[ABE-L] Saudosismo e Inversão de Mérito

Alexandre Galvão Patriota patriota.alexandre em gmail.com
Sáb Jul 7 12:57:36 -03 2018


Obviamente eu não precisaria dizer que os trabalhos do Professor Carlinhos
impactaram tanto a estatística como a Ciência.

A mensagem a nós jovens doutores: que façamos o nosso melhor!

Abraços



2018-07-07 12:50 GMT-03:00 Alexandre Galvão Patriota <
patriota.alexandre em gmail.com>:

> Prezados,
>
> Os senhores e senhoras aceitariam em uma defesa de tese de doutorado na
> área de probabilidade e estatística que aplicasse uma ANOVA ou um modelo
> Bayesiano simples (p~f0, X|p~B(p)) em um problema relevante publicado na
> NATURE com centenas de milhares de citações?
>
> Imagino que não. O artigo acima pode ser extremamente relevante para a
> ciência, mas isso não lhe confere relevância na área de probabilidade e
> estatística.
>
> Agora notem que, segundo o site do CNPq, a bolsa de produtividade tem como
> objetivo:
>
> Valorizar pesquisadores que possuam produção científica, tecnológica e de
>> inovação de destaque *em suas respectivas áreas do conhecimento* e *incentivar
>> o aumento da produção científica, tecnológica e de inovação de qualidade*
>> .
>>
>
> grifos meus. Por isso acredito que o pesquisador de produtividade CNPq é
> julgado pelos artigos publicados em revistas internacionais de alto impacto
> dentro de sua área. Nós sabemos que algumas revistas são mais fácies de
> publicar do que outras, as taxas de rejeição são baixas, as revisões
> fracas. Algumas usam formas agressivas para aumentar o fator de impacto.
>
> Um índice interessante para se considerar é o SJR que mede as citações
> recebidas em revistas renomadas, pois não adianta ter muitas citações em
> outras revistas de baixa relevância.
>
> Seguem alguns:
>
> *Entropy*:https://www.scimagojr.com/journalsearch.php?q=13715&
> tip=sid&clean=0
>
> *Statistics in Medicine*: https://www.scimagojr.com/
> journalsearch.php?q=20086&tip=sid&clean=0
>
> *Annals of Probability*: https://www.scimagojr.com/
> journalsearch.php?q=24724&tip=sid&clean=0
>
> *Annals of Statistics*: https://www.scimagojr.com/
> journalsearch.php?q=13649&tip=sid&clean=0
>
> *Bernoulli*: https://www.scimagojr.com/journalsearch.php?q=
> 4700152871&tip=sid&clean=0
>
>
>
> 2018-07-04 20:48 GMT-03:00 Basilio de Braganca Pereira <
> basiliopereira em gmail.com>:
>
>> Capes e Cnpq falando para a galera mencionam multidisciplinaridade ,
>> interdisciplinaridade e outros nomes atrativos e agradáveis.
>> Na hora que isso ocorre na prática e não na retórica e prejudica seus
>> protegidos a coisa muda
>> Basilio
>>
>> Enviado do meu iPhone
>>
>> Em 4 de jul de 2018, à(s) 17:24, Julio Stern <jmstern em hotmail.com>
>> escreveu:
>>
>> Caros Redistas:
>>
>>
>> (1) Comparando comparacoes:
>>
>>
>> <Entropy>, com a qual eu e o Carlinhos
>>
>> colaboramos desde do inicio, aparece na
>>
>>
>> > 4016 posicao, com fator de impacto 2.305
>>
>>
>>
>> <Brazilian journal of probability and statistics>  aparece na
>>
>>
>>
>> > 9537 posicao, com fator de impacto 0.819
>>
>> Pouco importa!  Os donos do Qualis torcem o narizinho
>>
>> para a Entropy,  que eh classifica como B2
>>
>> e tem muito amor para dar aa Rebrape, que eh B1
>>
>>
>> A diferenca de B1 para B2 nas avaliacaos utilizadas
>>
>> pela CAPES e CNPq eh brutal, de modo que nao ha
>>
>> justificativa plausivel para tamanho disparate.
