[ABE-L] FRANCISCO ARANDA-ORDAZ

Gauss Cordeiro gauss em de.ufpe.br
Qui Fev 25 09:05:07 -03 2016


AINDA UM POUCO SOBRE FRANCISCO ARANDA-ORDAZ



Quando me formei em Matemática na Universidade Católica de PE (1973) e
Engenharia na UFPE (turma de 1974),

total  de 211 colegas, fiz 211 amigos. Amizades que persistem até hoje.



Durante meu mestrado na COPPE, em 1975, minha turma de PO tinha 14 pessoas,
e fiquei amigo de todos eles.

Um dos meus colegas, que trabalhava na extinta Embratel, foi o meu primeiro
orientando.



Na Inglaterra, as coisas ocorreram às avessas. Eu tinha 21 colegas de
doutorado no Imperial College mas consegui fazer

apenas três amigos: Francisco Aranda-Ordaz (falecido), Luiz Perichhi e
Anthony Davison (atual Editor da Biometrika).


Os três citados acima vieram ao Brasil pela 1ª vez por meu intermédio.
Aranda-Ordaz é bastante conhecido

pela transformação para dados binários que leva seu nome, que foi a parte
principal do seu paper de 1981

na Biometrika. Ele era casado com uma brasileira. Fui umas seis vezes aos
"pubs" londrinos

com ele jogar conversa fora. Ele morava no Lillian Pension Hall e esteve
uma única vez na

minha casa para jantar. Era uma pessoa reservada, mas que gostava de tomar
cerveja

e de saber do que acontecia do Brasil.


A última vez que ele esteve no Brasil foi na EMR, em 1991, evento que
organizei na UFRJ. Saímos juntos

com vários brasileiros e estrangeiros na Banda de Ipanema, e ele estava
maravilhado com a alegria dos cariocas.

Uma semana depois, quando retornou ao México, ele foi assassinado, por
conta de um erro estúpido.


Ele tinha comprado uma casa que havia sido assaltada e o proprietário
conseguiu identificar os ladrões.

Eles foram presos e depois de alguns meses, quando foram soltos, voltaram à
casa para se vingar do proprietário.

Estava escuro e Francisco quando chegou na sua casa para abrir o portão,

os ladrões atiraram nele pensando que era o antigo dono.


Dessa forma cruel, morreu um dos mais importantes estatísticos mexicanos! O
Prêmio Aranda-Ordaz

é concedido a cada três anos a melhor tese de doutorado da América Latina
durante o CLAPEM.

Alguns brasileiros já receberam.
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