[ABE-L] Deu na Folha de São Paulo

Francisco Cribari cribari em de.ufpe.br
Ter Set 20 08:34:58 -03 2016


Folha de São Paulo, 20 de setembro de 2016 - EDITORIAL

EDITORIAL
USP fora do topo

Pela primeira vez em cinco anos a Universidade de São Paulo não figura no
ápice do Ranking Universitário Folha (RUF)
<http://ruf.folha.uol.com.br/2016/>. O posto de liderança foi assumido pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro
<http://ruf.folha.uol.com.br/noticias/2016/09/1813940-usp-perde-a-lideranca-das-universidades-para-a-ufrj.shtml>
.

Merece cumprimentos a UFRJ, que já havia ultrapassado a congênere de Minas
Gerais (UFMG) na edição anterior do RUF.

Tudo indica que a instituição fluminense soube capitalizar os recursos do
pré-sal para financiar ascensão sólida na qualidade. Pela metodologia do
levantamento, avaliam-se cinco quesitos: ensino, pesquisa, mercado de
trabalho, inovação e internacionalização.

A vantagem da UFRJ sobre a USP, no entanto, é diminuta: 0,43 ponto entre
100 possíveis. A inversão de colocações tem mais impacto simbólico do que
acadêmico: a universidade paulista, apesar do escore excelente (97,03), já
não ocupa posição de liderança inconteste.

E isso decorre, paradoxalmente, de colocar-se acima e à parte das demais
universidades brasileiras.

A perda da primazia neste RUF veio porque a USP se recusa a participar do
Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade).

O conceito obtido por alunos de graduação nessa prova federal conta somente
dois pontos entre os 32 da rubrica "ensino" no RUF; ou seja, bastaria uma
nota mediana para a instituição paulista retomar o primeiro posto.

A USP, contudo, não se move. Chegou a ensaiar uma adesão provisória,
parcial e condicional ao Enade, mas voltou a empacar. O reitor Marco
Antonio Zago considera a prova controversa e entende que a universidade que
dirige não perde nada por não participar.

A resistência maior ao exame parte do movimento estudantil, refratário a
qualquer tipo de comparação dita "de mercado". Conta com a conivência –por
complacência ou oportunismo ideológico— da comunidade docente, que
entretanto aceita, há décadas, a avaliação externa de seus programas de
pós-graduação.

Nas classificações internacionais, em que pesam mais a produção científica
e a reputação, a ampla tradição da USP ainda lhe garante posição à frente
de outras universidades nacionais.

Essa condição, entretanto, não dura para sempre —sobretudo para uma
instituição que ainda está por colher os frutos amargos da necessária
reforma administrativa e financeira que mal iniciou.
-------------- Próxima Parte ----------
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