[ABE-L] Polêmica sobre pesquisa estatística da FEE

Vermelho vermelho2 em gmail.com
Seg Maio 18 16:16:24 -03 2015


O artigo do jornalista é muito ruim. Vê-se que ele entende muito pouco do
que se propõe a discutir. Infelizmente isso não é tão raro na nossa
imprensa. O uso das aspas na palavra estudo é ridículo.

Vermelho
F.: (21) 2501 2332 - casa
           2142 0473 - IBGE

Em 18 de maio de 2015 15:14, Julio Stern <jmstern em hotmail.com> escreveu:

>
> Caros Redistas:
>
> Quando fui Presidente da IBrA,
> o Capitulo Brasileiro da ISBA -
> The International Society for Bayesian Analysis,
> durante o EBEB 2012, fizemos um abaixo assinado
> em solidariedade aos Estatisticos do INDEC -
> El Instituto Nacional de Estadistica y Censos de la Republica Argentina.
>
> Este documento, que foi posteriormente encaminhado
> ao Consulado da Argentina,  encontra-se no link:
>
>
> http://www.ime.usp.br/~jstern/miscellanea/argentina/Manifesto_EBEB2012_Argentina.pdf
>
>
> Naquela epoca, o governo da Presidente Cristina Kirchner estava
> pressionando
> os pesquisadores do INDEC com extrema violencia, tentando forca-los a
> "produzir" indices de inflacao e desemprego mais a gosto do governo.
>
> No caso em tela (FEE) acho que nao chegamos a tanto (estou enganado?)
> Seja la como for,  sempre vale a pena se manifestar a favor da boa
> ciencia,
> e da discussao baseada em argumentos embasados em modelos estatisticos
> coherentes, com dados coletados com metodologia adequada, estando tudo
> isto bem documentado e disponivel de forma publica e transparente.
>
> Abraco a todos,
> ---Julio Stern
>
> ------------------------------
> From: dsfontes em gmail.com
> Date: Mon, 18 May 2015 14:37:00 -0300
> To: denisebritz em gmail.com
> CC: abe-l em ime.usp.br
> Subject: Re: [ABE-L] Polêmica sobre pesquisa estatística da FEE
>
> Artigo publicado no CORREIO DO POVO (RS) em 18/05/2015, cujo autor,
> criticando a pesquisa, diz *que a economia e a estatística são ciências
> gastronômicas e de alfaiataria: tem para todos os gostos e medidas.*
>
> http://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/?p=7182
>
>
> Doris
>
>
>
> Em 17 de maio de 2015 21:11, Denise Britz do Nascimento Silva <
> denisebritz em gmail.com> escreveu:
>
> Caros
> escrevo alguns dias após o assunto da análise dos dados da pesquisa da FEE
> (e da PNAD2013)  já ter "saído de cartaz" na nossa lista de discussão.
> Mas.. não resisti..já que o assunto é importante e interessante. Não sabia
> do ocorrido e achei bom que a informação sobre a polêmica tenha sido
> trazida para nossa lista de discussão.
>
> Desejo apenas somar algumas informações e comentários.  Assim como alguns
> colegas escreveram, acho que o mais importante na discussão é a correta
> análise dos dados e não o software que foi utilizado.
>
> Completando a mensagem do Pedro....
>
> Após a publicação da dissertação da Simone Rodrigues em 2003, que estimou
> o diferencial de salários entre gêneros com base nos dados da PNAD
> ressaltando a importância de levar em consideração o desenho amostral da
> pesquisa, outro aluno do mestrado da ENCE  (Alexandre Pinto) desenvolveu
> uma dissertação também sobre o tema de desigualdade salárial.
>
> A novidade aqui foi a incorporação do plano amostral da pesquisa ao
>  estimar os coeficientes de discriminação (entre sexo e raça) desta vez
> utilizando, além da decomposição de Oaxaca e da equação de salários de
> Mincer, os modelos de Heckman para dar conta do viés de seleção (
> seletividade) da informação de salários.
>
> A dissertação, defendida em 2005,  está disponível na página da ENCE
>
>
> http://www.ence.ibge.gov.br/images/ence/doc/mestrado/dissertacoes/2005/alexandre_pinto_de_carvalho_TC.pdf
>
> Trabalhos sobre a dissertação foram divulgados através de relatório
> técnico da EPGE - FGV - Ensaios Econômicos -  no. 638 - Dezembro de 2006
> e no Encontro da ABEP em 2006 (ambos em anexo).
>
> Sendo assim...escrevo para registrar que é muito bom ver a utilização de
> estatísticas públicas para análise das questões sociais contemporâneas do
> país. Já nos trabalhos publicados em 2003 e 2005/2006, as análises
> indicavam que o diferencial existia ( em favor do sexo masculino) mas que o
> seu impacto (ou força) deveria ser analisado controlando-se por fatores
> sócio-demográficos e educacionais dos indivíduos. Assim..  o diferencial na
