[ABE-L] Amostragem probabilistica existe?

Pedro Luis do Nascimento Silva pedronsilva em gmail.com
Qua Set 2 08:54:47 -03 2015


Se é verdade que a não resposta complica a vida de qualquer amostra,
inclusive as probabilísticas, afirmar que amostragem probabilística não
existe é negar uma forma de pensar e modelar que é muito bem sucedida em
resolver problemas em várias áreas do conhecimento.

O Neale cita um parágrafo em que o autor afirma isso num cenário em que as
taxas de resposta são inferiores a 10%.

Em primeiro lugar, há muitas pesquisas por amostragem probabilística em que
não ocorre não resposta, pois os pesquisadores simplesmente vão observar ou
medir unidades que estão disponíveis, apenas são muito numerosas para se
pesquisar por um censo.

Aqui no Brasil, as pesquisas domiciliares do IBGE, por exemplo, costumam
ter taxas de resposta superiores a 90%.

Então a afirmação do Gelman não se aplica, e amostragem probabilística
poderia existir nesse caso... Como para existir basta um caso, o 'teorema'
do Gelman está rejeitado.

É verdade que  tem gente que afirma que não há como fazer inferência com
amostras não probabilísticas. O que eu digo é que não vale querer aplicar
os métodos desenvolvidos para amostras probabilísticas para amostras que
não satisfazem os requisitos destas. O importante em qualquer caso é
explicitar o referencial ou modelo que justifica as inferências. Aí tem
espaço para todos, sem necessidade de uns ficarem excluindo os outros
(modelos, métodos, etc.).

Provocativamente, Pedro.

2015-09-01 9:59 GMT-03:00 Neale El-Dash <neale.eldash em gmail.com>:

> Segue um artigo do Gelman publicado no Washington Post sobre pesquisas
> eleitorais. O comeco do artigo discute alguns detalhes metodologicos sobre
> pesquisas telefonicas/online feitas nos EUA. Mas o final vale pra qualquer
> lugar, qualquer metodologia. Segue um paragrafo que eu gosto bastante, e
> resume tambem minha opiniao sobre o assunto:
>
> "In real life there are no probability samples of humans. With survey
> response rates below 10 percent, there is no way to know the probability of
> an individual being included in the sample. You can know the probability
> that the survey organization will *try* to reach a person — that’s easy,
> it just depends on exactly how the address or telephone number or e-mail is
> sampled from a given list. But it’s impossible to know the probability that
> this person will actually be included in the sample, as this depends on the
> probability that the person is reached, multiplied by the probability that
> he or she agrees to respond, given that he or she is reached. And neither
> of these two probabilities is ever known"
>
> Link para o artigo:
>
> http://www.washingtonpost.com/blogs/monkey-cage/wp/2015/08/31/heres-why-you-should-worry-about-the-polls-for-the-2016-u-s-elections-and-beyond/
>
> --
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