[ABE-L] Editorial do Estadão

clarice.demetrio em usp.br clarice.demetrio em usp.br
Dom Set 27 09:36:58 -03 2015


Caros colegas, 
Não podemos generalizar. O Programa Ciência Sem Fronteiras, realmente beneficiou 
pessoas que não mereciam (infelizmente, tudo depende da honestidade das pessoas) 
mas, por outro lado, beneficiou também aqueles que mereciam. 
Temos casos de diplomas duplos resultantes desse programa e que trouxeram 
melhorias  aos PPGs . 

O problema que vejo no momento é o nivelamento por baixo, penalizando aqueles 
que fizeram as coisas corretamente e tirando oportunidades de quem realmente merece. 

Saudações, Clarice 

----- Mensagem original -----

> De: "Doris Fontes" <dsfontes em gmail.com>
> Para: "Julio Stern" <jmstern em hotmail.com>
> Cc: "Alfredo Mayall Simas" <simas.ufpe.br em gmail.com>, "manoel lemos"
> <mjmslemos em gmail.com>, "MARIA DA CONCEICAO SAMPAIO DE SOUSA"
> <csampaiodesousa em gmail.com>, "ABE Lista" <abe-l em ime.usp.br>
> Enviadas: Domingo, 27 de Setembro de 2015 8:54:45
> Assunto: Re: [ABE-L] Editorial do Estadão

> Pergunto: só o governo federal tem culpa no fracasso do CsF, ou as
> próprias IES têm também (grande) parcela da culpa? Se houve
> estudante ruim ganhando bolsa, alguém aprovou este estudante. Não é
> possível pedir para o governo criar um fiscal para cada coordenador
> local do CsF...  No meu ver, o programa era, sim, MERITOCRÁTICO.

> Concordo que havia muitas falhas, mas os usuários ruins e
> coordenadores das IES ajudaram, com sua falta de comprometimento,
> eliminar um programa que poderia ser bom.

> Bom domingo a todos,
> Doris

> Homologação de Inscrições

> Procedimentos

> O processo de homologação realizado pelos Coordenadores
> Institucionais do Programa Ciência sem Fronteiras visa,
> principalmente, selecionar os melhores estudantes inscritos nas
> Chamadas Públicas para concessão de bolsas de Graduação Sanduíche no
> Exterior. Os candidatos deverão estar regularmente matriculados em
> cursos de graduação ligados às Áreas Prioritárias, cumprir com os
> requisitos das Chamadas, ter excelente desempenho acadêmico e
> proficiência no idioma do país de destino, quando exigido. 
> Atenção:  Cada Instituição de Ensino Superior deverá indicar o seu
> representante do Ciência sem Fronteiras institucional. As
> mantenedoras dessas instituições deverão orientar para que que os
> respectivos Reitores, ou possuidores de cargo equivalente, indiquem
> o seu representante para cada IES.
> (...)

> Instruções importantes:

> Faz-se necessário mencionar os requisitos que os candidatos,
> obrigatoriamente, deverão preencher para assim terem suas
> candidaturas devidamente homologadas. 

> * Estar regularmente matriculado em curso de nível superior nas áreas
> e nos temas indicados na chamada pública;
> * Percentual do curso concluído, tendo integralizado no mínimo 20% e,
> no máximo, 90% do currículo previsto para seu curso, no momento do
> início previsto da viagem de estudos;
> * Para os alunos de cursos de saúde, verificar a restrição total ou
> parcial (ciclo clínico) para cada uma das chamadas;
> * Apresentar perfil de aluno de excelência, baseado no bom desempenho
> acadêmico segundo critérios da própria IES; -- Isso não é
> meritocracia?
> * Se aplicável, confirmação de prêmio acadêmico e de mérito;
> * Se aplicável, confirmação de participação em programa de iniciação
> científica ou docência.

> A elegibilidade do curso de graduação, o nível de proficiência
> EXIGIDO e a nota do ENEM são verificados pela Equipe do Programa
> Ciência sem Fronteiras quando da pré-seleção dos candidatos, não
> devendo assim ser motivo de NÃO HOMOLOGAÇÃO de candidatos.

> Em 27 de setembro de 2015 08:02, Julio Stern < jmstern em hotmail.com >
> escreveu:

> > O Ciencia Sem Fronteiras implementou uma politica explicitamente 
> > Anti-Meritocratica. 
> 
> > O programa consumiu RS 6.5 Bilhoes, esvasiou programas bem
> > estabelecidos, 
> 
> > gerou frustracoes enviando alunos mal preparados mundo afora, 
> 
> > denegriu a boa reputacao dos estudantes de pos-graduacao
> > Brasileiros
> > no exterior, 
> 
> > e deixou um rombo orcamentario que teremos que agora pagar em meio
> > a
> > uma crise 
> 
> > economica que eh resultado de politicas economicas concebidas com
> > igual zelo 
> 
> > anti-meritocratico e anti-produtivista, embaladas com a pior
> > demagogia populista. 
> 
> > Como nacao, reelegemos a Dilma:  
> 
> > Nao temos como reclamar.  
> 
> > Ta ruim. 
> 
> > ---Julio Stern 
> 

