[ABE-L] Ciência Sem Fronteiras

Vermelho vermelho2 em gmail.com
Seg Ago 1 10:43:29 -03 2016


Editorial confuso e superficial.
Passa batido pela discussão dos problemas do programa.

Vermelho
F.: (21) 2501 2332 - casa
           2142 0473 - IBGE

Em 1 de agosto de 2016 08:24, Francisco Cribari <cribari em de.ufpe.br>
escreveu:

> O Estado de São Paulo, 1 de agosto de 2016 - EDITORIAL
>
> O novo Ciência sem Fronteiras
>
> <O programa Ciência sem Fronteiras foi implementado de forma tão inepta
> que não restou ao governo do presidente em exercício Michel Temer outra
> saída a não ser reformulá-lo integralmente>
>
> Lançado em 2011 pela presidente Dilma Rousseff como uma das mais
> importantes iniciativas de sua gestão no campo da educação, o programa
> Ciência sem Fronteiras foi implementado de forma tão inepta que não restou
> ao governo do presidente em exercício Michel Temer outra saída a não ser
> reformulá-lo integralmente.
>
> Planejado para conceder 101 mil bolsas a estudantes brasileiros
> interessados em fazer cursos de iniciação científica, mestrado, doutorado,
> especialização e pós-doutorado em universidades conceituadas de países
> desenvolvidos, o programa tinha por objetivo reduzir a distância entre as
> universidades brasileiras e as universidades estrangeiras mais bem
> classificadas nos rankings internacionais. Mas, em vez de definir critérios
> precisos, estabelecer metas e dar prioridade às áreas técnicas nas quais o
> Brasil é carente de especialistas e que são estratégicas para a
> qualificação de mão de obra e para o desenvolvimento econômico, como
> matemática, física, química e biologia, o governo Dilma financiou
> indiscriminadamente cursos em quase todas as áreas do conhecimento,
> inclusive aquelas em que o mercado de trabalho está saturado, como
> publicidade e comunicações.
>
> Como o governo não exigiu dos bolsistas proficiência no idioma em que as
> atividades didáticas seriam realizadas e as provas seriam aplicadas, muitos
> não conseguiram acompanhar os cursos em que se matricularam e voltaram ao
> Brasil sem aperfeiçoar sua formação intelectual. Houve, também, bolsistas
> que não conseguiram ser aprovados nos exames seletivos das universidades e
> centros de pesquisa que escolheram. E, por falta de acompanhamento
> acadêmico e cobrança de resultados, um contingente expressivo de bolsistas
> abandonou os estudos e usou o valor das bolsas para fazer turismo.
>
> Só em 2015, o Ciência sem Fronteiras financiou 35 mil bolsistas, a um
> custo de R$ 3,2 bilhões aos cofres públicos, valor equivalente ao que foi
> gasto pelo Ministério da Educação para atender 39 milhões de alunos do
> programa federal de merenda escolar. Por causa da sucessão de erros
> administrativos do governo Dilma, parte desse investimento não retornará ao
> País em forma de capacitação profissional e qualificação acadêmica com
> padrão de excelência. Os gastos com estudantes que não conseguiram
> acompanhar aulas, não concluíram um curso acadêmico ou se limitaram a fazer
> turismo tiveram de ser contabilizados como prejuízo para os cofres públicos.
>
> Para acabar com o buraco negro nas finanças públicas em que o Ciência sem
> Fronteiras se converteu, o governo do presidente em exercício Michel Temer
> está avaliando as medidas que foram propostas pelos especialistas quando o
> programa foi lançado. Em vez de conceder indiscriminadamente qualquer tipo
> de bolsa, a ideia é acabar com as bolsas de graduação e concentrar recursos
> no financiamento do intercâmbio de doutorandos e de estudantes da rede
> pública de ensino médio e oriundos de famílias de baixa renda.
>
> Além disso, as autoridades educacionais pretendem criar mecanismos de
> acompanhamento acadêmico dos bolsistas, racionalizar os gastos com as
> bolsas e corrigir distorções. O gasto com uma bolsa de graduação do Ciência
> sem Fronteiras equivale ao financiamento de um curso integral de quatro
> anos no Brasil para três alunos. “É preciso considerar a questão do
> custo/benefício porque o País tem carências, como é o caso do ensino
> básico”, diz o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de
> Nível Superior (Capes), Geraldo Nunes. “O programa foi mal concebido e o
> MEC teve de tirar dinheiro de outras áreas e de pesquisas de pós-graduação
> para financiá-lo”, afirma Simon Schwartzman, do Instituto de Estudos do
> Trabalho e Sociedade. Com a reformulação do Ciência sem Fronteiras, o
> programa será bem menos ambicioso do que o original. Mas, se for
> implementado com eficiência, poderá dar muito mais resultados para a
> qualificação das novas gerações e para o desenvolvimento do País.
>
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