[ABE-L] Deu na Folha de São Paulo

Gauss Cordeiro gauss em de.ufpe.br
Qui Jun 18 19:14:18 -03 2015


Caros,

Esse é minha última mensagem sobre o tema, pois tenho coisas
que posso fazer e mudar, mas não esse problema sério das IFES.
Ademais, tenho que respeitar minha arritmia cardíaca.

Entretanto, como estamos numa lista de estatísticos,
seguem alguns dados:

1. Apesar da nossa economia em frangalhos (demissões
em massa na indústria e no comércio) o Governo Federal
proporcionou um aumento salarial de 35% para os 513 deputados
federais, o que provocou o famigerado efeito cascata nos salários
dos 1060 deputados estaduais e 57441 vereadores no País.

Seguindo a farra do Legislativo, o Poder Judiciário aumentou os
salários de todos: dos juízes aos servidores menos qualificados.

Claro que não sobre recursos para as IFES bem mesmo para
aumentar os salários dos seus servidores em greve.

2. O salário de um docente de ensino médio no Nordeste está no
intervalo de R$ 1500 a R$ 2800, enquanto de um deputado estadual
está entre R$ 28500 e R$ 36000 sem contar as roubalheiras nas
emendas parlamentares.

Não estamos longe do tempo, que os mestres estarão como as putas velhas:
ninguém quer!

Boa noite!

Gauss






Em 18 de junho de 2015 18:37, Julio Stern <jmstern em hotmail.com> escreveu:

> Gauss:
> Neste ponto concordamos integralmente.
> Que motivos levaram o governo do PT
> a gastar bilhoes de Reais pagando cursos
> nas Uni-Esquina?
> Que logica perversa eh esta?
> de um governo que se proclama socialista,
> mas que enche os bolsos destes empresarios
> inscrupulosos, enquanto quebra o sistema
> Federal de Ensino Superior?!
> Perplexo,
> ---Julio
>
>
> ------------------------------
> Date: Thu, 18 Jun 2015 17:14:17 -0300
>
> Subject: Re: [ABE-L] Deu na Folha de São Paulo
> From: gauss em de.ufpe.br
> To: jmstern em hotmail.com
> CC: cribari em de.ufpe.br; abe-l em ime.usp.br
>
> Júlio,
>
> Pagamos muitos impostos - como esses que você citou - mas eles
> não chegam às universidades federais. Com as mensalidades
> (para aqueles ricos) pelo menos os recursos arrecadados já estariam lá.
>
> O Governo Federal está financiando as universidades privadas de péssimo
> nível com essa quantidade exacerbada de bolsas.
>
> Em tempo: o ÚNICO pernambucano listado na FORBES é
> empresário do ensino que fica com uma parte dos nossos impostos.
>
> Para mim mais claro, meu caro Júlio: só as quatro equações de Maxwell.
>
> Gauss
>
> Em 18 de junho de 2015 10:40, Julio Stern <jmstern em hotmail.com> escreveu:
>
> Caro Gauss:
>
> Por que nao cobrar por criterios Nao academicos?
>
> Sucintamente: Por principio.
>
> Impostos (IR, IPTU, etc) ja sao progressivos,
> (isto eh que tem mais posses, paga mais).
> Perfeito!  A Logica do Sistema Tributario
> reflete a Logica do Sistema Economico.
>
> A Logica da Universidade eh (ou deveria ser, na
> minha opiniao) a Logica do Sistema de Pesquisa.
>
> Assumo* como principio que:
> Cada Sistema Social deve ser Autonomo, isto eh,
> ter valores e codigos genuinamente proprios, e
> funcionar coherentemente com este valores.
>
> *Na verdade, estou seguindo o sociologo e filosofo
> Niklas Luhmann;  vide por exemplo seu livro:
> Ecological Communication (1989). Univ.of Chicago.
>
> Abraco,
> ---Julio Stern
>
>
>
>
>
> ------------------------------
> Date: Thu, 18 Jun 2015 10:10:51 -0300
> Subject: Re: [ABE-L] Deu na Folha de São Paulo
> From: gauss em de.ufpe.br
> To: jmstern em hotmail.com
> CC: cribari em de.ufpe.br; abe-l em ime.usp.br
>
>
> Ola Júlio,
>
> Não estava me referindo apenas a USP mas as federais no global que
> não têm orçamento suficiente para cobrir as despesas básicas. Esse
> ano está faltando recursos até para pagar o pessoal de limpeza
> terceirizado.
>
> Os recursos nas federais não são mal aplicados no geral, simplesmente, eles
> inexistem.
>
> Por que não cobrar dos 10% ricos que estudam de graça e poderiam
> pagar?
>
> Grato.
>
> Abs,
>
> Gauss
>
>
> Em 18 de junho de 2015 08:14, Julio Stern <jmstern em hotmail.com> escreveu:
>
>  Caro Gauss:
>
> Como assim?
> A USP atari menos alunos estrageiros  porque eh gratuita?
>
> Acho este argumento dicifil de aceitar.
> Mesmo porque o orcamento da USP eh muito bom.
> O dinheiro eh muitas vezes mal gasto,
> mas isto eh outra conversa...
>
> Eh verdade que muitas da melhores universidades dos USA
> sao pagas, mas alunos de pos (ao menos de ciencias basicas)
> costumam ter bolsa integral (tuition +TA ou RA).
>
> Nao tenho nada contra tornar os cursos universitarios no
> Brasil pagos, mas que as decisoes de quem e o quanto paga
> sejam sempre tomadas por criterios de Merito Academico!
>
> Todo mundo acha muito natural que a escolinha do
> Corinthians escolha como seus alunos (todos bolsistas)
> os meninos com mais talento para o futebol.
> Todos concordam porque sabem que esta eh a forma
> de formar grandes jogadores, e ter um grande time,
> e ganhar os campeonatos, o que eh muito Importante!
>
> Todavia, na hora de pensar a universidade, as pessoas
> comecam a inventar um monte de criterios alheios aa
> missao da universidade...  Por que?   Porque, no fundo,
> a missao da universidade NAO eh la muito importante.
> Assim, da para fazer toda sorte de compromissos.
>
> Para mim, a missao da universidade eh prioritaria.
> Mais importante ate que a da escolinha do Corinthians!
> Ergo: Dentro da universidade, creio que os criterios
> devam ser sempre puramente academicos.
> Nada mais.
>
> Abraco a todos,
> ---Julio Stern
>
>
>
> Abraco,
> ---Julio Stern
>
>
> ------------------------------
> Date: Thu, 18 Jun 2015 07:34:35 -0300
> From: gauss em de.ufpe.br
> To: cribari em de.ufpe.br
> CC: abe-l em ime.usp.br
> Subject: Re: [ABE-L] Deu na Folha de São Paulo
>
>
> Caro Francisco,
>
> A iniciativa da USP deve ser aplaudida. O texto é muito bom e concordo com
> todos
> os pontos mas como tudo na vida tem um "porém".
>
> O percentual de estrangeiros na graduação da USP é realmente pequeno, mas
> esse percentual não pode ser comparado com Harvard ou qualquer universidade
> americana, pois a USP é uma instituição gratuita enquanto as americanas
> são pagas.
>
> Por essa razão (há bem mais de 30 anos) sou favorável a universidade
> pública paga
> no Brasil para aqueles que "realmente podem pagar". Alunos das engenharias,
> medicina, direito e outros cursos mais elitizados são em geral de famílias
> mais
> abastadas. A gratuidade poderia ser equacionada por meio do IR da família.
>
>
> Abs,
>
> Gauss
>
> Em 18 de junho de 2015 07:17, Francisco Cribari <cribari em de.ufpe.br>
> escreveu:
>
> Folha de São Paulo, 18 de junho de 2015 - *EDITORIAL*
>
> University of São Paulo
>
> A USP deu um pequeno passo que poderá revelar-se precedente de
> consequências gigantescas para o relativo isolamento do meio universitário
> brasileiro: autorizou suas primeiras disciplinas de graduação em língua
> estrangeira. A licença vale só para matérias optativas, mas já é um começo.
>
> Não que a principal instituição superior do país não mantivesse contatos e
> vínculos com o exterior. Ela nasceu como universidade, em 1934, com a
> contribuição inestimável de uma missão francesa composta de jovens
> intelectuais que ganhariam projeção mundial, como o antropólogo Claude
> Lévi-Strauss (1908-2009) e o historiador Fernand Braudel (1902-1985).
>
> Não foram poucos, desde então, os catedráticos estrangeiros que ajudaram a
> formar brasileiros. Tampouco era incomum, até o final do século 20, que
> pesquisadores nacionais cursassem a pós-graduação em países avançados (hoje
> em dia é mais usual obter mestrado e doutorado no Brasil).
>
> O caminho inverso, no entanto, costuma ser pouco trilhado. A USP atrai
> escassos estudantes além-fronteiras, em especial para os cursos de
> graduação: apenas 1.440, segundo registro de janeiro, aí incluídos todos os
> que afluíram a ela por meio de convênios.
>
> Há na instituição paulista 55.451 alunos, de modo que a parcela de
> estrangeiros na graduação corresponde a meros 2,6%. Em universidades
> verdadeiramente internacionalizadas, como a americana Harvard, essa
> proporção chega a 11%.
>
> Até a recente autorização, uma matéria só poderia ser oferecida na USP em
> inglês, por exemplo, se apresentada também, simultânea e inviavelmente, em
> português.
>
> Agora, alunos brasileiros e estrangeiros passam a ter a opção de cursar ao
> menos algumas disciplinas em outra língua. Para os nacionais, surge a
> oportunidade de familiarizar-se com o vocabulário técnico e conceitual de
> sua área de especialidade em outro idioma.
>
> Para atrair estudantes do exterior, contudo, ainda é pouco. A USP deveria
> considerar o exemplo da Fundação Getulio Vargas (FGV), que anunciou um
> curso de administração todo ele dado em inglês.
>
> Esse passo mais ousado serviria ainda para fazer a USP ganhar pontos em
> rankings internacionais que valorizam tais iniciativas.
>
> O principal benefício, porém, viria da volta dos formandos para os países
> de origem. Os vínculos aqui criados favoreceriam a inserção da USP em redes
> mundiais de pesquisa e o enraizamento de sua boa reputação em solo
> estrangeiro.
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