> chamada análise não-controlada por este fatores sempre apresenta efeitos
> maiores.
>
> Meus comentários sobre a questão tratada na mensagem original sobre o
> assunto são:
>
>
>    -  o cuidado que devemos ter ao analisar dados provenientes de
>    pesquisas amostrais (utilizar métodos de estimação que incorporem não
>    apenas o peso, mas também o desenho amostral da pesquisa);
>
>
>    - o repúdio a qualquer ato que desqualifique um trabalho técnico ou
>    científico caso o resultado não agrade ao leitor.
>
>
> Abraços e segue um resumo do trabalho do Alexandre Pinto (2005,2006).
> Denise
> ========================================================
> Diferenciais de Salários por Raça e Gênero: Aplicação dos procedimentos de
> Oaxaca e Heckman em Pesquisas Amostrais Complexas
> " A estimação da equação de salários tem sido amplamente utilizada em
> estudos relativos à discriminação no mercado de trabalho brasileiro segundo
> cor e sexo. Os resultados revelam os efeitos dos determinantes do salário
> segundo características individuais e do posto de trabalho. O propósito
> destes trabalhos é avaliar a situação em que indivíduos com atributos
> produtivos semelhantes, exceto pela cor ou sexo, têm salários tão
> diferenciados. .......
> ...........................
>  No entanto, alguns dos estudos que utilizam dados provenientes de
> pesquisas amostrais complexas, como a Pesquisa Nacional por Amostra de
> Domicílios (PNAD) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
> Estatística (IBGE), não incorporam o plano amostral em suas análises.
> .................................
> .................................
>  O objetivo principal desta dissertação é decompor o diferencial da média
> do logaritmo do salário/hora com ênfase na cor e sexo dos trabalhadores
> brasileiros (homens de cor branca, mulheres de cor branca, homens de cor
> preta ou parda e mulheres de cor preta ou parda). A metodologia, baseada no
> modelo de capital humano, consiste em estimar a equação de salários
> (Mincer, 1974) com a correção do viés de seleção das informações dos
> salários através do procedimento de Heckman (1979).
>
> O procedimento da decomposição do diferencial de salários é baseado no
> trabalho de Oaxaca (1973) composto por dois efeitos: características
> produtivas individuais e da discriminação. A análise empírica tem como foco
> o uso adequado de procedimentos de modelagem estatística em pesquisas por
> amostragem complexa, conforme os trabalhos de Skinner e Smith (1989) e
> Pessoa e Silva (1998). "
>
>
> Em 13 de maio de 2015 10:00, Gabriel Afonso Marchesi Lopes <
> marchesilopes em hotmail.com> escreveu:
>
> Prezados,
>
> Não sei se vocês estão a par da polêmica envolvendo a pesquisa da FEE
> (Fundação de Economia e Estatística do RS) denominada “Relatório sobre o
> mercado de trabalho do Rio Grande do Sul — 2001-13”.
>
> O relatório foi elaborado pelos pesquisadores Guilherme Stein e Vanessa
> Neumann Sulzbach (Economistas) e pela Pesquisadora Mariana Bartels
> (Estatística).
>
> A polêmica gira em torno do fato de que a pesquisa concluiu que as
> mulheres brasileiras ganham 20% menos que os homens, mas só 7% não podem
> ser explicados pela diferença de produtividade. Esta conclusão, por
> contrariar algumas teses ideológicas, fez com que surgissem uma série de
> ofensas contra os pesquisadores, além de pedidos de demissão de Diretores
> da FEE.
>
> Em razão desta série de críticas de cunho ideológico, 135 economistas, a
> maioria mestres e doutores, muitos de renome nacional e internacional, como
> Gustavo Franco e Gustavo Loyola, ex-Presidentes do Banco Central, emitiram
> um manifesto em defesa dos pesquisadores e considerando a metodologia
> estatística e econômica utilizada por eles como adequada.
>
> Para quem se interessar sobre o assunto, segue o “Manifesto de apoio aos
> pesquisadores da FEE, à própria instituição e a seu presidente” assinado
> pelos economistas: https://sites.google.com/site/manifestoeconomistasrs/
>
> E aqui segue o link da pesquisa:
> http://www.fee.rs.gov.br/wp-content/uploads/2015/04/20150504relatorio-sobre-o-mercado-de-trabalho-do-rio-grande-do-sul-2001-13.pdf
>
> Abraços,
>
> --
> Gabriel Afonso Marchesi Lopes
> Atuário MTb/MIBA nº 2.068
> Estatístico CONRE/4ª Região nº 9.765
> Pós-graduado em Perícia e Auditoria - NECON/UFRGS
> Telefone: (0xx51) 9727.2524
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