupos, ...). Eu vejo a discussão mais como algo para trazermos  <br>
benefícios para área de uma maneira geral. Meu principal ponto da  <br>
discussão é a maior transparência para o sistema. Regras claras e  <br>
coerentes, que estimulem a área e não como está, com um grande  <br>
sentimento de injustiça.<br>
<br>
Entretanto, nesta mensagem, vou olhar para o QUALIS e colocar alguma  <br>
ponderações adicionais.<br>
<br>
Eu sou um crítico do QUALIS para avaliar pedidos de projetos  <br>
individuais. Entretanto, para avaliação de grupos, entendo que este  <br>
não é o pior dos mundos. Ainda assim, concordo que este deva ser  <br>
aperfeiçoado. Também, acho que a nossa área não sabe utilizá-lo.  <br>
Abaixo explico com mais detalhes.<br>
<br>
Com relação as 4 perguntas do Cribari sobre o QUALIS, entendo que uma  <br>
maior transparência e clareza na organização/confecção do QUALIS  <br>
ajudaria muito. Honestamente, entendo que o Cribari colocou apenas  <br>
alguns pontos/exemplos. O próprio Gauss em sua mensagem diz ter outros  <br>
inúmeros exemplos. Já o CORE/NÃO CORE é uma caixa preta que é ainda  <br>
mais complicada de ser justificada.<br>
<br>
Minhas ponderações (que apesar de numeradas, não são relacionadas as  <br>
questões do Cribari):<br>
1) O QUALIS tem como proposta avaliar revistas! Nunca foi e nunca será  <br>
a avaliação da qualidade dos trabalhos publicados. Sempre teremos  <br>
trabalhos bons em revistas "B", assim como sempre teremos trabalhos  <br>
ruins em revistas "A". Claro, o que se espera é que a maioria dos  <br>
trabalhos em revistas "A" sejam melhores que trabalhos em revistas  <br>
"B". Mas, não sei se isso é muito óbvio, ainda mais para área de  <br>
estatística que é tão diversa. Quase certamente, existem linhas de  <br>
pesquisa que não tem nenhuma de suas principais revistas no extrato  <br>
"A". Isso não faz com que o pesquisador seja ruim, nem os seus  <br>
trabalhos, mas este pesquisador nunca terá um artigo em revista "A".<br>
<br>
2) Outro ponto importante sobre o QUALIS é a sua construção:<br>
Para uma revista estar no QUALIS, algum pesquisador, vinculado a um  <br>
programa de pós-graduação na área, tem que ter publicado naquela  <br>
revista no período de avaliação do QUALIS. Por exemplo, a JASA não  <br>
está na classificação do quadriênio de 2013-2016 (exceto que eu tenha  <br>
feito a busca erroneamente). O Hedibert enviou aqui na lista alguns  <br>
estudos sobre fator de impacto e QUALIS, em que outras revistas  <br>
importantes estavam sem QUALIS.<br>
<br>
Acho que não precisamos discutir a JASA. Se algum brasileiro publicar  <br>
lá, certamente a JASA estará na classificação A1. Até ai, tudo normal,  <br>
exceto por um detalhe: Se a JASA entrar no A1, alguma A1 terá de virar  <br>
A2, alguma A2 terá de virar B1... e assim por diante. Claramente, o  <br>
"A" de hoje, tem grande chance de ser o "B" de amanhã. Deveria então  <br>
um pesquisador "escolher" revistas para publicar baseado no QUALIS?<br>
<br>
3) Outro detalhe, em geral, tem-se o vício de criticar a pessoa que  <br>
publica em revista "C". Claro, não estou aqui defendendo as revistas  <br>
"C's". Mas, o extrato "A1" representa x% do total de revistas a serem  <br>
incluídas no QUALIS da área (não me recordo do valor, mas utilizarei  <br>
x=10% como exemplo). Então, se tivermos pesquisadores que publicaram  <br>
trabalhos, no quadriênio, em 1000 revistas diferentes, 100 delas  <br>
poderiam estar no extrato A1. Vamos supor agora, que nossa área só tem  <br>
pessoas muito boas, que só publicam em lugares maravilhosos ("A1"), o  <br>
que vai acontecer no próximo quadriênio? ao invés de 1000 revistas,  <br>
teremos publicado somente em 100 revistas diferentes. Agora o extrato  <br>
