[ABE-L] Deu na Folha de São Paulo

Julio Stern jmstern em hotmail.com
Qui Jun 18 10:40:23 -03 2015


Caro Gauss: 
Por que nao cobrar por criterios Nao academicos? 
Sucintamente: Por principio. 
Impostos (IR, IPTU, etc) ja sao progressivos, (isto eh que tem mais posses, paga mais). Perfeito!  A Logica do Sistema Tributario  reflete a Logica do Sistema Economico. 
A Logica da Universidade eh (ou deveria ser, na minha opiniao) a Logica do Sistema de Pesquisa.  
Assumo* como principio que: Cada Sistema Social deve ser Autonomo, isto eh, ter valores e codigos genuinamente proprios, e funcionar coherentemente com este valores. 
*Na verdade, estou seguindo o sociologo e filosofo Niklas Luhmann;  vide por exemplo seu livro: Ecological Communication (1989). Univ.of Chicago.    Abraco, ---Julio Stern   



Date: Thu, 18 Jun 2015 10:10:51 -0300
Subject: Re: [ABE-L] Deu na Folha de São Paulo
From: gauss em de.ufpe.br
To: jmstern em hotmail.com
CC: cribari em de.ufpe.br; abe-l em ime.usp.br

Ola Júlio,
Não estava me referindo apenas a USP mas as federais no global quenão têm orçamento suficiente para cobrir as despesas básicas. Esseano está faltando recursos até para pagar o pessoal de limpeza terceirizado.  
Os recursos nas federais não são mal aplicados no geral, simplesmente, elesinexistem.  
Por que não cobrar dos 10% ricos que estudam de graça e poderiam 
pagar? 
Grato.
Abs,
Gauss

Em 18 de junho de 2015 08:14, Julio Stern <jmstern em hotmail.com> escreveu:






Caro Gauss: 
Como assim? A USP atari menos alunos estrageiros  porque eh gratuita? 
Acho este argumento dicifil de aceitar. Mesmo porque o orcamento da USP eh muito bom. O dinheiro eh muitas vezes mal gasto, mas isto eh outra conversa... 
Eh verdade que muitas da melhores universidades dos USA sao pagas, mas alunos de pos (ao menos de ciencias basicas) costumam ter bolsa integral (tuition +TA ou RA). 
Nao tenho nada contra tornar os cursos universitarios no Brasil pagos, mas que as decisoes de quem e o quanto paga sejam sempre tomadas por criterios de Merito Academico!  
Todo mundo acha muito natural que a escolinha do Corinthians escolha como seus alunos (todos bolsistas) os meninos com mais talento para o futebol. Todos concordam porque sabem que esta eh a forma de formar grandes jogadores, e ter um grande time, e ganhar os campeonatos, o que eh muito Importante! 
Todavia, na hora de pensar a universidade, as pessoas comecam a inventar um monte de criterios alheios aa missao da universidade...  Por que?   Porque, no fundo, a missao da universidade NAO eh la muito importante. Assim, da para fazer toda sorte de compromissos.  Para mim, a missao da universidade eh prioritaria. Mais importante ate que a da escolinha do Corinthians! Ergo: Dentro da universidade, creio que os criterios devam ser sempre puramente academicos. Nada mais. 
Abraco a todos, ---Julio Stern  
 
Abraco, ---Julio Stern   

Date: Thu, 18 Jun 2015 07:34:35 -0300
From: gauss em de.ufpe.br
To: cribari em de.ufpe.br
CC: abe-l em ime.usp.br
Subject: Re: [ABE-L] Deu na Folha de São Paulo

Caro Francisco, 
A iniciativa da USP deve ser aplaudida. O texto é muito bom e concordo com todos os pontos mas como tudo na vida tem um "porém".
O percentual de estrangeiros na graduação da USP é realmente pequeno, mas esse percentual não pode ser comparado com Harvard ou qualquer universidadeamericana, pois a USP é uma instituição gratuita enquanto as americanas são pagas. 
Por essa razão (há bem mais de 30 anos) sou favorável a universidade pública pagano Brasil para aqueles que "realmente podem pagar". Alunos das engenharias,medicina, direito e outros cursos mais elitizados são em geral de famílias maisabastadas. A gratuidade poderia ser equacionada por meio do IR da família. 

Abs,

Gauss
Em 18 de junho de 2015 07:17, Francisco Cribari <cribari em de.ufpe.br> escreveu:
Folha de São Paulo, 18 de junho de 2015 - EDITORIAL 

University of São PauloA USP deu um pequeno passo que poderá revelar-se precedente de consequências gigantescas para o relativo isolamento do meio universitário brasileiro: autorizou suas primeiras disciplinas de graduação em língua estrangeira. A licença vale só para matérias optativas, mas já é um começo.Não que a principal instituição superior do país não mantivesse contatos e vínculos com o exterior. Ela nasceu como universidade, em 1934, com a contribuição inestimável de uma missão francesa composta de jovens intelectuais que ganhariam projeção mundial, como o antropólogo Claude Lévi-Strauss (1908-2009) e o historiador Fernand Braudel (1902-1985).Não foram poucos, desde então, os catedráticos estrangeiros que ajudaram a formar brasileiros. Tampouco era incomum, até o final do século 20, que pesquisadores nacionais cursassem a pós-graduação em países avançados (hoje em dia é mais usual obter mestrado e doutorado no Brasil).O caminho inverso, no entanto, costuma ser pouco trilhado. A USP atrai escassos estudantes além-fronteiras, em especial para os cursos de graduação: apenas 1.440, segundo registro de janeiro, aí incluídos todos os que afluíram a ela por meio de convênios.Há na instituição paulista 55.451 alunos, de modo que a parcela de estrangeiros na graduação corresponde a meros 2,6%. Em universidades verdadeiramente internacionalizadas, como a americana Harvard, essa proporção chega a 11%.Até a recente autorização, uma matéria só poderia ser oferecida na USP em inglês, por exemplo, se apresentada também, simultânea e inviavelmente, em português.Agora, alunos brasileiros e estrangeiros passam a ter a opção de cursar ao menos algumas disciplinas em outra língua. Para os nacionais, surge a oportunidade de familiarizar-se com o vocabulário técnico e conceitual de sua área de especialidade em outro idioma.Para atrair estudantes do exterior, contudo, ainda é pouco. A USP deveria considerar o exemplo da Fundação Getulio Vargas (FGV), que anunciou um curso de administração todo ele dado em inglês.Esse passo mais ousado serviria ainda para fazer a USP ganhar pontos em rankings internacionais que valorizam tais iniciativas.O principal benefício, porém, viria da volta dos formandos para os países de origem. Os vínculos aqui criados favoreceriam a inserção da USP em redes mundiais de pesquisa e o enraizamento de sua boa reputação em solo estrangeiro.

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