>>
>>
>> (2) Quanto ao arguento de que o QUALIS nao deve
>>
>> ser utilizado para avaliar pessoas e sim programas:
>>
>>
>> O argumento eh uma falacia obvia!
>>
>> > Por um lado, todo mundo eh estimulado pelas
>>
>> metricas de avaliacao a fazer exatamente isto;
>>
>> > Por outro lado, injusticas sao ``desculpadas'' automaticamente
>>
>> com a alugacao de erro de interpretacao.
>>
>>
>>  Mais do um afalacia, este ah um argumento de
>>
>> manipulacao, que eu considero profundamente desonesto.
>>
>> Tecnicamente este tipo de argumento manipulativo recebe o
>>
>> nome do ``Double-Bind'' ,  e foi estudado em profundidade
>>
>> pelo antropologo e filosofo Gregory Bateson.
>>
>>
>> Da Wikipedia:
>>
>>  ``Double binds are often utilized as a form of control
>> without open coercion -- the use of confusion makes
>> them both difficult to respond to as well as to resist.''
>>
>>
>> Por Enquanto eh so,
>>
>> ---Julio Stern
>>
>>
>>
>>
>> ------------------------------
>> *From:* abe <abe-bounces em lists.ime.usp.br> on behalf of Gauss Cordeiro
>> por (abe) <abe em lists.ime.usp.br>
>> *Sent:* Wednesday, July 4, 2018 6:23 PM
>> *To:* Ângela Paes
>> *Cc:* bessa mat; ABE Lista; lrfontes em usp.br
>> *Subject:* Re: [ABE-L] Saudosismo e Inversão de Mérito
>>
>> Caros,
>>
>> Corroborando com o título do paper que a Ângela enviou (e que eu tb
>> conhecia) segue
>> em anexo uma classificação com os fatores de impacto de 12271
>> periódicos num total de
>> 265 páginas.
>>
>> Para encontrar na lista, por exemplo, a Biometrika, esta aparece como
>> o segundo periódico da página
>> 128 na 5907a posição.
>>
>> Sds,
>>
>> Gauss
>>
>> Em 4 de julho de 2018 14:18, Ângela Paes <atpaes em gmail.com> escreveu:
>> > Essa discussão me fez lembrar de um artigo que li há muito tempo (em
>> anexo).
>> > É de 2009, mas vale...
>> > Att,
>> >
>> > Ângela
>> >
>> > Em 2 de julho de 2018 20:29, Francisco Cribari por (abe)
>> > <abe em lists.ime.usp.br> escreveu:
>> >>
>> >> Apenas corrigindo o fator de impacto da Mathematics and Computers in
>> >> Simulation: IF=1.38. A revista tem classificação A2 na Computação e B2
>> na
>> >> nossa área.
>> >>
>> >> [    ]'s FC
>> >>
>> >> 2018-07-02 19:46 GMT-03:00 Gauss Cordeiro por (abe)
>> >> <abe em lists.ime.usp.br>:
>> >>>
>> >>> Caros,
>> >>>
>> >>> My two cents neste tema:
>> >>>
>> >>> Gostaria apenas de recordar que no passado o Qualis de cada área era
>> >>> composto por 3 níveis A, B e C para classificar os periódicos e os
>> >>> erros grosseiros
>> >>> apontados pelo Francisco (e outros que sabemos) eram minimizados.
>> >>>
>> >>> Depois que adotaram 7 níveis (A1-A2, B1-B5), os erros grosseiros do
>> >>> Qualis contrários a algumas subáreas da Estatística na CAPES
>> >>> cresceram muito. Eu participei da última reunião da CAPES de
>> >>> classificação dos programas da pós-graduação no ano passado e comentei
>> >>> com alguns colegas presentes sobre inúmeros desses erros.
