[ABE-L] Ranking de universidades: Comentários de Renato Pedrosa

Carlos Alberto de Bragança Pereira cpereira em ime.usp.br
Qui Set 7 13:23:42 -03 2017


Infelizmente não consigo colocar aqui neste e-mail a tabela mais completa
C
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From: Simon Schwartzman <simon em schwartzman.org.br>
Date: 2017-09-07 13:58 GMT+02:00
Subject: [Site] [Simon's Site] Renato Pedrosa: O Brasil no ranking
universitário THE 2017-2018
To: Site simon <site em lists.schwartzman.org.br>

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Renato Pedrosa: O Brasil no ranking universitário THE 2017-2018
By Simon on Sep 06, 2017 02:48 pm
Escreve Renato H. Pedrosa, do Laboratório de Estudos em Educação
Superior DPCT/IG da Unicamp:

Os resultados do ranking mundial de universidades THE 2017-18, publicados
no dia 5/9, receberam atenção da mídia, que enfatizou o fato de que o
número de instituições brasileiras entre as 1000 melhores do mundo caiu
de 27 para 21, em relação ao ranking do ano anterior. Apesar de ser um
ponto importante, há outros aspectos da participação brasileira que
merecem comentário.

Primeiramente, o ranking anterior (THE 2016-2017) listava 981
instituições, o corrente inclui 1.102. O número total de universidades
brasileiras subiu de 27 para 32, um aumento de participação de 2,8% para
3,0% do total.

Como comparação, o número de universidades chinesas passou de 52 para 63
(de 5,3% para 5,7% do total), e o número delas entre as 1000 primeiras
passou de 52 para 60, indicando que o sistema chinês ampliou sua
competitividade, enquanto o do Brasil o perdeu, por esse critério. Olhando
o grupo das 500 primeiras classificadas, o Brasil passou de duas (USP e
Unicamp) para três universidades (Unifesp a mais). A China, em
comparação, tem 22 universidades nesse grupo (eram 21 no ano anterior).
Mas o maior contraste está no grupo de elite, as 200 primeiras. Ali, o
Brasil não tem nenhuma instituição, a China coloca sete, sendo duas
entre as 50 primeiras (U. Peking, 27a, e U. Tsinghua, 30a). A Coreia do
Sul, outro país asiático, tinha 25 universidades no ano passado e agora
inclui 27. Entretanto, coloca quatro entre as top200 e duas entre as 100
primeiras. Entre as 500 primeiras, são 11 universidades, nos dois últimos
rankings, mostrando um desempenho muito superior ao do Brasil.

Observando o grupo brasileiro em mais detalhes, destacam-se a ascensão da
Unifesp, que subiu de faixa, da 601-800 para a 501-600, com escore final
passando de 27,5 para 30,9; a queda da UFPr, do grupo 601-800 para o 1000+,
com queda no escore final de 19,0 para 12,6 pontos; e a eliminação da
UFBa (que estava no grupo >800 com escore 13,1). Como é impossível que
uma instituição apresente variações reais muito significativas entre
dois anos, parte das variações se deve a mudanças na forma como as
universidades passam as informações para os órgãos que desenvolvem os
rankings. Esse deve ser o caso da UFPr e da UFBa.

Hoje, na China, na Coreia do Sul e mesmo em países europeus nos EUA, há
órgãos internos nas universidades cuja finalidade é coletar, organizar e
transferir informações para órgãos de governo e outros, como os que
publicam os rankings. Isso ainda é incipiente no Brasil, mas os dados
desses dois últimos anos do THE mostram que, com poucas exceções, todas
as universidades melhoraram seus escores finais, algumas
significativamente, além da Unifesp: Unesp (+3,4), UFSCar (+3,4), UFABC
(+2,9), UEL (+2,8), UFCe (+2,7), UFPe (+2,6) e UFOP (+2,5). As que
apresentaram queda no escore final foram: USP (-0,8), UERJ (-1,7), UFLavras
(-2,4) e a UFPr (-6,4) (veja a tabela geral com escores nos dois anos,
classificações no ranking e no grupo, e variação entre escores).

Um comentário final: muitos questionaram como a Unicamp poderia ter sido a
primeira colocada no ranking THE Latin America e agora aprece atrás da USP
no ranking mundial. A resposta está em como os indicadores estão
construídos. Tanto os de ensino quando os de pesquisa levam em conta
pesquisas de reputação, sendo que, no caso do THE LaTam, os pesquisados
são pessoas da AL. No caso do THE internacional, são pessoas de todo
mundo. A USP seria mais reconhecida no contexto mais amplo do que no
contexto restrito, em relação à Unicamp, resultando na inversão da
classificação.
-- 
Carlos Alberto de Bragança Pereira
http://www.ime.usp.br/~cpereira
http://scholar.google.com.br/citations?user=PXX2AygAAAAJ&hl=pt-BR
Stat Department - Professor & Head
University of São Paulo

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