[ABE-L] Sobre justificativas nos pareceres do Edital Universal

Dani Gamerman dani em im.ufrj.br
Qui Dez 6 14:35:58 -03 2018


Caros

Sem entrar no mérito da questão, é dificil fazer análises numericas
com dados incompletos. Precisariamos no minimo saber quantos pedidos
foram feitos. Como exemplo, suponha que a Matemática tenha submetido
700 projetos e a Estatística tenha submetido 10. A proporção de 1/71
na concessão do auxilio passaria a ser aceitável? 

Abraços preocupados
Dani

> Prezados,
> 
> Não entrarei no mérito sobre os pareceres/textos subjetivos 
> recebidos nesse julgamento. Os pontos foram muito bem exemplificados 
> pelos e-mail anteriores.
> 
> Esse resultado da chamada Universal preocupa-me sobremaneira pela baixa
> 
> (quase nula) representatividade da Estatística entre os 
> contemplados. Analisando a lista final do Comitê da Matemática e 
> Estatística, é possível identificar os seguintes números:
> 
> Faixa A (até 30 mil): 34 contemplados sendo apenas um (1) da Estatística
> Faixa B (até 60 mil): 26 contemplados sendo zero (0) da Estatística
> Faixa C (até 120 mil): 11 contemplados sendo zero (0) da Estatística
> 
> Obs.: Essa identificação é minha, com ajuda de outros colegas,
>  olhando nome a nome. Se tiver algum equívoco, por favor, me 
> desculpem e nos apontem o erro.
> 
> Ou seja, do total de 71 aprovados apenas uma dessas propostas é da
> estatística (e na faixa mais baixa). Eu acho esse número 
> constrangedor e perigoso para a área da Estatística.
> 
> Essa é a real contribuição/representatividade da Estatística 
> (1/71) dentro do comitê? Não haveria nenhum outro projeto da área 
> qualificado o suficiente para ser contemplado?
> 
> As respostas às perguntas acima, para um lado ou para o outro, são
> preocupantes.
> 
> Abraços,
> Fábio
> 
> Em qui, 6 de dez de 2018 às 08:53, Eufrasio de Andrade Lima Neto <
> eufrasio em de.ufpb.br> escreveu:
> 
> > Prezado Celso,
> >
> > imagino o trabalho que a comissão deva ter para julgar tantos 
projetos.
> >
> > Entretanto, acho que o sentimento de decepção é geral e não lembro de 
um
> > "desempenho" tão baixo nos projetos da Estatística nos últimos anos.
> > Ademais, a percepção de pareceres infelizes e discrepantes merece uma
> > reflexão.
> >
> > No meu caso, também recebemos um feedback de um parecerista, no 
mínimo,
> > infeliz em um projeto do qual sou um dos colaboradores. Nem irei 
comentar
> > os pontos apresentados, mas as justificativas também foram bastante
> > questionáveis em nossa opinião. O mais interessante, o outro 
parecerista
> > apresentou uma parecer totalmente oposto, elogiando e aprovando o 
projeto
> > com notas bem altas.
> >
> > Em nosso caso, estamos fortemente inclinados a pedir reconsideração de
> > modo a destacar os pontos aos quais discordamos e que acreditamos que
> > precisaram ser reconsiderados.
> >
> > Um abraço,
> >
> > Eufrásio
> >
> > Em qua, 5 de dez de 2018 às 20:28, Celso Rômulo 
<celsoromulo em gmail.com>
> > escreveu:
> >
> >> Prezados colegas,
> >>
> >>  Recebi o resultado da Chamada MCTIC/CNPq - Universal 2018. Não fui
> >> contemplado.  No meu caso, foi apresentada a seguinte justificativa 
no
> >> parecer Ad Hoc:
> >>
> >> "Projeto bem alinhavado, bem claro e cronograma pertinente. 
Entretanto,
> >> tanto o pesquisador principal quanto o pesquisador visitante (UCONN) 
tem
> >> produção cientifica majoritariamente em revistas de baixo impacto."
> >>
> >> O pesquisador da UCCON em questão  é o Victor Lachos, que atualmente 
é
> >> full professor (tenured) naquela universidade. A qualidade da 
produção dele
> >> (e a quantidade também)  dispensa maiores comentários. Mas, só para
> >> constar, nos últimos 5 anos ele  publicou 15  artigos em revistas de
> >> alto impacto, catalogados no estrato Q1 (Q1 comprises the quarter of 
the
> >> journals with the highest values) segundo  o "Scimago Journal & 
Country
> >> Rank", incluindo um artigo no "Journal of Statistical Software" que é 
a
> >> revista estatística de maior impacto (
> >> [UTF-8?]https://www.scimagojr.com/journalrank.php…
> >> <https://www.scimagojr.com/journalrank.php?
category=2613&area=2600&type=j&order=sjr&ord=desc&fbclid=IwAR1Pgt5cLdXVUjk
XV2hQG1-mRwr-DbZEGP77NwiaRvSHCNcYzWm8bjgeYps>
> >> ). Portanto, achei totalmente despropositada a justificativa.
> >>
> >> Além disso, soube também que o projeto de alguns jovens colegas  com 
uma
> >> produção excepcional também recebeu justificativa semelhante, mas com 
o
> >> agravante do uso do qualis para classificar a produção deles como 
"não
> >> impactante". No entanto, a  CAPES é enfática ao afirmar que "A função 
do
> >> QUALIS é exclusivamente para avaliar a produção científica dos 
programas de
> >> pós-graduação. Qualquer outro uso fora do âmbito da avaliação dos 
programas
> >> de pós-graduação não é de responsabilidade da CAPES".
> >>
> >> Aproveito a oportunidade para parabenizar  o Marcos Prates por ter 
sido
> >> contemplado (aparentemente o único da área de estatística), um grande 
feito
> >> em função do contexto  extremamente desfavorável.
> >>
> >> Um abraço a todos.
> >>
> >> --
> >> Celso Rômulo B. Cabral
> >> Departamento de Estatística
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> >
> > --
> > Eufrásio de Andrade Lima Neto (PhD)
> > Department of Statistics
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> > +55 83 3216 7075 (ext. 205)
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> -- 
> Fábio Bayer
> 
> "A big computer, a complex algorithm and a long time does not equal
> science." Robert Gentleman


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Dani Gamerman
Depto. de Métodos Estatísticos (DME)
Lab. de Sistemas Estocásticos (LSE)
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