>> >>>
>> >>> O que observo ainda no macro é que existem conceitos de alguns
>> >>> programas de pós-graduação de Estatística que estão subavaliados em
>> >>> relação
>> >>> a outros de áreas afins como, por exemplo,  Engenharia de Produção.
>> >>>
>> >>> Cordiais Saudações.
>> >>>
>> >>> Gauss
>> >>>
>> >>>
>> >>>
>> >>> Em 2 de julho de 2018 19:07, Francisco Cribari <cribari em gmail.com>
>> >>> escreveu:
>> >>> > 02/07/2018
>> >>> >
>> >>> > Caro Carlinhos,
>> >>> >
>> >>> > Eu servi recentemente como membro do CA-ME do CNPq. Não posso e não
>> vou
>> >>> > comentar sobre seu caso específico. Sua seriedade como pesquisador é
>> >>> > amplamente conhecida e eu sempre nutri admiração e respeito por você
>> >>> > enquanto profissional. Por outro lado, conheço as complexidades das
>> >>> > avaliações feitas no âmbito do CNPq e a seriedade de todos os
>> membros
>> >>> > do
>> >>> > CA-ME. Assim, nada posso comentar sobre o caso em pauta.
>> >>> >
>> >>> > Aproveitarei, todavia, sua mensagem para tocar num ponto sensível,
>> >>> > crucial:
>> >>> > O QUALIS é --- reconheçamos --- rotineiramente usado em avaliações
>> >>> > individuais, inclusive naquelas feitas no âmbito do CNPq. É até
>> mesmo
>> >>> > usado
>> >>> > por avaliadores ad hoc nos pareceres que elaboram para tal órgão de
>> >>> > fomento.
>> >>> > O CA-MA tipicamente conta com dois membros de nossa área
>> (Probabilidade
>> >>> > e
>> >>> > Estatística) e com quantitativo consideravelmente superior de
>> membros
>> >>> > da
>> >>> > Matemática. Quando um processo é analisado no CNPq, o sistema online
>> >>> > disponível aos membros do comitê mostra uma listagem das publicações
>> >>> > mais
>> >>> > recentes do pesquisador solicitante juntamente com as classificações
>> >>> > QUALIS
>> >>> > de cada revista (e outras informações). Após me debruçar
>> detidamente e
>> >>> > ao
>> >>> > longo dos últimos vários anos sobre o QUALIS, meu sentimento é que
>> >>> > muitas
>> >>> > revistas da nossa área (Probabilidade e Estatística, Estatística em
>> >>> > especial) se encontram subclassificadas relativamente às da
>> Matemática
>> >>> > e da
>> >>> > Matemática Aplicada. Obviamente, trata-se --- e é importante
>> ressaltar
>> >>> > ---
>> >>> > de sentimento de cunho pessoal.
>> >>> >
>> >>> > Lembremos que há um QUALIS único para as revistas de: (i)
>> Probabilidade
>> >>> > e
>> >>> > Estatística, (ii) Matemática Aplicada e (iii) Matemática. Contudo,
>> os
>> >>> > critérios usados por essas três áreas para qualificar as revistas
>> que
>> >>> > consideram ser de seu domínio ou em que pesquisadores de programas
>> de
>> >>> > pós-graduação daquela área publicaram são muito distintos. Suponha
>> que
>> >>> > o
>> >>> > pesquisador X publicou na revista Y que ainda não está qualificada
>> no
>> >>> > QUALIS. Se tal pesquisador fizer parte do corpo docente de um
>> programa
>> >>> > de
>> >>> > pós-graduação em Matemática Aplicada a revista receberá, de acordo
>> com
>> >>> > os
>> >>> > critérios elencados, o conceito Z1; se o autor do artigo integrar um
>> >>> > programa da Probabilidade e Estatística, o conceito será Z2. E nem
>> >>> > sempre Z1
>> >>> > é igual a Z2. Em geral, Z1 é diferente de Z2. Muitas vezes, Z1 é
>> >>> > consideravelmente diferente de Z2. Isso é um problema? Creio que
>> sim,
>> >>> > pois o
>> >>> > QUALIS é único para as três áreas e esperar-se-ia que quaisquer
>> desvios
>> >>> > de
>> >>> > classificação, mesmo inevitáveis, fossem minimizados.
