[ABE-L] Polêmica sobre pesquisa estatística da FEE

Aishameriane Schmidt aishameriane em gmail.com
Seg Maio 18 14:45:14 -03 2015


O Conre-4 se pronunciou a respeito do link que a Dóris postou em seu site e
no facebook:

http://www.conre4.org.br/texto.asp?cod=85

2015-05-18 14:37 GMT-03:00 Doris Fontes <dsfontes em gmail.com>:

> Artigo publicado no CORREIO DO POVO (RS) em 18/05/2015, cujo autor,
> criticando a pesquisa, diz *que a economia e a estatística são ciências
> gastronômicas e de alfaiataria: tem para todos os gostos e medidas.*
>
> http://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/?p=7182
>
>
> Doris
>
>
>
> Em 17 de maio de 2015 21:11, Denise Britz do Nascimento Silva <
> denisebritz em gmail.com> escreveu:
>
>> Caros
>> escrevo alguns dias após o assunto da análise dos dados da pesquisa da
>> FEE (e da PNAD2013)  já ter "saído de cartaz" na nossa lista de discussão.
>> Mas.. não resisti..já que o assunto é importante e interessante. Não sabia
>> do ocorrido e achei bom que a informação sobre a polêmica tenha sido
>> trazida para nossa lista de discussão.
>>
>> Desejo apenas somar algumas informações e comentários.  Assim como alguns
>> colegas escreveram, acho que o mais importante na discussão é a correta
>> análise dos dados e não o software que foi utilizado.
>>
>> Completando a mensagem do Pedro....
>>
>> Após a publicação da dissertação da Simone Rodrigues em 2003, que estimou
>> o diferencial de salários entre gêneros com base nos dados da PNAD
>> ressaltando a importância de levar em consideração o desenho amostral da
>> pesquisa, outro aluno do mestrado da ENCE  (Alexandre Pinto) desenvolveu
>> uma dissertação também sobre o tema de desigualdade salárial.
>>
>> A novidade aqui foi a incorporação do plano amostral da pesquisa ao
>>  estimar os coeficientes de discriminação (entre sexo e raça) desta vez
>> utilizando, além da decomposição de Oaxaca e da equação de salários de
>> Mincer, os modelos de Heckman para dar conta do viés de seleção (
>> seletividade) da informação de salários.
>>
>> A dissertação, defendida em 2005,  está disponível na página da ENCE
>>
>>
>> http://www.ence.ibge.gov.br/images/ence/doc/mestrado/dissertacoes/2005/alexandre_pinto_de_carvalho_TC.pdf
>>
>> Trabalhos sobre a dissertação foram divulgados através de relatório
>> técnico da EPGE - FGV - Ensaios Econômicos -  no. 638 - Dezembro de 2006
>> e no Encontro da ABEP em 2006 (ambos em anexo).
>>
>> Sendo assim...escrevo para registrar que é muito bom ver a utilização de
>> estatísticas públicas para análise das questões sociais contemporâneas do
>> país. Já nos trabalhos publicados em 2003 e 2005/2006, as análises
>> indicavam que o diferencial existia ( em favor do sexo masculino) mas que o
>> seu impacto (ou força) deveria ser analisado controlando-se por fatores
>> sócio-demográficos e educacionais dos indivíduos. Assim..  o diferencial na
>> chamada análise não-controlada por este fatores sempre apresenta efeitos
>> maiores.
>>
>> Meus comentários sobre a questão tratada na mensagem original sobre o
>> assunto são:
>>
>>
>>    -  o cuidado que devemos ter ao analisar dados provenientes de
>>    pesquisas amostrais (utilizar métodos de estimação que incorporem não
>>    apenas o peso, mas também o desenho amostral da pesquisa);
>>
>>
>>    - o repúdio a qualquer ato que desqualifique um trabalho técnico ou
>>    científico caso o resultado não agrade ao leitor.
>>
>>
>> Abraços e segue um resumo do trabalho do Alexandre Pinto (2005,2006).
>> Denise
>> ========================================================
>> Diferenciais de Salários por Raça e Gênero: Aplicação dos procedimentos
>> de Oaxaca e Heckman em Pesquisas Amostrais Complexas