A1 terá somente 10 revistas! Quer dizer que as outras 90 viraram B1,  <br>
B2, ... B5! Tornaram se revistas horríveis?<br>
<br>
Isto é, focar no QUALIS para "escolher onde publicar", fará com que  <br>
tenhamos um número reduzido de revistas (concentração de publicação em  <br>
poucas revistas). Consequentemente, diminuindo aquelas que estão no  <br>
extrato A. Por implicação óbvia, prejudicando a área.<br>
<br>
Aqueles que publicam nas mais diversas revistas B e C estão  <br>
contribuindo para aumentar a quantidade de revistas no extrato A!  <br>
Favorecendo a comparação da área (matemática, matemática aplicada,  <br>
probabilidade e estatística) em relação as demais áreas da CAPES. Que  <br>
também é importante para o crescimento do grupo. O Gauss disse em  <br>
mensagem aqui do trabalho árduo para conseguir aumentar a quantidade  <br>
de bolsas de produtividade e pesquisa. Não tem jeito, nós temos que  <br>
nos comparar com todos, não apenas dentro de nossos subgrupos.<br>
<br>
Deveríamos conseguir incentivar a todos, aumentando a quantidade de  <br>
pessoas na área, mas parece-me que os caminhos escolhidos tendem a  <br>
diminuir a quantidade de pessoas. A consequência para mim é muito  <br>
clara. Estamos rumando para a extinção da área.<br>
<br>
4) Claro, alguém pode dizer que eu estou exagerando, que isso nunca  <br>
irá acontecer (diminuir a quantidade de revistas no QUALIS)! Ok, faço  <br>
então a pergunta: Olhem o extrato B1 e vejam quantas revistas que nós  <br>
gostaríamos de publicar, que são boas e que nunca estarão no extrato  <br>
A! Simplesmente porque não "tem espaço" no extrato A para mais  <br>
revistas. Faz sentido?<br>
<br>
5) Agora, se eu não estiver enganado, nossa área tem 1484 revistas  <br>
listadas no QUALIS (2013-2016), das quais temos 99 delas A1 CORE (com  <br>
12 delas tendo a revista on-line e a impressa, será que contaram duas  <br>
vezes?) e 21 A1 NÃO_CORE, isto é 120 revistas A1 (8% de revistas A1).  <br>
Agora, vejam que curioso, 10 revistas do extrato A1 são de  <br>
probabilidade e estatística! Como sei disso? Não sei, apenas olhei os  <br>
nomes das revistas e decidi o que era probabilidade e estatística,  <br>
então posso estar errado... mas duvido que estou muito errado (poderia  <br>
chegar a 15 revistas de probabilidade e estatística).<br>
<br>
Sei que temos menos programas de pós-graduação em probabilidade e  <br>
estatística (consequentemente, menos pesquisadores e provavelmente  <br>
menos publicações) do que as matemáticas. Mas será que a proporção é  <br>
de 10 revistas A1 de probabilidade e estatística para 110 de  <br>
matemáticas?<br>
<br>
<br>
Considerando as diversas mensagens dos colegas sobre o QUALIS,  <br>
adicionando as minhas ponderações, só posso concluir uma coisa: O  <br>
QUALIS é danoso para área! Seja ele utilizado para avaliação de grupos  <br>
ou, principalmente, para avaliação de pesquisadores!!! Ok, parece-me  <br>
que este já é um ponto claro e óbvio.<br>
<br>
Será que tem como melhorá-lo? Será que é este o caminho que devemos seguir?<br>
Eu vejo que se melhorar o QUALIS teremos uma melhora para área,  <br>
talvez, apenas pontual e passageira. Não sei se seria de fato uma  <br>
mudança significativa para o avanço da área como um todo. Além disso,  <br>
não vejo os matemáticos (aplicados ou puros) como os nossos inimigos.  <br>
Eu acho que a nossa discussão deve ser pautada por racionalismo, que  <br>
seja propositiva e que funcione melhor para a área como um todo. Não  <br>
adianta "melhorar" para um grupo em particular (que seja probabilidade  <br>
e estatística) em detrimento dos outros (matemáticas), pois isso  <br>
manterá as injustiças. Eu penso que devemos construir algo que seja  <br>
claro, transparente e razoável para todos os envolvidos, grupos,  <br>
