[ABE-L] Um tiro que sai pela culatra - Estadão, 21/08/2016

Basilio de Bragança Pereira basilio em hucff.ufrj.br
Ter Ago 23 10:46:05 -03 2016


Engraçado .O governo faz uma desoneração as empresas que de 2011 a 1015
chegou a mais de 500 bilhões de reais sendo que mais de 280 bilhões destes
500 bilhões deveriam para a providencia. E note um governo que dizem de
esquerda , imagine um de direita !!!!!
Ai se fala em deficit da previdência ?
Nós trabalhadores é que vamos pagar por essas facilidades obtidas pelos
empresários ?
Esse capitalismo financeiro faz com que estas desonerações previstas para
aumentar a produção e diminuir o desemprego faz ser mais rentável colocar o
dinheiro na bolsa (troca de papeis sem produção, só especulação).
E vemos economistas que assessoram estas empresas a investir falar que nós
e que temos que nos apertar?
Isso é o tal de liberalismo?

Basilio

Em 22 de agosto de 2016 14:26, Dani Gamerman <dani em im.ufrj.br> escreveu:

> Estadão - Um tiro que sai pela culatra
>
> A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que limita o aumento dos gastos
> públicos à inflação do ano anterior tem despertado questionamentos
> importantes, principalmente da parte de analistas que se dizem preocupados
> em
> preservar os gastos públicos em educação e saúde. Segundo estes analistas,
> como as despesas com Previdência e assistência social vão crescer acima da
> inflação e o aumento do total de gastos não poderá ultrapassar a inflação
> do
> ano anterior, algum outro componente da estrutura de gastos públicos terá
> de
> ajustar-se para que a regra não seja descumprida. E os candidatos mais
> claros
> são saúde e educação.
>
> José Márcio Camargo*
>
>
> Essas preocupações são bastante relevantes na medida em que educação e
> saúde
> deveriam ser as principais prioridades de qualquer país de renda média,
> como
> o Brasil, que pretenda se tornar um país de renda elevada no futuro. Mas
> elas
> partem da premissa de que é inexorável que os gastos com aposentadorias e
> pensões cresçam acima da inflação do ano anterior. Porém, a evolução desses
> gastos depende da manutenção ou não das regras hoje vigentes no sistema
> previdenciário e assistencial do País, o que, como veremos, é
> insustentável.
>
> Nosso sistema de aposentadorias e pensões é extremamente generoso, se
> comparado ao de outros países. O Brasil gasta hoje 13% do PIB com
> aposentadorias e pensões de inativos do setor público e do setor privado e
> tem aproximadamente 7% de sua população com mais de 65 anos de idade.
> Países
> que gastam esse montante do PIB com assistência e Previdência Social
> (Alemanha, por exemplo) têm uma porcentagem muito maior da população com
> mais
> de 65 anos (mais de 20%, no caso da Alemanha).
>
> O Brasil é um claro "outlier", ou seja, fora do normal, neste quesito. É um
> dos pouco países que não têm uma idade mínima para se aposentar. Em média,
> a
> idade em que as pessoas se aposentam no Brasil é 55 anos, ou seja, no auge
> da
> capacidade de trabalho. Hoje, 41,5% das despesas do orçamento público
> federal
> se destinam a pagar aposentadorias e pensões. E o pior é que, como a
> expectativa de vida da população está aumentando, mantidas as regras
> atuais,
> a tendência ao aumento do gasto é inexorável. Com inflação de 4,5% ao ano,
> os
> gastos com Previdência e assistência social aumentariam 9,8% ao ano. Se
> nada
> for feito e se todos os outros itens do Orçamento forem reajustados pela
> inflação, daqui a 20 anos os gastos com Previdência e assistência atingirão
> 64% do total de gastos do governo federal.
>
> Por outro lado, caso a PEC seja aprovada, sem reforma do sistema de
> aposentadorias e pensões, em 20 anos todo o gasto do governo federal terá
> de
> ser destinado a pagar estes benefícios. Isso mostra que apenas aprovar a
> PEC
> não é uma proposta viável. Será necessário aprovar também uma mudança
> abrangente nas regras da Previdência e assistência social. Por outro lado,
> a
> não aprovação da PEC não resolverá o problema, apenas adiaria o dia da
> verdade. Seria como dar morfina a um doente em estado quase terminal.
> Diminui
> as dores no curto prazo, mas enfraquece ainda mais o doente no longo
> prazo. É
> fundamental intervir para curar a doença, ainda que o tratamento seja
> doloroso.
>
> A excessiva benevolência do sistema de Previdência e assistência social
> brasileiro terá de ser atacada mais cedo ou mais tarde. E, quanto mais
> cedo,
> menos doloroso será o tratamento. A maior virtude da PEC que limita o
> crescimento dos gastos é exatamente explicitar esse fato, na medida em que
> mostra que o sistema previdenciário é insustentável. Com isso, espera-se
> que
> todos os cidadãos efetivamente interessados em preservar os gastos com
> saúde
> e educação se mobilizem em prol da aprovação de uma reforma que torne o
> sistema de aposentadorias e pensões sustentável. Não aprovar esta PEC com o
> argumento de que, com ela, os gastos com educação e saúde teriam de ser
> reduzidos, seria um tiro que sai pela culatra.
>
> * José Márcio Camargo é professor titular do Departamento de Economia da
> PUC/Rio e economista da Opus Gestão de Recursos
>
>
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> Dani Gamerman
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> Lab. de Sistemas Estocásticos (LSE)
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UFRJ-Federal University of Rio de Janeiro
*Titular Professor of  Bioestatistics and of Applied Statistics (Retired)
*FM-School of Medicine and COPPE-Posgraduate School of Engineering and
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