<div dir="ltr"><div>Caro Luis,</div><div><br></div><div>Eu adicionaria comentando que a profissão do estatístico tinha um papel mais claro antes do advento da Ciência de Dados. No entanto, mais recentemente a estatística passou a ser utilizada de forma mais variada, criativa e por diversos profissionais. O conhecimento da estatística se tornou democrático, com cursos de altíssimo nível disponibilizados gratuitamente em plataformas online como o Coursera, Stanford, EdX e outras.<br></div><div><br></div><div>Atualmente, o sistema CONFE/CONRE não desempenha suas funções de forma ideal. No entanto, para que o conselho - e, com isso, a profissão do estatístico - possa deixar de existir com segurança, no mínimo duas frentes precisariam de atenção urgente:</div><div><br></div><div>1. As pesquisas eleitorais devem ser fiscalizadas. Por exemplo, através de uma comissão especial dentro do TSE ou outra alternativa similar.</div><div>2. A divulgação da estatísticos / cientista de dados deve ser prioridade da ABE, para que seja feita de forma responsável e com excelência acadêmica. Atualmente, a entidade que mais trabalha na frente de divulgação é o CONRE3, seguida por influenciadores digitais (alguns: Adriana Silva, Teo Calvo, Thiago Marques, e a própria Curso-R).<br></div><div><br></div><div>Empiricamente, é fácil de verificar as duas necessidades. <br></div><div><br></div><div>1. Ao analisar o repositório de pesquisas eleitorais (pesqEle) do TSE, observamos uma grande concentração de pesquisas em alguns nomes que não são ligados a grandes institutos de pesquisa, além de registros falsos de estatísticos. Para facilitar a consulta, eu montei em 2018 um pacote em R que faz a raspagem desses dados (web scraping). O pacote não está funcionando 100%, mas envio a base de dados mais recente que tenho em anexo (baixada em 19/06/2020) se quiserem analisar. Na época também fizemos um dashboard em shiny para acessar as informações (não está atualizado).<br></div><div><br></div><div>- Link do pesqEle: <a href="http://www.tse.jus.br/eleicoes/pesquisa-eleitorais/consulta-as-pesquisas-registradas" target="_blank">http://www.tse.jus.br/eleicoes/pesquisa-eleitorais/consulta-as-pesquisas-registradas</a></div><div>- Link do pacote em R: <a href="https://github.com/conre3/pesqEle" target="_blank">https://github.com/conre3/pesqEle</a></div><div>- Link do app: <a href="https://rseis.shinyapps.io/pesqEle/">https://rseis.shinyapps.io/pesqEle/</a> <br></div><div><br></div><div>2. Basta comparar o número de formandos em estatística nos EUA e no Brasil (imagem em anexo). Esse crescimento está acontecendo no mundo todo. No Brasil, a demanda por estatísticos aumentou muito nos últimos anos, mas a oferta não. <br></div><div><br></div><div>Para aprimorar o ponto (2) é preciso<br></div><div><br></div><div>i) Criar e desenvolver mais cursos como o de Estatística e Ciência de Dados / Bacharelado em Ciência de Dados do ICMC-USP, incorporando termos relacionados ao Aprendizado Estatístico no vocabulário base da estatística.<br></div><div>ii) Através da sociedade civil, incluindo institutos e associações como a ABE, divulgar mais a importância e seriedade do trabalho do estatístico, para que fique mais popular nas escolas.</div><div><br></div><div>Dessa forma, é possível fazer a área crescer com responsabilidade e excelência acadêmica, reduzindo a probabilidade de se tornar apenas um hype vazio.<br></div><div><br></div><div>Claro que é só minha opinião :) o que acham?<br></div><div><br></div><div>Atenciosamente,</div><div><br></div><div><div><div dir="ltr" data-smartmail="gmail_signature"><div dir="ltr">--Julio</div></div></div><br></div></div><br><div class="gmail_quote"><div dir="ltr" class="gmail_attr">On Thu, Jul 16, 2020 at 8:45 PM Luis Paulo Braga <<a href="mailto:lpbraga@geologia.ufrj.br" target="_blank">lpbraga@geologia.ufrj.br</a>> wrote:<br></div><blockquote class="gmail_quote" style="margin:0px 0px 0px 0.8ex;border-left:1px solid rgb(204,204,204);padding-left:1ex"><div dir="ltr">Áreas como matemática e computação não exigem registro profissional, se for ensinar, dependendo do nível pode ser necessário ter licenciatura, ou mestrado, ou doutorado. O motivo básico para isto é que ambas as áreas interagem com todos os ramos do conhecimento humano, então exigir que qualquer atividade que envolvesse matemática ou computação fosse realizada por um profissional registrado exigiria super conselhos federais movimentando um montante de anuidades fabuloso.  O caso da estatística não é diferente, daí a dificuldade de operacionalizar a regulamentação da profissão fora daquilo que era o seu cerne há 50 anos atrás. Os conselhos profissionais no Brasil arrecadam no total quase 2 bilhões de reais por ano!* No entanto, a todo momento somos brindados com casos rumorosos de imperícia profissional - por exemplo, as tradicionais pesquisas eleitorais. Acho que seria mais produtivo os conselhos se concentrarem em alguns campos mais específicos cujos impactos sociais, econômicos e ambientais fossem mais prejudicados por uma atuação inadequada. Alguém falou em controle de qualidade, por exemplo. Por outro lado, insistir em formalizar tudo, chegando ao absurdo de se sobrepor à governança das universidades quanto a repercussão de uma atividade interna a elas, como a oferta de uma disciplina, só vai aumentar a cobrança da sociedade da efetividade desse e de outros conselhos regionais e federais. * Os Conselhos Profissionais estão cumprindo o seu papel? 

<a href="https://drive.google.com/file/d/1pyBZenkBc4xMCg7OsykuNPrj5eviPzxs/view" target="_blank">https://drive.google.com/file/d/1pyBZenkBc4xMCg7OsykuNPrj5eviPzxs/view</a></div>
_______________________________________________<br>
abe mailing list<br>
<a href="mailto:abe@lists.ime.usp.br" target="_blank">abe@lists.ime.usp.br</a><br>
<a href="https://lists.ime.usp.br/listinfo/abe" rel="noreferrer" target="_blank">https://lists.ime.usp.br/listinfo/abe</a><br>
</blockquote></div>