[ABE-L] Uma provocação ac?==?ISO-8859-1?Q?adêmica

Julio Stern jmstern em hotmail.com
Qui Out 23 20:04:48 -03 2014


Mel:   Segundo o que eu penso, Aleatorizacao serve como mecanismo de Desacoplamente, isto eh o dadinho serve para desacoplar (isolar, separar) o experimento de influencias indesejadas, que induzem todo tipo de bias.   Estas ideia sao muito parecidas com as que o Judea Pearl explica no seu livro - Causality, leitura que eu muito recomendo.  Estas ideias sao muito distintas das de varios autores Frequentistas, onde o mecanismo de aleatorizacao serve de base para justificar o metodo de inferencia estatistica. 
Estas ideias sao tambem distintas das de alguns autores Bayesianos, onde mecanismos de aleatorizacao nao tem qualquer papel relevante a desempenhar no desenho de experimentos.   Um caso concreto de uso destas ideias eh exposto no artigo:    (http://arachne.ime.usp.br/~jstern/papers/papersJS/AIP1490L.PDF) 

Neste artigo a amostra eh otimizada para alcancar certas caracteristicas desejadas, isto eh, a amostra eh Intencional. Todavia, a otimizacao nao eh total, dando espaco para um ruido que embaralha o resultado do processo de amostragem. Este ruido eh suficientemente pequeno para afastar a amostra apenas um pouquino do melhor ponto factivel deterministico. Todavia, este ruido eh grande o suficiente para quebrar com forca correlacoes espurias. 
Como eh possivel que este  ruido seja ao mesmo tempo grande e pequeno, sempre funcionando a nosso favor?! A resposta encontra-se em argumentos baseados em teoremas de instabilidade para programacao inteira. 
Leiam o artigo...  Acho que eh uma area interessante de pesquisa, "inventada" pelo grupo de Estatistica Bayesiana do IME-USP. Ha muita coisa nova para fazer, e muitas respostas a encontrar, tanto na teoria quanto na aplicacaco destes metodos. 
Abraco a todos, ---Julio 


Date: Thu, 23 Oct 2014 12:10:57 -0400
From: oliveira.mel em gmail.com
To: dani em im.ufrj.br
CC: abe em lists.ime.usp.br
Subject: Re: [ABE-L] Uma provocação ac?==?ISO-8859-1?Q?adêmica

Boa tarde!
Me desculpem a intromissão em conversa de professores tão ilustres e que estão me fazendo aprender muito com tudo isso!! Que riqueza! Obrigada!
Acredito que isto é estatística. As probabilidades só existem pq não podemos controlar todas as variáveis. Se pudéssemos, acredito que talvez a matemática sozinha bastaria. Pois, uma vez que sei que é o Prof. Carlinhos que tirará o papel da urna, colocarei meu papel em primeiro e a etiqueta com a probabilidade de ser sorteada, muda. Se for o Prof. Adilson, então coloco no meio e digo que já embaralhei a urna e minha etiqueta também mudará.

Assim como, quando lança-se um dado, todos os lados começam com a mesma etiqueta, porém, ao lançá-lo, a face que ficará para cima no final, depende da força com que o dado foi lançado, da face inicialmente para cima, do lado estar alinhado, da direção do vento,...., da superfície em que ele cai,.... e assim, a etiqueta de cada face também muda. 

Numa disciplina ministrada pelo Prof. Julio Stern, me lembro dele dizer  (prof. me corrija se estiver equivocada em algo) que um dos motivos de se aleatorizar, embaralhar, era para que o seu padrão não fosse descoberto. Pq caso seja, as probabilidades serão diferentes na cabeça da pessoa que a descobriu, mas continuarão as mesmas para os que não. então, coitado do cara que cola as etiquetas! O que fazer agora? Rs.

Abraços,Mel.


Em 23 de outubro de 2014 11:01, Dani Gamerman <dani em im.ufrj.br> escreveu:
Na sessão de encerramento do ultimo sinape aconteceu algo similar.

2 membros de um mesmo casal foram sorteados de forma sucessiva

para receber livros da Springer. Se isso acontece até em um evento

de Estatística, o que esperar do tradicional clube Pinheiros.



Abs pseudo-aleatorios

Dani

statpop.blogspot.com



> Sem querer me meter, mas já me metendo, eu conheci um casal de

> amigos que ganhou uma viagem num sorteio graças ao não-

> embaralhamento da urna. Explico: esse sorteio ocorreu num jantar

> festivo no clube Pinheiros e um outro casal, que ia acompanhar esses

> meus amigos, teve problemas de última hora e não pôde comparecer.

> Em conseqüência disso, meus amigos chegaram atrasados ao jantar e

> foram literalmente os últimos a colocar os cupons (na verdade,

>  canhotos do ingresso) na urna. Mais tarde, na hora do sorteio, a

> mocinha encarregada de fazê-lo simplesmente abriu a urna e pegou

> "aleatoriamente" um dos cupons que estavam por cima, premiando esses

> meus amigos.

>

> Ou seja: a menos que a urna seja transparente, nós não temos como

> saber se a distribuição das bolinhas dentro da urna está

> "homogênea" (o que quer que "homogênea" possa significar) ou se as

> bolas pretas (cupons dos outros presentes ao sorteio) estão todas

> no fundo da urna e as bolas brancas (cupons desse casal de amigos)

> todas por cima das pretas. Daí a necessidade do embaralhamento,

> caso contrário, até podemos trabalhar com probabilidades

> condicionadas ao nosso (des)conhecimento da composição da urna,

>  mas essas probabilidades não necessariamente poderão ser

> consideradas uniformes (1/n para todas as bolinhas).

>

> É claro que, quando as urnas são estados / cidades / distritos

> etc. e as bolas são eleitores, a mecânica é diferente e a

> analogia não é imediata. Ainda mais quando falamos em 140 milhões

> (por favor me corrijam se esse número estiver errado) de bolinhas

> cada uma de uma cor diferente em vez de simplesmente n "brancas" e N-

> n "pretas". Mas mesmo assim acho que essa ressalva sobre a

> "homogeneidade" ou não da composição da urna permanece válida.

>

> Marcelo

>

> Em 23/10/2014 00:58, Neale El-Dash escreveu:

> > Sempre gostei muito desses exemplos do Carlinhos envolvendo bolinhas

> > na urna. Acho que o exemplo desse tipo, dado pelo proprio Carlinhos

> > (e' claro), que mais me marcou e' quando ele pergunta se e' necessario

> > embaralhar a urna para que todas as bolinhas tenham a mesma

> > probabilidade de serem selecionadas. Pelo menos eu lembro da pergunta

> > dessa forma, Carlinhos me corrija se for o caso.

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