>> >>> >
>> >>> > Para piorar, há divergência entre os critérios divulgados
>> publicamente
>> >>> > como
>> >>> > tendo sido usados para se chegar à classificação QUALIS e as
>> >>> > classificações
>> >>> > QUALIS efetivamente divulgadas. Aqui está um exercício interessante:
>> >>> > Pegue
>> >>> > os critérios divulgados pela CAPES para classificação de revistas em
>> >>> > nossa
>> >>> > área, pegue os indicadores bibliométricos das revistas da área e
>> tente
>> >>> > reproduzir a classificação QUALIS divulgada pela CAPES. Fica a
>> >>> > sugestão.
>> >>> >
>> >>> > Outro problema é a volatilidade nas classificações. Os integrantes
>> da
>> >>> > comissão da CAPES que produzem a classificação de nossa área têm
>> mudado
>> >>> > constantemente (às vezes de ano para ano) e isso termina acarretando
>> >>> > volatilidade apreciável. Recentemente, foram divulgados dois QUALIS
>> de
>> >>> > nossa
>> >>> > área num intervalo, creio, de aproximadamente seis meses.
>> Nominalmente,
>> >>> > os
>> >>> > critérios que deveriam ser usados para produzir as classificações
>> não
>> >>> > mudaram entre essas duas instâncias, mas houve considerável mudança
>> nas
>> >>> > classificações de nossas revistas. Eu imagino que seus indicadores
>> não
>> >>> > variaram substancialmente em meio ano. Pergunta: Por que então
>> tantas
>> >>> > classificações foram alteradas?
>> >>> >
>> >>> > Voltemos agora às classificações feitas segundo os critérios
>> listados
>> >>> > para:
>> >>> > (i) Probabilidade e Estatística, (ii) Matemática Aplicada e (iii)
>> >>> > Matemática. Na Matemática, noto, há revista com fator de impacto
>> (FI)
>> >>> > inferior a 0.7 que tem classificação A1 (para citar apenas um
>> exemplo).
>> >>> > E na
>> >>> > nossa área? Tomemos alguns poucos casos:
>> >>> >
>> >>> > * Computational Statistics & Data Analysis: FI=1.69, classificação:
>> B1
>> >>> > * International Journal of Forecasting: FI=2.34, classificação: B2
>> >>> > * Journal of Statistical Software: FI=9.91, classificação: B1
>> >>> > * Mathematics and Computers in Simulation: FI=1.22, classificação:
>> B2
>> >>> >
>> >>> > Alguém poderia desejar recorrer ao uso do indicador conhecido como
>> >>> > "Article
>> >>> > Influence" (AI) para justificar algumas aberrações identificadas,
>> mas o
>> >>> > AI
>> >>> > do JSS é 4.70 (sim, quase cinco!), o do IFJ é 1.33, o do CSDA é
>> 0.93 e
>> >>> > assim
>> >>> > por diante. Ademais, embora esse indicador seja relevante, há que se
>> >>> > ter
>> >>> > cuidado com seu uso em classificações de periódicos. Ele é
>> fortemente
>> >>> > bimodal e parece ser mais útil para ordenar e classificar apenas
>> >>> > revistas do
>> >>> > estrato mais superior de qualidade (como feito num artigo
>> recentemente
>> >>> > publicado sobre o tema em tela). Ele não deve ser usado cegamente.