subgrupos, ...<br>
<br>
Termino minha mensagem com a mesma pergunta que fiz anteriormente:<br>
Como deveríamos seguir com a discussão para tentar de fato melhorar o sistema?<br>
(avaliações transparentes, claras e menos injustas)<br>
<br>
<br>
Saudações,<br>
<br>
Adriano.<br>
<br>
<br>
2018-07-12 12:06 GMT-03:00 Francisco Cribari <<a href="mailto:cribari@de.ufpe.br" target="_blank">cribari@de.ufpe.br</a>>:<br>
> Caros:<br>
><br>
> Entendo que o ideal seria buscarmos alguns pontos básicos de concordância. O<br>
> documento da CAPES que detalha a classificação QUALIS em nossa área se<br>
> encontra em<br>
><br>
> <a href="http://capes.gov.br/images/documentos/Qualis_periodicos_2016/Qualis_Periodicos_Area_01__2016_08_08_MATEM%C3%81TICA.pdf" rel="noreferrer" target="_blank">http://capes.gov.br/images/documentos/Qualis_periodicos_2016/Qualis_Periodicos_Area_01__2016_08_08_MATEM%C3%81TICA.pdf</a><br>
><br>
> A primeira coisa que chama a atenção é a aguda disparidade de critérios<br>
> usados (i) pela Matemática, (ii) pela Matemática Aplicada e (iii) pela<br>
> Probabilidade/Estatística. Dado que o QUALIS final é único para as três<br>
> áreas, chegamos à primeira pergunta:<br>
><br>
> (PERGUNTA 1) Alguma divergência de critérios é inevitável, mas será que<br>
> divergência tão acentuada de critérios é desejável?<br>
><br>
> Sobre tal pergunta, notemos que o conceito de uma dada revista pode ser<br>
> muito diferente dependendo de se sua avaliação é feita no escopo da<br>
> Matemática Aplicada ou no escopo da Probabilidade e Estatística. Suponhamos,<br>
> por exemplo, que o pesquisador X publique na revista Y, que ainda não está<br>
> classificada. Se o pesquisador X fizer parte de um programa de pós-graduação<br>
> em Matemática ou Matemática Aplicada, a classificação da revista Y pode ser<br>
> uma; se tal pesquisador fizer parte de uma pós-graduação em Estatística, por<br>
> outro lado, a classificação da revista Y pode ser outra.<br>
><br>
> As classificações das revistas em nossa área (Probabilidade e Estatística)<br>
> são muito determinadas por seus tempos medianos de citação ("cited<br>
> half-life", HL). Eu inclusive mostrei a dominância desse critério ao<br>
> representante de área anterior da CAPES, prof. Lorenzo Díaz, numa reunião<br>
> que tive com ele e com mais alguns membros convidados de nossa comunidade no<br>
> IME/USP em maio de 2016. Tal critério, contudo, parece ser mais pertinente<br>
> para contribuições feitas nas áreas de Probabilidade e Estatística<br>
> Matemática, onde se espera haver perenidade de resultados. Não está claro<br>
> por que tal critério é relevante para contribuições feitas, por exemplo, nos<br>
> domínios da Estatística Computacional e da Estatística Aplicada. Chegamos,<br>
> assim, à segunda pergunta:<br>
><br>
> (Pergunta 2) Faz sentido as classificações de nossas revistas serem tão<br>
> influenciada pelo critério HL?  Adicionalmente, não está claro como  <br>
> é feita a separação de revistas "core" e<br>
> "não-core". Mais uma pergunta:<br>
><br>
> (Pergunta 3) Faz sentido colocar revistas como o International Journal of<br>
> Forecasting e o Journal of Forecasting, que são revistas de séries<br>
> temporais, como "não core"?<br>
><br>
> Não está claro também se há alguma regra que determine que boas revistas de<br>
> outras áreas não podem integrar o estrato A do nosso QUALIS. Parece<br>
> inclusive haver divergência sobre como tratar boas revistas de outras áreas<br>
> entre a Probabilidade/Estatística e a Matemática Aplicada.<br>
><br>
> (Pergunta(s) 4) Revistas de elite de outras áreas podem integrar o estrato A<br>
> do nosso QUALIS de acordo com os critérios da Probabilidade/Estatística? Há<br>
> conformidade com o que é feito na Matemática Aplicada nesse quesito?<br>
