[ABE-L] reflexões da convalescência

Vermelho vermelho2 em gmail.com
Qui Ago 20 08:20:38 -03 2015


Muito sabido esse tal de Monteiro Lobato.
Tão sabido que consegue com suas observações da vida desagradar em certas
épocas a direita e noutras a esquerda.
Ou será que desagrada apenas aqueles que não enxergam o que ele vê?
Abç.

Vermelho
F.: (21) 2501 2332 - casa
           2142 0473 - IBGE

Em 20 de agosto de 2015 06:52, Carlos Alberto de Bragança Pereira <
cpereira em ime.usp.br> escreveu:

>
> Reflexões de Convalescência
>
> Com o tempo a manutenção periódica da nossa máquina se torna necessária.
> Somos aquela máquina em que “new is better than old even under
> maintenanance.”Estou em convalescência e, mesmo sabendo que estou muito
> melhor depois da cirurgia do ombro, tenho restrições de movimento.  Mesmo
> com menos dores e me sentindo muito melhor, a imobilização não me permite
> grandes travessuras.  Assim, não me resta mais do que pensar como complicar
> a vida dos amigos da rede. O Questionar é Provocar!  Fui então me perguntar
> quem como esttístico pode ter necessidade de saber quantos estiviveram na
> rua no último domingo.  Nunca poderíamos observar o número de eleitores
> contra ou a favor estariam na rua.  Para os contra o número da rua foi
> muito e para os a favor foi pouco.  Mas claro, ninguem tem ideia do que é
> muito nem tão pouco.  INUTILIDADES de marketing!
> Do ponto de vista estatístico alguem pergunta sobre estimativa confiável e
> claro qualificações tb inúteis são sempre usadas como propaganda tb.  Essas
> qualificaçoes muito usadas por políticos – golpe, chapa branca, colarinho
> branco etc – nos iludem sobre a qualidade de algo de interesse.  O que é
> ser confiável aqui? É a estimativa do Fisher, por exemplo de teoria da
> autoridade?  Para nós racionais isso não funciona.  Para tudo temos que ter
> o conceito preciso das afirmações.  Estimar o que? O invisível de iteresse
> no nosso caso é a abundância, momentânia ou global.  Se a estimativa é o
> total de participantes teriamos de pensar na abundância de uma população
> sofrendo nascimento e morte em um curto período digamos de 6 horas.  Bem
> difícil de termos uma estimativa “inteligente” – aquela que me faz
> convencer os usuários de ser uma boa estimativa -.  Não podemos mesmo ter
> algo muito preciso devido as circunsatâncias do problema.  Se formos pensar
> na abundância das 3 horas da tarde ai a coisa fica mais fácil mas ainda
> mutio dfícil.  Fotos em diversos pontos poderiam ajudar.  Notem que a
> comparação com um padrão ouro para checar o método não é possivel pois o
> padrão ouro não existe! E dai? Suponham que fomos perfeitos na metodologia
> estatística, para que servem os números?
>
> Voltando um pouco para o nosso mundo acadêmico, lembre que nosso papel
> como professor tem aspectos muito interssantes.  Para meus alunos sempre
> lembro que a função de professor apenas não nos permite mudar de classe.
> Entretanto nosso ganho real é o orgulho de ser útil pelo menos para nossos
> alunos e aquele carinho no nosso ego ao ter alguem que perceba nossas
> qualidades.  Confúcio pedia para não nos chatearmos com alguém que não
> percebe (ou finge que não percebe) nossas qualidades.  Então lembrei como
> fico feliz quando alguem que admiro pensa como eu.  Já mensionei aqui na
> rede o fato de alguns de meus argumentos sobre velhice ou sobre o nosso
> convívio fazer parte das escritas do Damatta (no caso da velhice) ou do
> Jabour (no caso do orgulho do avô e no meu caso do meu pai).  Agora vem o
> Monteiro Lobato!
> Costuno pedir a meus alunos que parem de ler quando estão resolvendo
> problemas ou da tese/dissertação ou de consultorias do CEA.  A
> criatividade, na minhã opinião, desaparece ao ficarmos procurando a solução
> de outros.  Certa vez com o Basu no ISI da Argentina descobri que o teorema
> mais importante de minha tese jä tinha aparecido nas escritas do Hald
> publicada no congresso famoso de Berkeley.  Fui triste falar com o velho
> Basu que me disse que devia pensar assim:  inteligente esse Hald não? Ele
> pensa extamente como eu!.  Percebi então que a máxima “nada se cria tudo se
> copia” pode ser algo que faz parte de nossas vidas.  O “cópia” aqui pode
> ser tanto inconsciente como pode ser por desconhecimento da escrita dos
> outros.
> Vejam então o que diz o nosso MONTEIRO LOBATO:
> ___________________________________________________
>
> "Originalidade marcada, só nos homens da roça que não leem jornais. Ideias
> próprias, pontos de vista únicos, personalíssimos, e a sublime coragem do
> pitoresco mental.
>
> Nas cidades grandes o jornal ingerido pela manhã desoriginaliza, bota-nos
> a todos bitolados pela mesma regra de pensar.
>
> A opinião pública só existe nos lugarejos. Nas capitais desaparece
> substituída pela opinião que se publica."
>
> __________________________________________________
>
> Incentivo os amigos a lerem o digestivo cultural uma página excelente que
> de vez em quando chega no meu mail.  Este dizeres eu tirei da coluna de
> Paulo Santoro.
> Há coisas muito legais que merecem ser apreciadas por todos nós.
> Grande abraço aos amigos de quem não tenho tido noticias.
> Meu amigo Carvalho anda sumido e gostaria de saber por onde anda.
> Carlinhos
>
> --
> Carlos Alberto de Bragança Pereira
> http://www.ime.usp.br/~cpereira
> http://scholar.google.com.br/citations?user=PXX2AygAAAAJ&hl=pt-BR
> Stat Department - Professor & Head
> University of São Paulo
>
>
> _______________________________________________
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