>> >>> >
>> >>> > Algumas classificações de revistas da nossa área (Probabilidade e
>> >>> > Estatística) têm sido fortemente pautadas no tempo mediano das
>> citações
>> >>> > ("Cited Half-Life", CHL). Eu concedo que esse indicador tem alguma
>> >>> > relevância para revistas que publicam primordialmente artigos de
>> >>> > Estatística
>> >>> > Matemática, pois espera-se que novos resultados teóricos tenham
>> >>> > perenidade
>> >>> > temporal. Mas por que tal indicador é tão importante para artigos de
>> >>> > Estatística Aplicada e para artigos de Estatística Computacional? É
>> bom
>> >>> > lembrar que a Estatística é uma área diversa. Assim, sustento que
>> >>> > nenhum
>> >>> > critério adotado deve punir certos aspectos de tal diversidade.
>> >>> > Adicionalmente, a CHL pune severamente novas revistas, que ainda não
>> >>> > conseguiram amealhar tempo mediano de citações elevado.
>> >>> >
>> >>> > Chegamos agora a um ponto delicado e relevante: Como tratar uma
>> revista
>> >>> > que
>> >>> > se perceba ser de outra área? Pelo que entendo, nas classificações
>> >>> > feitas
>> >>> > segundo os critérios da Matemática Aplicada, boas revistas de alguma
>> >>> > outra
>> >>> > área não são duramente penalizadas nem há a imposição de que não
>> podem
>> >>> > integrar o estrato A do QUALIS. Na Probabilidade e Estatística,
>> >>> > contudo,
>> >>> > parece imperar outra valoração. (Lembremos que estamos classificando
>> >>> > revistas, ou seja, estamos avaliando a qualidade de revistas, e não
>> >>> > avaliando quanto uma publicação em uma dessas revistas deve contar
>> numa
>> >>> > avaliação de carreira de um pesquisador.) Há excelentes revistas em
>> >>> > áreas
>> >>> > afins e em outras áreas que devem, entendo, ser avaliadas segundo
>> seu
>> >>> > mérito. Tome, por exemplo, a PLoS ONE. Ela é A1 na Biotecnologia,
>> >>> > Interdisciplinar, Odontologia, Psicologia, Saúde Coletiva,
>> Sociologia e
>> >>> > Zootecnia. É A2 na Física, Química, Economia e outras áreas. Nossa
>> área
>> >>> > a
>> >>> > coloca como B1. O fator de impacto da PLoS ONE é 3.54 e seu article
>> >>> > influence é 1.21. Será que uma revista com esses indicadores não
>> >>> > deveria
>> >>> > estar no estrato A do QUALIS (e.g., A2)?
>> >>> >
>> >>> > Tomo agora a liberdade de citar uma experiência pessoal. Publiquei
>> três
>> >>> > artigos de Estatística Aplicada numa revista de psicometria que é
>> tida
>> >>> > como
>> >>> > a melhor do mundo para estudos relacionados a inteligência: a
>> revista
>> >>> > Intelligence da Elsevier. No ultimo artigo que lá publiquei tive que
>> >>> > atravessar cinco rodadas de revisões com cinco pareceristas em
>> cada. O
>> >>> > fator
>> >>> > de impacto da revista é 3.83 e seu article influence é 1.11. Embora
>> >>> > comparações de fatores de impacto entre revistas de áreas distintas
>> >>> > deva ser
>> >>> > feito com cuidado, deve-se notar que: (i) em qualquer área uma
>> revista
>> >>> > que
>> >>> > tem fator de impacto próximo de quatro é, provavelmente, uma
>> revista de
>> >>> > elite e (ii) o article influence permite, em boa medida, comparações
>> >>> > entre
>> >>> > revistas de áreas diferentes e aquelas que possuem AI superior a um
>> são
>> >>> > tipicamente revistas de elite. Pois bem, no nosso QUALIS tal revista
>> >>> > figura
>> >>> > como B1. Parece-me que tal classificação indica um viés contrário a
>> >>> > revistas
>> >>> > de outras áreas, mesmo aquelas de elite. Tanto quanto eu saiba, tal
>> >>> > posicionamento inexiste na Matemática Aplicada. Dado que o QUALIS é
>> >>> > único,
>> >>> > essa divergência parece-me problemática.
