[ABE-L] Jornais e institutos criticam restrição a pesquisas eleitorais

Vermelho vermelho2 em gmail.com
Sáb Set 12 19:01:37 -03 2015


Pedro, o ISI também firmaria o documento?
Em 12/09/2015 11:40, "Pedro Luis do Nascimento Silva" <pedronsilva em gmail.com>
escreveu:

> Caros redistas,
>
> A proposta do Louzada é interessante. Caso a ABE decida por atuar nessa
> direção, eu recomendaria juntar forças e tentar o endosso da SBPC e outras
> instâncias que possam dar peso à iniciativa.
>
> Uma questão que teria que ser enfrentada para viabilizar esta iniciativa
> seria a necessária definição de um padrão de qualidade mínima a ser
> satisfeito. E como diz o ditado: o problema está nos detalhes. Teríamos aí
> um desafio importante pela frente.
>
> Saudações, Pedro.
>
> Em 11 de setembro de 2015 17:03, Neale El-Dash <neale.eldash em gmail.com>
> escreveu:
>
>> Concordo com o Pedro em ambos os pontos - liberdade para
>> condução/divulgação + qualidade das pesquisas. Os intitutos precisam dos
>> dois, são seus “direitos e deveres”.
>>
>>
>> Acho que essa "potencial" lei não ajuda a resolver o problema. Pelo que
>> vi nas eleições de 2014, poucos institutos registram quem "de fato"
>> financiou a pesquisa. Além disso, uma pesquisa não precisa ser contratada
>> por órgãos de imprensa para poder ser divulgada na mídia. Ou seja, essa lei
>> não ajudará a melhorar a qualidade das pesquisas, e punirá institutos que
>> tentam respeitar a lei.
>>
>>
>> Sobre a questão da qualidade das pesquisas, é difícil dizer como deve ser
>> feito aqui no Brasil. Nos EUA não existe necessidade de registrar a
>> pesquisa com algum orgão oficial. O mercado parece se auto-regular. Existem
>> sites agregadores de pesquisa, como o 538, que têm rankings das empresas, e
>> aquelas que têm um histórico muito ruim são banidas do site (veja aqui
>> <http://fivethirtyeight.com/interactives/pollster-ratings/>).
>>
>>
>> Existem programas como o “Transparency Initiative”, e empresas que se
>> filiam ao programa comprometem-se a (em inglês):
>>
>>
>>  *“Organizations pledge to abide by AAPOR’s disclosure standards, train
>> their employees by viewing our short, simple educational modules, and
>> document the required understanding for proper disclosure of the surveys
>> they conduct.”*
>>
>>
>> Essas empresas têm o nome divulgado na rede da AAPOR, e é de interesse
>> dos próprios funcionários pressionarem para que sua empresa faça parte da
>> iniciativa (veja aqui
>> <https://www.aapor.org/AAPORKentico/Transparency-Initiative.aspx>).
>>
>>
>> Por outro lado, nesse ano serão as eleições presidenciais argentinas, as
>> quais o PollingData <http://www.pollingdata.com.br/> está acompanhando.
>> Tenho tido muita dificuldade pra conseguir informações básicas sobre as
>> pesquisas divulgadas na mídia. Muitas vezes não consigo descobrir nem data
>> de realização da pesquisa nem o tamanho da amostra, pior ainda se estou
>> procurando detalhes metodológicos. Desse ponto de vista, acredito que o
>> registro obrigatório das pesquisas e a regulamentação sobre como devem ser
>> divulgadas ajudam, mas não acredito que sejam suficientes para estimular a
>> melhoria contínua da qualidade das pesquisas.
>>
>>
>>
>> Em 10 de setembro de 2015 15:45, Pedro Luis do Nascimento Silva <
>> pedronsilva em gmail.com> escreveu:
>>
>>> Caros redistas,
>>>
>>> ao mesmo tempo em que apoio integralmente a manutenção da regra de ampla
>>> liberdade para condução de pesquisas eleitorais e sua divulgação, alerto
>>> que é fundamental aprimorar os mecanismos de verificação de qualidade.
>>>
>>> Infelizmente, pesquisas de má qualidade são fáceis e baratas de
>>> produzir, e uma grande parcela dos eleitores brasileiros não tem os meios
>>> de verificar diretamente a qualidade das informações que recebem.
>>>
>>> Uma visita ao site do TSE, onde precisam ser registradas todas as
>>> pesquisas eleitorais feitas para divulgação pública, permite verificar que
>>> temos abundância de pesquisas, mas com muito pouca informação sobre a
>>> qualidade delas. O arcabouço legal aqui só exige que sejam assinadas por um
>>> Estatístico profissional registrado, e que algumas poucas informações
>>> genéricas sobre a metodologia sejam publicadas. Infelizmente, mesmo as
>>> informações publicadas são imperfeitas e não descrevem como realmente foram
>>> feitas muitas das pesquisas, como já declarou por exemplo a diretora do
>>> Ibope citada na reportagem postada pelo Neale, por ocasião das eleições do
>>> ano passado.
>>>
>>> Há um vazio no que diz respeito à verificação de qualidade, que ainda
>>> não foi preenchido nem pelo Estado nem pelo setor privado.
>>>
>>> Para citar um exemplo, no segmento de laboratórios de análises clínicas,
>>> há empresas privadas que oferecem certificação de qualidade aos
>>> laboratórios que participam de programas de monitoramento de qualidade
>>> externos.
>>>
>>> Um bom tema para discussão da comunidade, caso julguem digno de atenção.
>>>
>>> Saudações, Pedro.
>>>
