[ABE-L] provocação acadêmica

Carlos Alberto de Bragança Pereira cpereira em ime.usp.br
Qua Out 22 19:27:43 -03 2014


Caro amigo Rafa
O Neale não trabalha como Bayesiano!
Não entendo muito o que seria empate técnico pois precisaria colocar  
um conjunto de credibilidade para ver se a reta p1=p2 estaria ali por  
perto.
Não consigo responder o que você pergunta pois o Neale inclusive fala  
em probabilidade verdadeira do eleitor joão votar no Aédio ou na Dilma.
Probabilidade não é uma quantidade invisível que está ali colada no eleitor.
Como você bem sabe probabilidades não existe e como você eu nunca  
falaria em estimar probabilidades e sim calcula-las como você bem  
colocou.
Um abraço meu caro
Carlinhos



2014-10-22 15:01 GMT-02:00 Raphael Nishimura <raphael_nishimura em yahoo.com.br>:

Caro prof. Carlinhos,

É sempre um prazer ouvir (ou ler) o que o senhor tem a dizer sobre  
assuntos tão interessantes como esse! Muito obrigado por enviar o  
paper para a lista. Já tinha ouvido falar sobre esse estudo em  
ocasiões anteriores, mas é ainda mais interessante ler os detalhes dela.

Relacionado a amostragem intencional: assim como o senhor, sempre que  
possível, eu também gosto de trabalhar com amostras balanceadas.  
Recentemente (mas não tão recentemente assim) Deville e Tillé  
(Biometrika, 2004) desenvolveram um método para seleção de amostras  
balanceadas que pode agradar gregos e troianos. Esse método, chamado  
de método cubo, permite a seleção de amostras probabilísticas (com  
probabilidades de seleção iguais ou desiguais) de forma que as  
estimativas para variáveis auxiliares usadas para balanceamento da  
amostra, quantitativas ou qualitativas, sejam iguais ou  
aproximadamente iguais aos totais populacionais.

Agora eu gostaria de lançar uma outra provocação acadêmica na lista.  
Alguns bayesianos criticam (e com razão, na minha opinião) o chamado  
"empate técnico", como muitas pesquisas de intenção de voto publicam  
quando os intervalos de confiança de cada candidato se sobrepõem, o  
que pode passar a impressão que cada candidato tem a mesma chance de  
vencer a eleição. Como alternativa, alguns recomendam o cálculo da  
probabilidade de cada candidato ganhar a eleição (no caso do 2o  
turno), usando métodos bayesianos, como o Neale vem fazendo no  
Pollingdata.com.br. Não sei se vocês vem acompanhando o site do Neale,  
mas nesse momento ele apresenta uma probabilidade de 51% para o Aécio  
e 49% para Dilma. Digamos que um dia antes do 2o turno cheguemos a 50%  
para cada candidato. Seria esse o "empate técnico" bayesiano?

Um abraço,
Raphael

-- 
Carlos Alberto de Bragança Pereira
http://www.ime.usp.br/~cpereira
http://scholar.google.com.br/citations?user=PXX2AygAAAAJ&hl=pt-BR
Stat Department - Professor & Head
University of São Paulo





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