>> >>> >
>> >>> > Para piorar as coisas, as revistas que integram o QUALIS são
>> >>> > classificadas
>> >>> > como sendo "core" (da área) e "não core" (de outras áreas) e isso
>> >>> > parece ser
>> >>> > feito sem muitos critérios. Por exemplo, se não me falha a memória,
>> na
>> >>> > última classificação QUALIS, o Journal of Forecasting e o
>> International
>> >>> > Journal of Forecasting, que são revistas de séries temporais
>> (portanto,
>> >>> > de
>> >>> > Estatística), figuram como "não core".
>> >>> >
>> >>> > No final do período passado de classificações e após a divulgação do
>> >>> > último
>> >>> > QUALIS, o Programa de Pós-Graduação em Estatística da UFPE enviou um
>> >>> > ofício
>> >>> > ao Coordenador da Área de Matemática da CAPES apontando sérios
>> erros e
>> >>> > inconsistências de classificações de revistas (mesmo tomando-se como
>> >>> > balizador os próprios critérios divulgados pela CAPES para tais
>> >>> > classificações). Foi-nos prometida uma resposta, que nunca chegou.
>> >>> > Conjecturo que não houve resposta porque não seria possível
>> conciliar
>> >>> > as
>> >>> > classificações divulgadas com os critérios listados.
>> >>> >
>> >>> > Em suma:
>> >>> >
>> >>> > 1) O QUALIS da Matemática é construído a partir de critérios muitos
>> >>> > díspares
>> >>> > usados pela Matemática, pela Matemática Aplica e pela
>> >>> > Probabilidade/Estatística.
>> >>> > 2) Dados os critérios divulgados pela CAPES, não é possível
>> reproduzir
>> >>> > as
>> >>> > classificações de muitas revistas constantes no QUALIS.
>> >>> > 3) A classificação de diversas revistas da Probabilidade e
>> Estatística
>> >>> > me
>> >>> > parece ser mais estrita, em teor relativo, com todos os mutatis
>> >>> > mutandis
>> >>> > pertinentes e com o data venia de praxe, do que classificações
>> >>> > correspondentes de revistas da Matemática e da Matemática Aplicada.
>> >>> > 4) Parece haver um viés contra revistas de outras áreas (mesmo
>> aquelas
>> >>> > de
>> >>> > elite) nas classificações feitas no âmbito da
>> >>> > Probabilidade/Estatística, mas
>> >>> > não na Matemática Aplicada. Tais revistas não recebem, assim,
>> >>> > tratamento
>> >>> > uniforme.
>> >>> >
>> >>> > Ressalto que sei que a classificação QUALIS é feita por uma comissão
>> >>> > única,
>> >>> > mas noto novamente que há três conjuntos de critérios usados, que
>> eles
>> >>> > são
>> >>> > díspares e que muitas classificações pontuais parecem a eles não
>> >>> > obedecer.
>> >>> >
>> >>> > Para que essa longa mensagem não se encerre sem algum tonalidade
>> >>> > propositiva, submeto que em minha opinião o critério que melhor
>> serve
>> >>> > de
>> >>> > apoio à classificação das revistas de nossa área (Probabilidade e
>> >>> > Estatística), em sua amplitude e diversidade, ainda é o fator de
>> >>> > impacto.
>> >>> > Como lidar com revistas de outras áreas dado que é sabido que pode
>> >>> > haver
>> >>> > disparidades nesse indicador entre áreas diferentes? Há formas de se
>> >>> > lidar
>> >>> > com isso com certa objetividade e sem penalizações discricionárias e
>> >>> > injustificadas. Por exemplo, o fator de impacto de uma revista de
>> outra
>> >>> > área
>> >>> > poderia ser multiplicado pelo article influente da revista (ou seja,
>> >>> > poder-se-ia, para revistas de outras áreas tomar FI*AI ao invés de
>> >>> > apenas
>> >>> > FI). Se uma dada revista de outra área não for de elevada qualidade,
>> >>> > mas
>> >>> > possuir fator de impacto elevado, seu article influence será
>> >>> > consideravelmente inferior a um e tal multiplicação (FI*AI)
>> ofertaria
>> >>> > uma
>> >>> > penalização por qualidade. Revistas de outras áreas com fator de
>> >>> > impacto
>> >>> > alto e article influence elevado (i.e., revistas de elite) não
>> seriam
>> >>> > penalizadas.
