[ABE-L] Fwd: [Release] Dispositivo revela em poucos minutos se paciente tem hepatite C

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Seg Jul 16 16:01:26 -03 2018


---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Comunicação SEL-USP <comunica.sel em usp.br>
Data: 16 de julho de 2018 14:13
Assunto: [Release] Dispositivo revela em poucos minutos se paciente tem
hepatite C
Para:


*release disponível em: http://www.sel.eesc.usp.br/posgraduacao/?p=7129
<http://www.sel.eesc.usp.br/posgraduacao/?p=7129>*

*Dispositivo revela em poucos minutos se paciente tem hepatite C*

*Desenvolvido por pesquisador da USP, aparelho eletrônico reduz custos de
exames e analisa sangue com mais precisão*

O diagnóstico precoce da hepatite C, infecção viral que afeta o fígado, é
fundamental para evitar sua progressão e impedir que o indivíduo contagiado
transmita a doença para outras pessoas. No entanto, os exames convencionais
para identificar a enfermidade não são totalmente precisos e podem
comprometer o resultado da avaliação médica. Além disso, alguns exames
apresentam elevado custo e levam dias até apontar o diagnóstico. Pensando
em propor uma solução a esse cenário, o pesquisador João Paulo de Campos da
Costa, da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, criou um
dispositivo eletrônico mais rápido, exato e barato, que revela em poucos
minutos se a pessoa está com a doença.

O indivíduo infectado com o vírus da hepatite C, o VHC, possui em seu
sangue – local onde estão as células de defesa do organismo – o anticorpo
que combate a doença, chamado de anti-VHC. Para que o equipamento da USP
detecte se a pessoa contém esse anticorpo o procedimento é o seguinte: a
partir do sangue extraído são realizados procedimentos em laboratório até
que uma gota do composto final seja pingada sobre um pequeno sensor
eletroquímico que contém uma proteína do VHC. “Caso a pessoa possua os
anticorpos contra o vírus, eles irão ‘se ligar’ com a proteína viral,
gerando uma reação que diminui a corrente elétrica que passa pelo aparelho.
É justamente essa redução na corrente que nos indica a infecção da pessoa”,
explica Costa.

Segundo o pesquisador, o equipamento possui mil vezes mais sensibilidade
para detectar o anti-VHC se comparado aos modelos de exames convencionais
que, algumas vezes, não são capazes de identificar pequenas quantidades de
anticorpos. O dispositivo, que custou cerca de R$ 430,00, exibe o
diagnóstico em, no máximo, dez minutos. “Alguns exames levam até uma semana
para ficarem prontos na rede pública e aqueles que utilizam sistemas
eletroquímicos para diagnóstico são muito caros, podendo chegar a mais de
R$ 20 mil”, afirma João Paulo que desenvolveu a tecnologia durante seu
mestrado no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da EESC.

Os resultados obtidos pelo aparelho são transmitidos por rede sem fio
diretamente para um aplicativo de celular que poderá ser utilizado por
profissionais da saúde. Intuitivo e com simples funcionamento, o *app* ainda
é capaz de armazenar o exame do paciente em um cartão de memória e
enviá-lo, via e-mail ou redes sociais, como WhatsApp e Facebook, ao médico
responsável que irá interpretar o diagnóstico e definir o melhor tratamento
da pessoa infectada.

Atualmente, o diagnóstico da hepatite C pode ser feito por meio de exames
sorológicos, testes moleculares, além da biópsia hepática – exame realizado
para determinar o grau do processo inflamatório, o estágio de fibrose e se
há presença de cirrose no tecido hepático. De acordo com o especialista,
esses exames demandam tempo, equipamentos especiais, laboratórios com
infraestrutura adequada, profissionais especializados e qualificados e, no
caso da biópsia, trata-se de um exame invasivo e que pode trazer riscos e
complicações à saúde.

Para auxiliar o médico no tratamento mais específico de cada paciente, o
sistema desenvolvido pelo pesquisador também pode ser programado para
quantificar os anticorpos encontrados no soro sanguíneo, e até mesmo atuar
no diagnóstico de outras doenças crônicas virais, como o HIV e outros tipos
de hepatite. “É uma plataforma muito completa, permite diversas aplicações
e agiliza o processo de diagnóstico da Hepatite C”, diz Paulo Inácio,
biomédico e professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCFAR) da
UNESP, em Araraquara (SP), entidade parceira no estudo.

Composto por um microcontrolador, amplificadores de sinal, bateria e
sistema de recepção e envio de dados sem fio, o dispositivo pode ser
facilmente replicado pela indústria. “Criar um aparelho de baixo custo e
que pudesse ser produzido em larga escala era um dos meus objetivos desde o
início do trabalho”, revela Costa que já atuou em um estudo na área de
nanotecnologia aplicada à saúde em 2016. Naquela ocasião, a pesquisa tinha
como objetivo desenvolver um biossensor para detecção precoce de hepatite C
e câncer de ovário.
<http://revistapesquisa.fapesp.br/2016/04/19/diagnostico-precoce-de-cancer/>

Outra vantagem do aparelho eletrônico da USP é sua portabilidade. Isso
porque é possível levar o exame até pessoas com dificuldades de locomoção
ou acamadas, que não conseguem se deslocar ao hospital mais próximo, ou
mesmo a populações residentes em áreas de difícil acesso. A tecnologia
utilizada no dispositivo é brasileira e, segundo o especialista, não há
empresas nacionais que produzam esse tipo de solução.

