[ABE-L] compartilhando... livro a ser distribuído e não vendido
helio migon
hsmigon em gmail.com
Ter Set 24 09:00:05 -03 2024
Concordo com o Dalton. Mas uma indicação precisa da Lisbeth. Obrigado.
Em seg., 23 de set. de 2024 às 22:06, <dalton.andrade em ufsc.br> escreveu:
> Lisbeth,
>
> Boa noite.
>
> Que livro maravilhoso.
>
> Dalton.
>
>
> Em 23/09/2024 17:01, Lisbeth Cordani escreveu:
>
> Lançamento de livro sobre Evolução da ABC reúne cientistas e estudantes no
> Rio de Janeiro
>
>
> *A obra "A Evolução é Fato" foi produzida por 28 especialistas que
> trouxeram para uma linguagem didática as inúmeras evidências que demonstram
> a evolução da vida na Terra*
>
> Nos dias 19 e 20 de setembro, na sede da Financiadora de Estudos e
> Projetos (Finep) e no Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do
> Rio de Janeiro (UFRJ), ambos no Rio de Janeiro, a Academia Brasileira de
> Ciências (ABC) lançou seu novo livro, "*A Evolução é Fato*", fruto do
> trabalho de 28 cientistas sob coordenação do Acadêmico *Carlos Frederico
> Menck*, que juntos compilaram histórias e descobertas da ciência que não
> deixam dúvidas sobre a ocorrência da evolução biológica.
>
> "Decidimos por criar um livro bonito, ilustrado, voltado para
> não-especialistas, em que procuramos utilizar, sempre que possível,
> exemplos brasileiros. Essa uma resposta da Academia para a sociedade,
> deixando muito claro qual sua posição nos debates públicos em torno da
> Evolução", afirmou Menck.
>
> Conforme reforçou a presidente da ABC, *Helena Bonciani Nader*, a obra
> deverá ser uma ferramenta para professores em sala de aula. Ela lembrou que
> não se trata de uma disputa entre ciência e religião, já que grandes
> cientistas – como o próprio Gregor Mendel, o pai da genética – eram
> religiosos. "A ciência não é uma questão de fé, é uma questão de dados.
> Essas duas coisas não rivalizam, a fé é pessoal de cada um", afirmou.
>
> Como parte desse esforço, o segundo dia do lançamento recebeu alunos de
> ensino fundamental da *Escola Municipal Olga Benário Prestes*, de Macaé,
> cuja vinda foi viabilizada pelo *Instituto de Biodiversidade e
> Sustentabilidade* (Nupem – UFRJ). Os alunos puderam acompanhar
> apresentações sobre a origem do universo e da vida na Terra; a evolução das
> plantas, dos animais e dos microorganismos; a extinção dos dinossauros e
> muito mais. Ao final, cada um dos alunos recebeu uma cópia do livro de
> presente!
>
> *Uma viagem desde os primórdios da Terra*
>
> O livro começa antes mesmo da vida surgir e, por isso, conta com geólogos
> entre seus autores. Entre eles o professor Umberto Cordani, que nos traz
> para o período Hadeano, entre 4,5 e 4 bilhões de anos atrás, quando a Terra
> ainda era uma bola de fogo inabitável. Só após um grande resfriamento, que
> levou a formação dos primeiros oceanos, é que a vida tornou-se possível.
> "Isso se deu no período seguinte, que chamamos de Arqueano, quando
> começaram a surgir as primeiras evidências de carbono orgânico e as
> primeiras bactérias", explicou.
>
> *A origem da vida e o "mundo do RNA"*
>
> Mas como exatamente a vida surgiu? Para começar a responder essa pergunta,
> precisamos olhar para as três moléculas fundamentais da vida: o DNA, o RNA
> e as proteínas. As três são cadeias de carbono compostas por pequenos
> "blocos" que se repetem. No caso do DNA e do RNA, são os nucleotídeos, e no
> caso das proteínas, os aminoácidos. Na maioria dos seres vivos atuais, a
> informação hereditária – aquela capaz de ser transmitida na reprodução – é
> armazenada no DNA, mas essa molécula sozinha não é capaz de formar um
> organismo. Para isso, a informação contida no DNA é transcrita em RNA e
> depois traduzida em proteínas, essas sim, capazes de realizar as funções do
> nosso corpo.
>
> Isso só é possível graças ao que chamamos de código genético, cuja
> descoberta foi um marco na história da biologia. Resumidamente, cada
> sequência de três nucleotídeos sempre corresponderá a um mesmo aminoácido,
> permitindo que seja possível olhar para uma molécula de DNA ou RNA e saber
> exatamente qual proteína ela irá produzir. Esse código é compartilhado por
> todos os seres vivos e é a prova de que todos somos descendente de um único
> ancestral comum.
>
> Portanto, numa ponta temos o DNA, que é capaz de se replicar mas não de
> formar um organismo, e do outro as proteínas, que formam os organismos e
> catalisam processos metabólicos, mas não se replicam sozinhas. E no meio
> temos o RNA, o qual também é capaz de se replicar e catalizar funções
> metabólicas – como os ribossomos, as "máquinas" responsáveis por traduzir
> um RNA em uma proteína, eles próprios feitos de RNA.
>
> O professor *Sávio Torres de Farias* explicou que, por conta disso,
> acredita-se que a origem da vida reside no RNA. "Há cerca 4 bilhões de
> anos, o cenário era de um 'mundo do RNA', onde essas moléculas
> replicavam-se e também realizavam funções. Nesse mundo, só posteriormente
> surgiram o DNA e as proteínas. Mas existe uma hipótese alternativa onde as
> proteínas surgiram junto com o RNA, e o DNA veio depois".