>> >>> >
>> >>> > Por fim, ressalto que não critico o trabalho de qualquer comissão e
>> que
>> >>> > entendo as limitações que tais trabalhos usualmente ensejam. Eu
>> mesmo
>> >>> > já as
>> >>> > enfrentei em dose maior do que gostaria. O importante é que, com o
>> >>> > passar do
>> >>> > tempo, aprendamos com eventuais erros cometidos e que busquemos
>> >>> > aperfeiçoamento. Acho que tal aperfeiçoamento, em particular, é
>> >>> > imperativo
>> >>> > para a área de Probabilidade e Estatística no momento atual.
>> >>> >
>> >>> > Um abraço para você e saudações a todos os membros da ABE-L.
>> >>> >
>> >>> > Francisco Cribari Neto
>> >>> > Departamento de Estatística
>> >>> > Universidade Federal de Pernambuco
>> >>> >
>> >>> > cc: Prof. Luis Renato G. Fontes, membro do CA-MA do CNPq (área:
>> >>> > Probabilidade e Estatística)
>> >>> >     Profa. Nancy Lopes Garcia, membro do CA-MA do CNPq (área:
>> >>> > Probabilidade
>> >>> > e Estatística)
>> >>> >     Prof. Gregório Pacelli F. Bessa, coordenador de área de
>> Matemática
>> >>> > da
>> >>> > CAPES
>> >>> >
>> >>> > On Mon, Jul 2, 2018 at 12:13 PM Carlos Alberto de Bragança Pereira
>> >>> > <cpereira em ime.usp.br> wrote:
>> >>> >>
>> >>> >>
>> >>> >> Copio aos membros do CA do CNPq, rbras e abe. Cópia em pdf anexada.
>> >>> >>
>> >>> >>
>> >>> >>
>> >>> >> ____________________________________________________________
>> ______________________________________
>> >>> >>
>> >>> >> Saudosismo e Inversão de Mérito
>> >>> >>
>> >>> >> Meus caros redistas, amigos e colegas
>> >>> >>
>> >>> >> A mensagem da Professora Lisbeth sobre a ciência e cultura
>> >>> >> digitalizada me fez lembrar com saudade de minha história na
>> academia:
>> >>> >> encontrei meu primeiro artigo “científico”, baseado na minha
>> >>> >> dissertação de mestrado.
>> >>> >>
>> >>> >>
>> >>> >>
>> >>> >> http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=003069&
>> pasta=ano%20197&pesq=Carlos%20Alberto%20de%20Bragan%C3%A7a%20Pereira
>> >>> >>
>> >>> >> 15 de dezembro de 1970 é a data da publicação, consequentemente
>> muitos
>> >>> >> de vocês ainda não haviam nascido.  Minha primeira colaboração
>> >>> >> apareceu em 1975: Mutation Research v 28, pp 449-454.  Foi
>> submetido
>> >>> >> este artigo em 22/10/54.  Neste artigo eu usei uma verossimilhança
>> >>> >> parcial cuja teoria foi publicada por DR Cox em 1975.  Entendi
>> então
>> >>> >> que ser útil a sociedade científica era gratificante.
>> >>> >>
>> >>> >> Mesmo tendo viajado para meu programa de doutorado TEÓRICO em 1977
>> >>> >> (concluído em 1980), minha visão sempre foi o de um estatístico que
>> >>> >> tenta apresentar boas soluções e analisa dados de forma
>> científica. O
>> >>> >> fato de eu ter descoberto o caminho naquela primeira publicação
>> >>> >> internacional me permitiu ter uma série de artigos na área de
>> >>> >> citogenética.  Continuei dando suporte aos doutorados de muitos
>> alunos
>> >>> >> dos programas de biologia e medicina, claro, colaborando também com
>> >>> >> cientistas dessas áreas.  Até hoje coordeno a coleta e as análises
>> dos
>> >>> >> dados de acadêmicos de várias das áreas médicas e biológicas.
