[ABE-L] Uma provocação ac?=Re: Uma provocação ac?=Re: Uma provocação ac?=Re: Uma provocação ac?==?ISO-8859-1?Q?adêmica

asimonis em ime.usp.br asimonis em ime.usp.br
Qui Out 23 22:35:08 -03 2014


Cara Mel, gentileza pura seu e-mail.

Até agora, e no meio de grosserias que estão ocorrendo em algumas  
redes sociais, um alento essa nossa troca de ideias.

Também aprendo muito.

Vou fazer uma provocação bem-intencionada:  sintam-se a vontade para  
me rotularem de teórico/acadêmico que desconhece a realidade dos dados  
reais e que também ignora a expressão "na prática".

Digamos que quero estimar o percentual populacional de pessoas que  
defendem uma determinada posição sobre o aborto. Posição essa que pode  
ser resumida como favorável ou contrária. Escolho segundo uma amostra  
casual simples 1000 indivíduos e verifico suas opiniões. P_1 a favor  
digamos.

Alguém muito sério percebe que havia 700 homens e 300 mulheres na  
amostra. Propõe escolher, segundo uma a.c.s. mais 400 mulheres, e  
encontra P_2. (Dentre os 1400).

A questão que pergunto ao caros amigos é: qual estimador P_i você   
prefere? (i =1,2).

PS: permutabilidade, verossimilhança flat, erro ou tamanho da amostra,  
etc e etc são bem-vindos na resposta.

Abs





Citando Mel Oliveira <oliveira.mel em gmail.com>:

> Boa tarde!
>
> Me desculpem a intromissão em conversa de professores tão ilustres e que
> estão me fazendo aprender muito com tudo isso!! Que riqueza! Obrigada!
>
> Acredito que isto é estatística. As probabilidades só existem pq não
> podemos controlar todas as variáveis. Se pudéssemos, acredito que talvez a
> matemática sozinha bastaria. Pois, uma vez que sei que é o Prof. Carlinhos
> que tirará o papel da urna, colocarei meu papel em primeiro e a etiqueta
> com a probabilidade de ser sorteada, muda. Se for o Prof. Adilson, então
> coloco no meio e digo que já embaralhei a urna e minha etiqueta também
> mudará.
>
> Assim como, quando lança-se um dado, todos os lados começam com a mesma
> etiqueta, porém, ao lançá-lo, a face que ficará para cima no final, depende
> da força com que o dado foi lançado, da face inicialmente para cima, do
> lado estar alinhado, da direção do vento,...., da superfície em que ele
> cai,.... e assim, a etiqueta de cada face também muda.
>
> Numa disciplina ministrada pelo Prof. Julio Stern, me lembro dele dizer
>  (prof. me corrija se estiver equivocada em algo) que um dos motivos de se
> aleatorizar, embaralhar, era para que o seu padrão não fosse descoberto. Pq
> caso seja, as probabilidades serão diferentes na cabeça da pessoa que a
> descobriu, mas continuarão as mesmas para os que não. então, coitado do
> cara que cola as etiquetas! O que fazer agora? Rs.
>
> Abraços,
> Mel.
>
>
>
> Em 23 de outubro de 2014 11:01, Dani Gamerman <dani em im.ufrj.br> escreveu:
>
>> Na sessão de encerramento do ultimo sinape aconteceu algo similar.
>> 2 membros de um mesmo casal foram sorteados de forma sucessiva
>> para receber livros da Springer. Se isso acontece até em um evento
>> de Estatística, o que esperar do tradicional clube Pinheiros.
>>
>> Abs pseudo-aleatorios
>> Dani
>> statpop.blogspot.com
>>
>> > Sem querer me meter, mas já me metendo, eu conheci um casal de
>> > amigos que ganhou uma viagem num sorteio graças ao não-
>> > embaralhamento da urna. Explico: esse sorteio ocorreu num jantar
>> > festivo no clube Pinheiros e um outro casal, que ia acompanhar esses
>> > meus amigos, teve problemas de última hora e não pôde comparecer.
>> > Em conseqüência disso, meus amigos chegaram atrasados ao jantar e
>> > foram literalmente os últimos a colocar os cupons (na verdade,
>> >  canhotos do ingresso) na urna. Mais tarde, na hora do sorteio, a
>> > mocinha encarregada de fazê-lo simplesmente abriu a urna e pegou
>> > "aleatoriamente" um dos cupons que estavam por cima, premiando esses
>> > meus amigos.
>> >
>> > Ou seja: a menos que a urna seja transparente, nós não temos como
>> > saber se a distribuição das bolinhas dentro da urna está
>> > "homogênea" (o que quer que "homogênea" possa significar) ou se as
>> > bolas pretas (cupons dos outros presentes ao sorteio) estão todas
>> > no fundo da urna e as bolas brancas (cupons desse casal de amigos)
>> > todas por cima das pretas. Daí a necessidade do embaralhamento,
>> > caso contrário, até podemos trabalhar com probabilidades
>> > condicionadas ao nosso (des)conhecimento da composição da urna,
>> >  mas essas probabilidades não necessariamente poderão ser
>> > consideradas uniformes (1/n para todas as bolinhas).
>> >
>> > É claro que, quando as urnas são estados / cidades / distritos
>> > etc. e as bolas são eleitores, a mecânica é diferente e a
>> > analogia não é imediata. Ainda mais quando falamos em 140 milhões
>> > (por favor me corrijam se esse número estiver errado) de bolinhas
>> > cada uma de uma cor diferente em vez de simplesmente n "brancas" e N-
>> > n "pretas". Mas mesmo assim acho que essa ressalva sobre a
>> > "homogeneidade" ou não da composição da urna permanece válida.
>> >
>> > Marcelo
>> >
>> > Em 23/10/2014 00:58, Neale El-Dash escreveu:
>> > > Sempre gostei muito desses exemplos do Carlinhos envolvendo bolinhas
>> > > na urna. Acho que o exemplo desse tipo, dado pelo proprio Carlinhos
>> > > (e' claro), que mais me marcou e' quando ele pergunta se e' necessario
>> > > embaralhar a urna para que todas as bolinhas tenham a mesma
>> > > probabilidade de serem selecionadas. Pelo menos eu lembro da pergunta
>> > > dessa forma, Carlinhos me corrija se for o caso.
>> >
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