*Doença silenciosa – *A hepatite C
<http://drauziovarella.com.br/letras/h/hepatite-c-2/>é um dos tipos mais
comuns de hepatite e sua transmissão se dá principalmente por transfusões
de sangue contaminado com o vírus, contato sexual, por via perinatal (da
mãe para o filho), sobretudo durante a gravidez e o parto, assim como pelo
compartilhamento de seringas, agulhas ou de instrumentos como aqueles de
uso comum em manicura, pedicura, tatuagem e colocação de *piercings*.
Diferentemente do vírus da hepatite B, não existe vacina contra o VHC.

Na maior parte dos casos, a Hepatite C não apresenta sintomas, mesmo quando
o fígado já está debilitado. Em alguns cenários, no entanto, pode ocorrer a
forma aguda da enfermidade, que antecede sua forma crônica e pode provocar
mal-estar, vômitos, náuseas, dores musculares, perda de peso, cansaço,
entre outros sintomas. Mas, em geral, os portadores só percebem que estão
doentes anos após o contato com o vírus, quando a inflamação no fígado
decorrente da infecção crônica já se encontra em grau avançado. As
principais complicações podem ser cirrose, câncer no fígado e insuficiência
hepática. “Quanto mais precocemente a doença for diagnosticada, mais eficaz
será o tratamento”, explica Inácio que também é especialista em imunologia
e colaborou com a pesquisa.

De acordo com um estudo
<https://link.springer.com/content/pdf/10.1007%2Fs11538-016-0170-4.pdf>
divulgado
em 2016 pela Faculdade de Medicina da USP, há no Brasil de 1,4 a 1,7 milhão
de casos crônicos de hepatite C. No mundo, esse número salta para 200
milhões, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o que faz da doença
uma das principais causas de transplante hepático do planeta.

O tratamento da enfermidade possui um elevado custo para o sistema público
de saúde: “A estimativa é de que o gasto semanal com medicamentos para o
tratamento de um único paciente acometido pela hepatite C seja de R$ 1 mil
a R$ 1.500. Isso sem considerar outras despesas médicas e manutenção de
equipamentos e laboratórios”, afirma o docente da UNESP. O alto custo do
tratamento é outro motivo que incentiva o diagnóstico da doença em suas
fases iniciais.

*Testando a plataforma – *Todos os experimentos de incubação e ligação dos
antígenos e anticorpos para detectar a infecção pelo vírus da hepatite C
foram realizados no Laboratório de Imunologia Clínica e Biologia Molecular
da FCFAR. Sempre que o exame para anti-VHC apontava positivo, o
procedimento era repetido outras duas vezes como forma de garantir a
reprodução fiel dos resultados.

Os professores Elson Longo e Wagner Bastos da Universidade Federal de São
Carlos (UFSCar) e a docente Maria Aparecida Bertochi do Instituto de
Química (IQ) da UNESP em Araraquara, também colaboraram com o trabalho.
Durante seu mestrado, Costa teve a orientação do professor João Paulo do
Carmo, do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da EESC.

Financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
(FAPESP), no âmbito do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais
(CDMF), a pesquisa surge em um momento crucial pelo fato de o Brasil ter
lançado, no início do mês, um plano
<http://www.brasil.gov.br/editoria/saude/2018/07/plano-determina-metas-para-erradicacao-da-hepatite-c-ate-2030>
 para erradicar a hepatite C até 2030.

De acordo com o Ministério da Saúde, a meta é tratar, por meio do Sistema
Único de Saúde (SUS), todos os pacientes diagnosticados e apresentar novas
iniciativas para testar o máximo de pessoas de forma simplificada. Nesse
sentido, o dispositivo criado na USP pode ser mais uma ferramenta útil para
o diagnóstico precoce da doença e, consequentemente, seu tratamento mais
eficaz.

*Texto: Henrique Fontes – Assessoria de Comunicação do SEL*

*Legendas e créditos das fotos:*

*Foto 1*: Novo dispositivo eletrônico utiliza sensor eletroquímico para
verificar presença de vírus da hepatite C no sangue. Foto: Henrique
Fontes/SEL-USP
*Foto 2: *Exames convencionais para diagnóstico de hepatite C não são tão
precisos e podem comprometer análise médica. Foto: Cesar Lopes – PMPA
*Foto 3: *João Paulo desenvolveu a tecnologia durante seu mestrado em
engenharia elétrica na EESC. Foto: Henrique Fontes/SEL-USP

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*Henrique Fontes*
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Telefone: (16) 3373-8740

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