>> " A estimação da equação de salários tem sido amplamente utilizada em
>> estudos relativos à discriminação no mercado de trabalho brasileiro segundo
>> cor e sexo. Os resultados revelam os efeitos dos determinantes do salário
>> segundo características individuais e do posto de trabalho. O propósito
>> destes trabalhos é avaliar a situação em que indivíduos com atributos
>> produtivos semelhantes, exceto pela cor ou sexo, têm salários tão
>> diferenciados. .......
>> ...........................
>>  No entanto, alguns dos estudos que utilizam dados provenientes de
>> pesquisas amostrais complexas, como a Pesquisa Nacional por Amostra de
>> Domicílios (PNAD) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
>> Estatística (IBGE), não incorporam o plano amostral em suas análises.
>> .................................
>> .................................
>>  O objetivo principal desta dissertação é decompor o diferencial da média
>> do logaritmo do salário/hora com ênfase na cor e sexo dos trabalhadores
>> brasileiros (homens de cor branca, mulheres de cor branca, homens de cor
>> preta ou parda e mulheres de cor preta ou parda). A metodologia, baseada no
>> modelo de capital humano, consiste em estimar a equação de salários
>> (Mincer, 1974) com a correção do viés de seleção das informações dos
>> salários através do procedimento de Heckman (1979).
>>
>> O procedimento da decomposição do diferencial de salários é baseado no
>> trabalho de Oaxaca (1973) composto por dois efeitos: características
>> produtivas individuais e da discriminação. A análise empírica tem como foco
>> o uso adequado de procedimentos de modelagem estatística em pesquisas por
>> amostragem complexa, conforme os trabalhos de Skinner e Smith (1989) e
>> Pessoa e Silva (1998). "
>>
>>
>> Em 13 de maio de 2015 10:00, Gabriel Afonso Marchesi Lopes <
>> marchesilopes em hotmail.com> escreveu:
>>
>>> Prezados,
>>>
>>> Não sei se vocês estão a par da polêmica envolvendo a pesquisa da FEE
>>> (Fundação de Economia e Estatística do RS) denominada “Relatório sobre o
>>> mercado de trabalho do Rio Grande do Sul — 2001-13”.
>>>
>>> O relatório foi elaborado pelos pesquisadores Guilherme Stein e Vanessa
>>> Neumann Sulzbach (Economistas) e pela Pesquisadora Mariana Bartels
>>> (Estatística).
>>>
>>> A polêmica gira em torno do fato de que a pesquisa concluiu que as
>>> mulheres brasileiras ganham 20% menos que os homens, mas só 7% não podem
>>> ser explicados pela diferença de produtividade. Esta conclusão, por
>>> contrariar algumas teses ideológicas, fez com que surgissem uma série de
>>> ofensas contra os pesquisadores, além de pedidos de demissão de Diretores
>>> da FEE.
>>>
>>> Em razão desta série de críticas de cunho ideológico, 135 economistas,
>>> a maioria mestres e doutores, muitos de renome nacional e internacional,
>>> como Gustavo Franco e Gustavo Loyola, ex-Presidentes do Banco Central,
>>> emitiram um manifesto em defesa dos pesquisadores e considerando a
>>> metodologia estatística e econômica utilizada por eles como adequada.
>>>
>>> Para quem se interessar sobre o assunto, segue o “Manifesto de apoio aos
>>> pesquisadores da FEE, à própria instituição e a seu presidente” assinado
>>> pelos economistas: https://sites.google.com/site/manifestoeconomistasrs/
>>>
>>> E aqui segue o link da pesquisa:
>>> http://www.fee.rs.gov.br/wp-content/uploads/2015/04/20150504relatorio-sobre-o-mercado-de-trabalho-do-rio-grande-do-sul-2001-13.pdf
>>>
>>> Abraços,
>>>
>>> --
>>> Gabriel Afonso Marchesi Lopes
>>> Atuário MTb/MIBA nº 2.068
>>> Estatístico CONRE/4ª Região nº 9.765
>>> Pós-graduado em Perícia e Auditoria - NECON/UFRGS
>>> Telefone: (0xx51) 9727.2524
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