> >      
> 

> > Date: Fri, 25 Sep 2015 09:42:37 -0300
> 
> > From: cribari em de.ufpe.br
> 
> > To: abe-l em ime.usp.br ; mjmslemos em gmail.com ;
> > csampaiodesousa em gmail.com ; simas.ufpe.br em gmail.com
> 
> > Subject: [ABE-L] Editorial do Estadão
> 

> > O Estado de São Paulo, 25 de setembro de 2015 - EDITORIAL
> 

> > O fim do Ciência sem Fronteiras
> 

> > Lançado há quatro anos como uma das principais iniciativas do
> > primeiro governo da presidente Dilma Rousseff no campo da educação
> > e
> > usado como bandeira eleitoral na campanha pela reeleição, o
> > programa
> > Ciência sem Fronteiras está chegando a um final melancólico.
> 
> > Embora afirmem que ele não será encerrado, as autoridades
> > educacionais admitiram publicamente que a oferta de novas vagas
> > está
> > suspensa por falta de verbas. As bolsas dos alunos que estão no
> > exterior continuarão sendo pagas, mas as dos estudantes que haviam
> > sido selecionados serão canceladas. A suspensão foi anunciada por
> > um
> > assessor do Ministério da Educação durante sabatina no Comitê para
> > os Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas.
> 
> > Concebido mais como instrumento de marketing do que como uma
> > política
> > destinada a acelerar a internacionalização do ensino superior, o
> > Ciência sem Fronteiras apresentou problemas desde que foi lançado.
> > Em vez de selecionar alunos de áreas técnicas em que o Brasil
> > carece
> > de especialistas, especialmente no campo das ciências exatas e
> > biomédicas, o programa financiou indiscriminadamente estudantes de
> > quase todas as áreas do conhecimento – inclusive publicidade e
> > comunicações.
> 
> > Por falta de critérios, de objetivos e de metas, o programa também
> > concedeu indiscriminadamente bolsas de graduação, de mestrado, de
> > doutorado, de especialização e de pós-doutorado, sem prever
> > mecanismos de avaliação de desempenho dos bolsistas. Houve até quem
> > ganhou bolsa para passar um ano nos Estados Unidos, Inglaterra e
> > Canadá sem ter sido submetido a um teste de fluência em língua
> > inglesa. Por não conhecer o idioma, vários bolsistas não
> > conseguiram
> > acompanhar as aulas e retornaram ao Brasil sem aperfeiçoar sua
> > formação intelectual.
> 
> > Ao ser lançado, em 2011, o Ciência sem Fronteiras previa a
> > concessão
> > de 101 mil bolsas de estudo no exterior, das quais 75 mil seriam
> > financiadas pela União e 26 mil custeadas pela iniciativa privada.
> > Quando tomaram consciência de que o programa não tinha prioridades
> > bem definidas, bancos e empresas tentaram estabelecer critérios
> > objetivos para a seleção dos estudantes cujos estudos financiariam.
> > Mas, alegando que elas estavam usando o programa para financiar mão
> > de obra de que necessitam, as autoridades educacionais rejeitaram
> > esses critérios e impuseram outros. As empresas cancelaram o
> > patrocínio.
> 
> > A inépcia administrativa também se converteu numa das marcas do
> > Ciência sem Fronteiras. Muitos bolsistas viajaram para o exterior
> > só
> > com a passagem de ida e tiveram dificuldades para se instalar nas
> > cidades que escolheram. Por causa dos atrasos no depósito das
> > bolsas, estudantes ficaram sem recursos para pagar aluguel,
> > alimentação, transporte e plano de saúde. Universidades
> > estrangeiras
> > reclamaram dos atrasos do repasse das verbas para gastos com
> > matrículas, mensalidades e atividades acadêmicas – a ponto de
> > faculdades canadenses de engenharia se recusarem a acolher
> > bolsistas
> > brasileiros. Por excesso de burocracia e de um extenso rol de
> > requisitos estapafúrdios – como a exigência de que as escolas
> > estrangeiras tivessem a mesma carga horária, o mesmo programa das
> > mesmas disciplinas e dos mesmos currículos das escolas brasileiras,
> > além de traduções juramentadas de documentos expedidos por
> > consulados –, os estudantes brasileiros enfrentaram dificuldades
> > para revalidar diplomas emitidos no exterior.
> 
> > A criação de um programa destinado a reduzir a distância entre as
> > universidades brasileiras e as mais prestigiosas universidades
> > estrangeiras foi recebida como uma boa ideia pela comunidade
> > acadêmica. Mas, da forma desastrosa com que foi implementado e com
> > resultados pífios que produziu, ele representou um desperdício
> > bilionário de recursos escassos. Só em seus primeiros quatro anos,
> > ele consumiu R$ 6,4 bilhões – cerca de 20% do que o governo quer
> > arrecadar anualmente com o restabelecimento da CPMF. O anúncio da
> > suspensão das bolsas do Ciência sem Fronteiras é, na verdade, um
> > epitáfio.
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