>
> *A fotossíntese, os eucariotos e o primeiro roubo de tecnologia da
> História*
>
> Uma vez estabelecida essa primeira forma de vida, ela logo se encapsularia
> e começaria a desenvolver as primeiras atividades metabólicas, surgindo as
> primeiras células sem núcleo – procariontes – não muito diferentes das
> bactérias que conhecemos hoje. Durante cerca de dois bilhões de anos esses
> organismos habitaram os oceanos primordiais e evoluíram.
>
> Nesse período, um dos desenvolvimentos mais notáveis foi o surgimento da
> fotossíntese, pela qual algumas bactérias, chamadas cianobactérias,
> passaram a utilizar a luz solar para produzir energia, liberando oxigênio
> no processo. Conforme esse novo gás se acumulava na atmosfera, muitas
> bactérias não adaptadas acabaram extintas, mas algumas tinham o necessário
> para usar o oxigênio para gerar energia, nas primeiras formas de respiração
> aeróbica.
>
> Então, por volta de 1,9 bilhões de anos atrás, surgiu um novo tipo de
> célula dividida em "compartimentos", entre os quais um núcleo para o DNA.
> Eram as primeiras células eucarióticas. "Com isso, essas células se
> tornaram capazes de regular a expressão dos seus genes, criando novas
> formas de diversidade. Os eucariotos puderam formar organismos extremamente
> variáveis e complexos, o que é ótimo para a seleção natural", explicou a
> professora *Lucille Winter*.
>
> Uma das primeiras inovações dos eucariotos foi a absorção de bactérias
> fotossintetizantes e aeróbicas, as ancestrais dos plasmídeos e das
> mitocôndrias, respectivamente. Essas duas organelas celulares se tornaram
> responsáveis por realizar essas mesmas funções dentro dos seus novos
> hospedeiros. "Essa endossimbiose foi o primeiro caso conhecido de roubo de
> tecnologia", brincou o professor *Daniel Lahr*.
>
> Outra inovação foi a pluricelularidade, cujas primeiras evidências
> aparecem há cerca de 1,4 bilhões de anos atrás. Pela primeira vez, um único
> organismo passou a ser formado por mais de uma célula trabalhando em
> conjunto. A partir daí, o cenário estava preparado para uma verdadeira
> revolução da vida na Terra.
>
> *A Explosão do Cambriano e a importância do registro fóssil*
>
> O pesquisador *Thomas Fairchild* lembrou que uma das forças da geologia é
> o seu poder para desvendar o tempo profundo. Algumas evidências de formas
> de vida primitiva são marcantes há bilhões de anos, como os estromatólitos,
> formações características das cianobactérias. Esses e outros tipos de
> microfósseis dominaram o registro geológico até cerca de 500 milhões de
> anos atrás, quando, no período imediatamente anterior ao que chamamos de
> Cambriano, uma profusão de fósseis pluricelulares começou a aparecer.
>
> Muitos desses organismos são diferentes de tudo o que conhecemos hoje em
> dia, mostrando que houve uma fase de intensa "experimentação evolutiva"
> antes de que os grandes grupos de animais e plantas se estabelecessem. "Há
> toda uma diversidade de organismos que ocorrem no registro fóssil e que nos
> contam sobre o processo evolutivo", explicou o paleontólogo Alexander
> Kellner <https://www.abc.org.br/link/alexander-wilhelm-armin-kellner/>.
> "Como se derrubaria a Evolução? Nas palavras do geneticista britânico John
> Haldane: 'só se descobríssemos um coelho no pré-Cambriano'", brincou.
>
> *Chegamos ao Ser Humano*
>
> A partir daí, a evolução seguiu seu rumo dando origem à biodiversidade que
> conhecemos hoje. Até que muito recentemente, apenas 5 milhões de anos
> atrás, um grupo de primatas divergiu de seu ancestral comum com os
> chimpanzés, passou a andar em dois pés e, após deixar um vasto número de
> espécies-primas para trás, se tornou o *Homo sapiens*, o ser humano
> moderno.
>
> Apesar de ser apenas um sopro na história da vida, a evolução humana é o
> ponto mais sensível do debate. Mesmo Charles Darwin não teve coragem de
> abordá-la em seu clássico A Origem das Espécies, vindo a fazê-lo apenas em
> seu livro posterior, A Descendência do Homem, pelo qual foi hostilizado. O
> próprio Alfred Russel Wallace, que divide com Darwin o mérito de ter
> primeiro descrito a seleção natural, morreu sem aceitar as inferências
> óbvias que a teoria trazia para a nossa própria espécie.
>
> Mas a conclusão é inescapável. Seja nos traços que compartilhamos com os
> outros primatas, seja no fato de compartilharmos 98,5% de DNA com os
> chimpanzés, as evidências científicas não deixam dúvidas. O ser humano é um
> animal como outro qualquer, produto de um processo de evolução por seleção
> natural que vem ocorrendo há 4 bilhões de anos.
>
> *Com mais de 20 palestras, os dois dias de lançamento são um prato cheio
> para quem quer saber mais sobre evolução, origem da vida e muito mais.
> Confira!*
>
> *Acesse aqui a versão digital do livro "A Evolução é Fato"!
> <#m_-7088266873870868712_NOP>*
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> ABC
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*Helio S. Migon*
*Prof. Emérito IM/UFRJ*
*Laboratório de Sistemas Estocásticos*
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