><br>
> Retorno agora a um ponto que levantei em minha mensagem inicial: as<br>
> classificações de muitas revistas da Estatística parecem estar em<br>
> desvantagem relativa, com todos os ajustes e mutatis mutandis pertinentes,<br>
> relativamente ao que vemos na Matemática, na Matemática Aplicada e até mesmo<br>
> na Probabilidade. Peguemos, a título de exemplificação, duas revistas, a<br>
> saber: Journal of Statistical Physics (uma revista em probabilistas<br>
> publicam) e Journal of Econometrics (uma revista de Econometria, portanto<br>
> ligada à área de Estatística). Vejamos dois indicadores relvantes dessas<br>
> revistas, fator de impacto (FI) e article influence (AI):  Journal  <br>
> of Statistical Physics: FI=1.78 e AI=0.85<br>
> Journal of Econometrics: FI=1.80 e AI=2.83<br>
><br>
> Poder-se-ia argumentar que o SJR é um indicador mais relevante, como feito<br>
> por outros membros de nossa lista. Vejamos então:<br>
><br>
> Journal of Statistical Physics: SJR=0.930<br>
> Journal of Econometrics: SJR=5.191<br>
><br>
> Ou seja, as duas revistas têm FI semelhantes, o AI do JE é mais de três<br>
> vezes superior ao do JSP e o SJR do JE é mais de cinco vezes e meia maior do<br>
> que o do JSP.<br>
><br>
> Quais são as classificações QUALIS dessas revistas na nossa área? O Journal<br>
> of Statistical Physics tem classificação A2 enquanto o Journal of<br>
> Econometrics tem classificação B2. (Sim, B2!). Aliás, como notei, o Journal<br>
> of Statistical Physics está classificado em 7 áreas do QUALIS e a única que<br>
> o coloca no estrato A é a nossa. Convém também notar que o JSP tem<br>
> classificação B2 na Física ao passo que o Journal of Econometrics tem<br>
> classificação A1 na Economia.<br>
><br>
> Peguemos agora uma revista da Matemática para dar seguimento ao exemplo:<br>
> Ergodic Theory & Dynamical Systems. Temos os seguintes indicadores: FI=0.84,<br>
> AI=1.03 e SJR=1.193. Sua classificação QUALIS: A1. Os indicadores da revista<br>
> são bem inferiores aos de várias (repito: várias) revistas da Estatística<br>
> que estão classificadas como B1 e até mesmo B2.<br>
><br>
> O exemplo acima se mantém com outras revistas além do Journal of<br>
> Econometrics. Ou seja, não se trata de um exemplo baseado num outlier.<br>
><br>
> (Pergunta 5) Disparidades como as apresentadas acima, que com maior<br>
> frequência ocorrem em desfavor da Estatística, são justificáveis?<br>
><br>
> Concluo reforçando que, em minha opinião, deveríamos nos unir em torno de um<br>
> ponto único: as correções de distorções que existem no seio do QUALIS que<br>
> agrega revistas da (i) Matemática, (ii) Matemática Aplicada e (iii)<br>
> Probabilidade/Estatística. Vencida essa etapa, poderíamos discutir agendas<br>
> mais amplas.<br>
><br>
> Saudações a todos.<br>
><br>
> FC<br>
><br>
> cc: Prof. Luis Renato G. Fontes, membro do CA-MA do CNPq (área:<br>
> Probabilidade e Estatística)<br>
>     Profa. Nancy Lopes Garcia, membro do CA-MA do CNPq (área: Probabilidade<br>
> e Estatística)<br>
><br>
><br>
> --<br>
> Francisco Cribari-Neto, email: <a href="mailto:cribari@de.ufpe.br" target="_blank">cribari@de.ufpe.br</a> - "All theory, my friend,<br>
> is gray, but green is life's glad golden tree." --Goethe (Faust)<br>
><br>
> _______________________________________________<br>
> abe mailing list<br>
> <a href="mailto:abe@lists.ime.usp.br" target="_blank">abe@lists.ime.usp.br</a><br>
> <a href="https://lists.ime.usp.br/listinfo/abe" rel="noreferrer" target="_blank">https://lists.ime.usp.br/listinfo/abe</a><br>
><br>
<br>
<br>
_______________________________________________<br>
abe mailing list<br>
<a href="mailto:abe@lists.ime.usp.br" target="_blank">abe@lists.ime.usp.br</a><br>
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