[ABE-L] Deu na Folha de São Paulo

Heliton Tavares heliton em globo.com
Qui Jun 18 08:08:16 -03 2015


Prezados,
Acho que o assunto nunca esteve tão em pauta, e em consonância com
iniciativas tais como o tal "Idiomas sem Fronteiras (IsF)".  Talvez a
implantação em universidades brasileiras fosse menos onerosa.

Relativamente ao trecho da universidade pública paga, em 2007 tentei
induzir uma ação para diminuir as retenções em disciplinas-chave na UFPA.
Todos os alunos poderiam fazer a graduação totalmente "gratuita", mas as
reprovações seriam taxadas. Na primeira reprovação da disciplina X a taxa
era T, na segunda da mesma disciplina a taxa seria 2T, e assim por diante.
O valor de T era baseado no valor do Custo-Aluno/Ano, mas as taxas também
poderiam ser pagas com serviços (monitorias, auxílio a eventos, dentre
outros).

Bom, foram tantos os adjetivos que recebi após a proposta que preferi não
mais ressuscitá-la.  No entanto, tenho a impressão que nossos alunos
desistem muito facilmente, na certeza de que aquela disciplina logo logo
estará disponível novamente, e alguém pagará por isso.

Abraços Acadêmicos,
Héliton Tavares




Em 18 de junho de 2015 07:34, Gauss Cordeiro <gauss em de.ufpe.br> escreveu:

> Caro Francisco,
>
> A iniciativa da USP deve ser aplaudida. O texto é muito bom e concordo com
> todos
> os pontos mas como tudo na vida tem um "porém".
>
> O percentual de estrangeiros na graduação da USP é realmente pequeno, mas
> esse percentual não pode ser comparado com Harvard ou qualquer universidade
> americana, pois a USP é uma instituição gratuita enquanto as americanas
> são pagas.
>
> Por essa razão (há bem mais de 30 anos) sou favorável a universidade
> pública paga
> no Brasil para aqueles que "realmente podem pagar". Alunos das engenharias,
> medicina, direito e outros cursos mais elitizados são em geral de famílias
> mais
> abastadas. A gratuidade poderia ser equacionada por meio do IR da família.
>
>
> Abs,
>
> Gauss
>
> Em 18 de junho de 2015 07:17, Francisco Cribari <cribari em de.ufpe.br>
> escreveu:
>
>> Folha de São Paulo, 18 de junho de 2015 - *EDITORIAL*
>>
>> University of São Paulo
>>
>> A USP deu um pequeno passo que poderá revelar-se precedente de
>> consequências gigantescas para o relativo isolamento do meio universitário
>> brasileiro: autorizou suas primeiras disciplinas de graduação em língua
>> estrangeira. A licença vale só para matérias optativas, mas já é um começo.
>>
>> Não que a principal instituição superior do país não mantivesse contatos
>> e vínculos com o exterior. Ela nasceu como universidade, em 1934, com a
>> contribuição inestimável de uma missão francesa composta de jovens
>> intelectuais que ganhariam projeção mundial, como o antropólogo Claude
>> Lévi-Strauss (1908-2009) e o historiador Fernand Braudel (1902-1985).
>>
>> Não foram poucos, desde então, os catedráticos estrangeiros que ajudaram
>> a formar brasileiros. Tampouco era incomum, até o final do século 20, que
>> pesquisadores nacionais cursassem a pós-graduação em países avançados (hoje
>> em dia é mais usual obter mestrado e doutorado no Brasil).
>>
>> O caminho inverso, no entanto, costuma ser pouco trilhado. A USP atrai
>> escassos estudantes além-fronteiras, em especial para os cursos de
>> graduação: apenas 1.440, segundo registro de janeiro, aí incluídos todos os
>> que afluíram a ela por meio de convênios.
>>
>> Há na instituição paulista 55.451 alunos, de modo que a parcela de
>> estrangeiros na graduação corresponde a meros 2,6%. Em universidades
>> verdadeiramente internacionalizadas, como a americana Harvard, essa
>> proporção chega a 11%.
>>
>> Até a recente autorização, uma matéria só poderia ser oferecida na USP em
>> inglês, por exemplo, se apresentada também, simultânea e inviavelmente, em
>> português.
>>
>> Agora, alunos brasileiros e estrangeiros passam a ter a opção de cursar
>> ao menos algumas disciplinas em outra língua. Para os nacionais, surge a
>> oportunidade de familiarizar-se com o vocabulário técnico e conceitual de
>> sua área de especialidade em outro idioma.
>>
>> Para atrair estudantes do exterior, contudo, ainda é pouco. A USP deveria
>> considerar o exemplo da Fundação Getulio Vargas (FGV), que anunciou um
>> curso de administração todo ele dado em inglês.
>>
>> Esse passo mais ousado serviria ainda para fazer a USP ganhar pontos em
>> rankings internacionais que valorizam tais iniciativas.
>>
>> O principal benefício, porém, viria da volta dos formandos para os países
>> de origem. Os vínculos aqui criados favoreceriam a inserção da USP em redes
>> mundiais de pesquisa e o enraizamento de sua boa reputação em solo
>> estrangeiro.
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