>> >>> >>
>> >>> >> Esse breve histórico do meu caminho como estatístico é para
>> entenderem
>> >>> >> a minha indignação com acontecimentos recentes ligados à minha
>> >>> >> carreira como estatístico.
>> >>> >>
>> >>> >> Como pesquisador (bolsista de produtividade desde 1981) do CNPq fui
>> >>> >> galgando níveis na hierarquia do CNPq até parar no nível 1B.
>> Fiquei
>> >>> >> ali talvez com a ideia de que algum dia meus pares me considerassem
>> >>> >> para o nível 1A, o que nunca ocorreu. Esse ano, no entanto, me
>> >>> >> enviaram para o nível 1C.  Minha convicção, quando me comparei com
>> >>> >> meus pares, é a de que minha autoavaliação está correta. Eu não
>> devia
>> >>> >> ter sido rebaixado!  Para meu argumento ser entendido por todos
>> tive
>> >>> >> de construir a tabela comparativa que apresento na sequência. O
>> >>> >> argumento do rebaixamento foi o de que eu produzia em estatística
>> >>> >> aplicada ou publicava em revistas de outras áreas.  Publiquei como
>> >>> >> coautor 32 artigos científicos, com 14 deles na área da
>> estatística,
>> >>> >> nesses últimos 4 anos.  Além de um livro em colaboração com meu
>> irmão
>> >>> >> (na Springer) publiquei 3 capítulos de livros todos na área de
>> >>> >> estatística.
>> >>> >>
>> >>> >> Na tabela comparativa coloquei apenas todos os pesquisadores de
>> nível
>> >>> >> 1-A e evidentemente nossa representante da estatística.  Olhando a
>> >>> >> produtividade de nossos dois representantes, constatei que tiveram
>> >>> >> apenas 5 artigos publicados nos últimos 5 anos.  Desses 10, oito
>> foram
>> >>> >> em revistas de outra área e apenas dois em probabilidade.
>> Recomendo
>> >>> >> então que as pessoas, antes de avaliarem outros pesquisadores,
>> devem
>> >>> >> sempre fazer uma autoavaliação. Tenho certeza que meus
>> representantes
>> >>> >> do nosso CA deveriam ter impedido o meu rebaixamento.
>> >>> >>
>> >>> >> Finalizo então este meu texto com uma tabela comparativa de
>> índices de
>> >>> >> produtividade. Considerei apenas os colegas de nível 1-A juntamente
>> >>> >> com nossa representante da estatística com nível 1B.  Coloquei o
>> >>> >> número da ordem alfabética dos nomes desses colegas.  Usei apenas
>> os
>> >>> >> índices do GOOGLE SCHOLAR (dos que permitiram ao GOOGLE publicar),
>> WEB
>> >>> >> OF SCIENCE (ISI) e SCOPUS.  Usei obviamente tanto o Lattes quanto o
>> >>> >> GOOGLE de cada um.
>> >>> >>
>> >>> >> A tabela está em anexo, logo após o texto
>> >>> >> 1 de julho é a moda, a média e a moda do ano: Sou assim (aos 72) um
>> >>> >> estatístico nato.
>> >>> >>
>> >>> >>
>> >>> >>
>> >>> >>
>> >>> >>
>> >>> >>
>> >>> >>
>> >>> >> --
>> >>> >> Carlos Alberto de Bragança Pereira
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>> >>> >> Stat Department - Professor & Head
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> Prof. Dr. Alexandre G. Patriota,
> Department of Statistics,
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Prof. Dr. Alexandre G. Patriota,
Department of Statistics,
Institute of Mathematics and Statistics,
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