>>> Em 9 de setembro de 2015 14:10, Neale El-Dash <neale.eldash em gmail.com>
>>> escreveu:
>>>
>>>> Jornais e institutos criticam restrição a pesquisas eleitorais
>>>>
>>>> *MARIANA HAUBERT*
>>>> DE BRASÍLIA
>>>> 09/09/2015  02h00
>>>>
>>>> PUBLICIDADE
>>>>
>>>> Aprovada na quarta (2) no Senado, a proposta que restringe a
>>>> contratação de institutos de pesquisa por órgãos de imprensa retira o
>>>> direito do eleitor de ter informação sobre a disputa eleitoral.
>>>>
>>>> A opinião é da ANJ (Associação Nacional de Jornais) e de institutos de
>>>> pesquisa.
>>>>
>>>> A medida faz parte da proposta de reforma política do Senado. A redação
>>>> final do projeto foi aprovada
>>>> <http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/09/1679167-senado-mantem-fim-de-doacao-de-empresas-para-candidatos-e-partidos.shtml> nesta
>>>> terça-feira (8) e seguirá para análise da Câmara, onde poderá ser alterada.
>>>>
>>>> Pela proposta, a imprensa fica proibida de contratar institutos de
>>>> pesquisa que tenham trabalhado para partidos políticos, candidatos ou
>>>> órgãos públicos no período de um ano antes das eleições.
>>>>
>>>> O texto veta a "contratação do instituto que tenha prestado serviço na
>>>> esfera administrativa a que se referir a abrangência da pesquisa eleitoral".
>>>>
>>>> Ou seja, se uma empresa foi contratada pelo governo de um determinado
>>>> Estado, ela não poderá realizar pesquisas neste mesmo Estado para um
>>>> veículo de comunicação por um período de um ano antes do pleito eleitoral.
>>>>
>>>> "É mais uma tentativa de dificultar a divulgação de pesquisas. O
>>>> Congresso ensaia diversos atos desse tipo. É um desejo que os políticos têm
>>>> de dificultar o acesso a informação. Para eles, o ideal é que apenas eles
>>>> mesmos tenham acesso aos resultados das pesquisas", disse o diretor-geral
>>>> do Datafolha, Mauro Paulino.
>>>>
>>>> "Em uma democracia é importante que a opinião pública seja explicitada.
>>>> Qualquer tipo de dificuldade neste sentido atenta contra a democracia",
>>>> completou Paulino.
>>>>
>>>> Para o diretor-executivo da ANJ, Ricardo Pedreira, a restrição limita a
>>>> liberdade de expressão. "Se limita de forma indireta a liberdade de
>>>> expressão na medida em que se limita a possibilidade de as pessoas serem
>>>> informadas."
>>>>
>>>> "É importante que os veículos de comunicação tenham a liberdade de
>>>> contratar as pesquisas que quiserem", afirmou ainda.
>>>>
>>>> Para a diretora do Ibope Inteligência, Márcia Cavallari, a regra fere a
>>>> Constituição "na questão do direito de acesso a informação". "O eleitor tem
>>>> direito a ter a informação e é sua a decisão de usá-la ou não. Quem tem que
>>>> decidir isso é o eleitor e não o Senado."
>>>>
>>>> Para o autor da proposta, senador Romero Jucá (PMDB-RR), a intenção da
>>>> nova regra é evitar que o instituto preste serviço a "dois senhores"
>>>> diferentes e visa coibir práticas "escusas" principalmente no interior do
>>>> país, em que muitos institutos pequenos são ligados a políticos da região e
>>>> acabam por produzir pesquisas enviesadas.
>>>>
>>>> Para que as novas regras entrem em vigor a tempo de valer para as
>>>> eleições de 2016, a proposta deve ser sancionada pela presidente Dilma
>>>> Rousseff até 2 de outubro.
>>>>
>>>> http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/09/1679200-jornais-e-institutos-criticam-restricao-a-pesquisas-eleitorais.shtml
>>>>
>>>>
>>>> --
>>>>
>>>> Knowledge is only part of understanding. Genuine understanding comes
>>>> from hands-on experience.
>>>> (Seymour Papert)
>>>>
>>>> -----------------------------------------------
>>>> Neale Ahmed El-Dash
>>>> Doutor em Estatística
>>>> Celular: +55 19 998893939
>>>> Email: neale.eldash em gmail.com
>>>>
>>>> _______________________________________________
>>>> abe mailing list
>>>> abe em lists.ime.usp.br
>>>> https://lists.ime.usp.br/mailman/listinfo/abe
>>>>
>>>>
>>>
>>>
>>> --
>>> Pedro Luis do Nascimento Silva
>>> *ISI President 2015-2017*
>>> IBGE - Escola Nacional de Ciências Estatísticas
>>> Phone: +55 21 21424957
>>>
>>> _______________________________________________
>>> abe mailing list
>>> abe em lists.ime.usp.br
>>> https://lists.ime.usp.br/mailman/listinfo/abe
>>>
>>>
>>
>>
>> --
>>
>> Knowledge is only part of understanding. Genuine understanding comes from
>> hands-on experience.
>> (Seymour Papert)
>>
>> -----------------------------------------------
>> Neale Ahmed El-Dash
>> Doutor em Estatística
>> Celular: +55 19 998893939
>> Email: neale.eldash em gmail.com
>>
>
>
>
> --
> Pedro Luis do Nascimento Silva
> *ISI President 2015-2017*
> IBGE - Escola Nacional de Ciências Estatísticas
> Phone: +55 21 21424957
>
> _______________________________________________
> abe mailing list
> abe em lists.ime.usp.br
> https://lists.ime.usp.br/mailman/listinfo/abe
>
>
-------------- Próxima Parte ----------
Um anexo em HTML foi limpo...
URL: <https://lists.ime.usp.br/archives/abe/attachments/20150912/97b383a5/attachment.html>


Mais detalhes sobre a lista de discussão abe