[ABE-L] Deu na Folha de São Paulo

Gauss Cordeiro gauss em de.ufpe.br
Qui Jun 18 07:34:35 -03 2015


Caro Francisco,

A iniciativa da USP deve ser aplaudida. O texto é muito bom e concordo com
todos
os pontos mas como tudo na vida tem um "porém".

O percentual de estrangeiros na graduação da USP é realmente pequeno, mas
esse percentual não pode ser comparado com Harvard ou qualquer universidade
americana, pois a USP é uma instituição gratuita enquanto as americanas
são pagas.

Por essa razão (há bem mais de 30 anos) sou favorável a universidade
pública paga
no Brasil para aqueles que "realmente podem pagar". Alunos das engenharias,
medicina, direito e outros cursos mais elitizados são em geral de famílias
mais
abastadas. A gratuidade poderia ser equacionada por meio do IR da família.


Abs,

Gauss

Em 18 de junho de 2015 07:17, Francisco Cribari <cribari em de.ufpe.br>
escreveu:

> Folha de São Paulo, 18 de junho de 2015 - *EDITORIAL*
>
> University of São Paulo
>
> A USP deu um pequeno passo que poderá revelar-se precedente de
> consequências gigantescas para o relativo isolamento do meio universitário
> brasileiro: autorizou suas primeiras disciplinas de graduação em língua
> estrangeira. A licença vale só para matérias optativas, mas já é um começo.
>
> Não que a principal instituição superior do país não mantivesse contatos e
> vínculos com o exterior. Ela nasceu como universidade, em 1934, com a
> contribuição inestimável de uma missão francesa composta de jovens
> intelectuais que ganhariam projeção mundial, como o antropólogo Claude
> Lévi-Strauss (1908-2009) e o historiador Fernand Braudel (1902-1985).
>
> Não foram poucos, desde então, os catedráticos estrangeiros que ajudaram a
> formar brasileiros. Tampouco era incomum, até o final do século 20, que
> pesquisadores nacionais cursassem a pós-graduação em países avançados (hoje
> em dia é mais usual obter mestrado e doutorado no Brasil).
>
> O caminho inverso, no entanto, costuma ser pouco trilhado. A USP atrai
> escassos estudantes além-fronteiras, em especial para os cursos de
> graduação: apenas 1.440, segundo registro de janeiro, aí incluídos todos os
> que afluíram a ela por meio de convênios.
>
> Há na instituição paulista 55.451 alunos, de modo que a parcela de
> estrangeiros na graduação corresponde a meros 2,6%. Em universidades
> verdadeiramente internacionalizadas, como a americana Harvard, essa
> proporção chega a 11%.
>
> Até a recente autorização, uma matéria só poderia ser oferecida na USP em
> inglês, por exemplo, se apresentada também, simultânea e inviavelmente, em
> português.
>
> Agora, alunos brasileiros e estrangeiros passam a ter a opção de cursar ao
> menos algumas disciplinas em outra língua. Para os nacionais, surge a
> oportunidade de familiarizar-se com o vocabulário técnico e conceitual de
> sua área de especialidade em outro idioma.
>
> Para atrair estudantes do exterior, contudo, ainda é pouco. A USP deveria
> considerar o exemplo da Fundação Getulio Vargas (FGV), que anunciou um
> curso de administração todo ele dado em inglês.
>
> Esse passo mais ousado serviria ainda para fazer a USP ganhar pontos em
> rankings internacionais que valorizam tais iniciativas.
>
> O principal benefício, porém, viria da volta dos formandos para os países
> de origem. Os vínculos aqui criados favoreceriam a inserção da USP em redes
> mundiais de pesquisa e o enraizamento de sua boa reputação em solo
> estrangeiro.
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