[ABE-L] e começa 2015...

Gauss Cordeiro gauss em de.ufpe.br
Dom Jan 11 10:15:11 -03 2015


Caro Jaime,

Bom dia!

Permita-me uma pequena sugestão em alterar o seu último parágrafo:

"está destruindo"  deve ser substituído por "destruiu" a carreira docente
das IFES.

Esse fato já ocorreu (portanto é passado) para encerrar a última greve.

Nos últimos 3 meses fui convocado para 8 bancas de progressão
de professor associado 4 para titular nas duas federais do meu
Estado e, em 5 delas, não aceitei  pois os candidatos dos
departamentos não tinham (para mim) perfil de professor titular.
Todos são agora titulares!

Estou numa idade que não almejo mais alterar o rumo da
irresponsabilidade acadêmica.

Sds,

Gauss


Em 10 de janeiro de 2015 23:41, Jaime Rivera <rivera em im.ufrj.br> escreveu:

> Caros Colegas,
>
> A análise feita pelo Prof. Rogerio Leite não é completa pois existem
> algumas
> particularidades com Chile que devem ser consideradas antes de fazer a
> análise
> dos gastos.
>
> 1) As universidades chilenas não são gratuitas. Existem as estatais e
> privadas
> mais a diferença dos preços cobrados não varia muito.
>
> 2) Não existe estabilidade laboral. O professor que é mal avaliado o não
> atinge os objetivos mínimos pode ser demitido.
>
> 3) Professores chilenos que saem para fazer um doutorado no exterior com
> Bolsa
> chilena, se não conseguem o doutorado, tem que devolver ao estado todo o
> dinheiro que recebeu como bolsa.
>
> Isso aqui no Brasil sería impensável. Mais aí temos uma grande diferença
> que
> de por si implica numa economia gigantesca de recursos públicos.
>
> No Brasil o quadro docente é muito inestável. O perfil de professor titular
> muda de universidade em universidade, existem ainda professores titulares
> com
> apenas com mestrado ou graduação.
>
> Outra ponto importante é que não existe cobrança nas bolsas de Doutorado
> nem
> Pós Doutorado. Isto é candidato a doutor pode ser reprovado e mesmo assim
> não
> tem que devolver nada ao estado. No caso de Pós Doutorado é pior ainda.
> Isto a
> maneira de anedota, porem real: Uma vez eu perguntei a um beneficiário de
> Bolsa de Pos Doc do CNPq  que passou um ano em USA, se ele tinha publicado
> bem. Ele respondeu: "Jaime lá em USA é outro ritmo, meu orientador me
> mandou
> fazer cursos de graduação e quase reprovei"
>
> Mais ainda,  o Programa ciências sem fronteira  leva alunos de graduação
> para
> centros de excelência. Muitos deles despois  de alguns anos recebendo bolsa
> voltaram porque não sabiam o idioma local.  Todo esse dinheiro ficou em
> nada.
> Some  esses valores todos e veja quanto dá!
> Não é pouco não!
>
> Para ser breve, este governo, esta destruindo a carreira docente. Na nova
> lei
> do magistério assinada pelo Dr. Aloizio Mercadante (Tese de Economia: As
> bases
> do Novo Desenvolvimentismo no Brasil: análise do governo Lula (2003-2010),
> 17/12/2010) assinou a lei 12.863 onde todo professor deve iniciar a
> carreira
> universitária como auxiliar, não importando sua qualificação. Poder ser
> doutor, pós doutor, ter ganhado o Premio Novel o a medalha Field. Começa o
> magistério como auxiliar. Isso é mandar a meritocracia para aquele lugar.
> Fora os pontos acima estou de acordo com a opinião do Prof. Leite.
>
> Um abraço
> Jaime.
>
>
>
> --
> Jaime E. Munoz Rivera
>
>
> ---------- Original Message -----------
> From: "Hedibert Freitas Lopes" <hedibert em im.ufrj.br>
> To: Gauss Cordeiro <gauss em de.ufpe.br>,Dani Gamerman <dani em im.ufrj.br>
> Cc: im em im.ufrj.br,Lista da ABE <abe-l em ime.usp.br>
> Sent: Fri, 9 Jan 2015 18:22:02 -0300
> Subject: Re: [ABE-L] e começa 2015...
>
> > Aproveitando a deixa do Gauss, vou repetir aqui tambem minha
> > colocacao do facebook sobre esse artigo:
> >
> > Brasil: 670 artigos & 30 bilhões
> > Chile: 717 artigos & 2 bilhões
> > Brasil nos top jornals: 1%
> > Brasil nas revistas indexadas: 2.5%
> >
> > Distributivismo demagogo, regime de trabalho obsoleto e burocracia:
> > lixo acadêmico em abundância.  Retornei ao Brasil a pouco mais de um
> > ano e navegando nos currículos Lattes de vários estatísticos,
> >  economistas e biólogos (áreas que me interessam) o que me assusta é
> > que não somente professores/pesquisadores mais velhos/estabelecidos,
> > mas também os mais jovem produzem essa montanha crescente de
> > excremento acadêmico. A mediocridade paira no ar."
> >
> > Complemento aqui mais especificamente para a estatistica brasileira:
> >
> > Alguns dos professores/pesquisadores de 65 anos ou mais (e alguns
> > mais novos) que fazem parte do pequeno grupo de admiro no Brasil ja'
> > fizeram muito para nossa estatistica cientifica e estruturalmente e
> > seria, na minha opiniao, injusto julga-los sem fazer um desconto
> > temporal.  Agora, convenhamos, vejo varios professores associados na
> > nossa area
> > (a um passo do "paraiso") com curriculos mediocres e que produzem
> > esse lixo academico a que a Nature se refere.  No's
> > professores/pesquisadores entre 40 e 60 anos (\pm 5 anos) devemos
> > dar o exemplo para o pessoal que esta' ai comecando e isso nao esta'
> > acontecendo.  Temos que fazer logo, o mais rapido possivel, a
> > mudanca de uma quantidade alta de artigos irrelevantes para um
> > numero baixo de trabalhos relevantes.  This is my 2 cents.
> >
> > Abs,
> > Hedibert
> ------- End of Original Message -------
>
>
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