[ABE-L] Edital de Produtividade em Pesquisa (PQ) CNPq

'Marcos Prates' via abe-l@ime.usp.br abe-l em ime.usp.br
Ter Jun 16 20:07:48 -03 2020


Francisco,  
concordo com você. Minha lista foi longe de exaustiva. Eu acredito que a ABE em conjunto com os programas de Estatística + Fiocruz + IBGE e outras instituições de pesquisa séria em Estatística deveriam formular uma carta conjunta e enviar ao CNPq e ao comitê.
--marcos 

    On Tuesday, June 16, 2020, 07:02:11 PM EDT, Francisco Cribari <cribari em de.ufpe.br> wrote:  
 
 Caros: 
Há várias outras revistas subclassificadas além das indicadas pelo Marcos. Por exemplo, a Statistica Sinica é Qualis A1 e está no grupo 4. A Econometrica é Qualis A1 e está no grupo 3. O Computational Statistics & Data Analysis, que tem fator de impacto 1.3, está no grupo 4. A Technometrics é Qualis A1, tem fator de impacto superior a 2 e está no grupo 3. A Test é Qualis A2, tem fator de impacto 1.6 e está no grupo 4. O Journal of Statistical Software tem fator de impacto 11.6 (sim, 11.6) e está no grupo 3. Etc. etc. etc. 

Abraços, FC 
On Tue, Jun 16, 2020 at 7:56 PM Fábio Mariano Bayer <fabiobayer em gmail.com> wrote:

Prezados Marcos e demais colegas, 

Muito grato por jogarem luz sobre esse problema. A análise feita pelo Marcos é perfeita e eu assino embaixo. Eu já estava por enviar mensagem semelhante. 

Além do BJPS, que o Marcos bem coloca, estão fora da lista periódicos de maior prestígio que outros listados. Só para exemplificar, Journal of Statistical Planning and Inference e Statistics and Probability Letters estão fora, assim como vários periódicos IEEE mais estatísticos (entraram só os mais matemáticos). Certamente essa minha lista não é exaustiva; cada um de nós identificará vários periódicos importantes que não estão listados. 

Sinceramente, acho isso no mínimo desrespeitoso. Trata-se de uma pá de cal jogada em cima da estatística brasileira após vários anos muito desfavoráveis (dentro do CNPq). 

Obs.: Apenas acho que você se enganou sobre a seguinte regra:
"a) ter publicado pelo menos 10 (dez) trabalhos científicos em periódicos científicos com fator de impacto maior ou igual a 2, figurando em cinco (5) destes como primeiro/último autor ou segundo/penúltimo autor;"
Não encontro isso nas regras do CA-MA, mas sim do CA-MD.

Abraços preocupados!
Fábio Bayer


"A big computer, a complex algorithm and a long time does not equal science." Robert Gentleman

Em ter., 16 de jun. de 2020 às 19:46, Pedro Luis do Nascimento Silva <pedronsilva em gmail.com> escreveu:

Caros redistas,
É por este motivo que sempre defendi que a Estatística deveria pleitear sair do comitê onde é subjugada pela Matemática há décadas.
O problema é sempre o mesmo: como minoria, o tratamento que a área vem recebendo ao longo do tempo não é coerente com o peso e a importância relativa da área.
Enquanto não enfrentarmos essa luta, não haverá remédio.
Att, Pedro.
Pedro Luis do Nascimento SilvaIBGE - Escola Nacional de Ciências Estatísticas - National School of Statistical SciencesSCIENCE - Sociedade para o Desenvolvimento da Pesquisa Científica - Secretário
Phone: +55 21 994633376

Em ter., 16 de jun. de 2020 às 19:23, 'Francisco Cribari' via abe-l em ime.usp.br <abe-l em ime.usp.br> escreveu:

Boa noite, Hedibert: 
1) A tabela foi elaborada pelo Comitê Assessor de Matemática e Estatística (CAMA) do CNPq. 2) Ela nada tem a ver com o Qualis (novo ou antigo). 3) Ninguém da Estatística participou da elaboração da lista. 
Abraços, FC 
On Tue, Jun 16, 2020 at 7:15 PM Hedibert Lopes <hedibert em gmail.com> wrote:

Boa noite a todos,
Alguem sabe de onde vem a tabela do nosso CA que está nesse documento?  E' o novo Qualis da CAPES?  Se nao for, o que e'?  Olhando rapidamente percebi que vários grupos utilizam o qualis da capes.  Alguém da estatística participou da elaboração dessa lista?  Comecemos mais uma rodada de entender de fora pra dentro como esses criterios sao construidos.  Infelizmente e' uma bagunça generalizada e antecipada.
Abs,Hedibert



On Tue, Jun 16, 2020 at 6:02 PM 'Marcos Prates' via abe-l em ime.usp.br <abe-l em ime.usp.br> wrote:

 Caros colegas,
o edital de seleção de bolsa de produtividade PQ do CNPq está aberto. O Anexo-I (em anexo, entre as páginas 133 e 149) explicita as regras dessa chamada de forma direta e clara para o comitê da Matemática, Probabilidade e Estatística. Porém, alguns itens chamaram a minha atenção em relação às métricas adotadas. Primeiramente, e mais importante, a Tabela apresentada das páginas 135 à 140 nos quais os Journals são apresentados assim como seus grupos. Essa divisão é essencial para pontuação apresentada na Etapa I item B na categoria de maior peso (6). Na fórmula apresentada neste item, os Grupos de 1 à 5 têm pesos 36, 16, 5, 2 e 1, respectivamente. A tabela apresentada mostra um sério viés contra revistas Estatísticas e irei discutir a seguir.
- Temos um total de 461 revistas listadas sendo 57 em Estatística (12.3%) (no melhor do meu conhecimento);- Dessas:     - um total de 44 pertencem ao Grupo 1 (melhor grupo) e 4 delas são da Estatística (9%);     - um total de 81 pertencem ao Grupo 2 e 2 delas são da Estatística (2.5%);     - um total de 118 pertencem ao Grupo 3 e 23 delas são da Estatística (19.5%);     - um total de 157 pertencem ao Grupo 4 e 17 delas são da Estatística (10.8%);     - um total de 61 pertencem ao Grupo 5 (pior grupo) e 11 delas são da Estatística (18%);
Claramente a divisão das revistas prejudica fortemente os Estatísticos nas categorias 1 e 2 (itens de maior peso na Etapa I do edital). Note que a proporção (9% e 2.5%) da representação das revistas Estatísticas é menor do que a global (12.3%) em ambas categorias. Indo mais além, as 6 revistas nos grupos 1 e 2 representam 10.5% das revistas Estatísticas listadas enquanto as categorias (1 e 2) representam 27% do total, desfavorecendo claramente aos pesquisadores dessa área. Assim, os grupos de pesos mais baixos (3, 4 e 5) possuem 89.5% das revistas estatísticas mas somente 73% do total, uma disparidade absurda que combinada com os pesos do journals no item B da etapa I causam um abismo para os Estatísticos competirem de igual para igual com seus pares da Matemática.
Lembrando que ano passado uma grande quantidades de bolsistas de produtividade Estatísticos perderam suas bolsas desde o nível 2 até o 1B. Esse acontecido gerou um movimento na comunidade Estatística em relação ao comitê e algumas bolsas foram recuperadas após recurso, porém vários pesquisadores ativos, de qualidade e produtivos não recuperaram ou conquistaram suas bolsas. Acredito que isso se deva muito ao fato da disparidade apresentada anteriormente nesta mensagem que parece se repetir novamente esse ano. Portanto, fica evidente que com tal desbalanceamento, os Estatísticos serão novamente fortemente prejudicados no julgamento para pedidos de bolsas PQ. Outros fatores relevantes também chamam atenção nas regras da seleção:
- O Brazilian Journal of Probability and Statistics, produzido pela Associação Brasileira de Estatística, nem sequer aparece na lista apresentada.
- Revistas para as quais entendo que a classificação dentro dos grupos é fortemente inapropriada:
 - Bayesian Analysis - grupo 3 - Bernoulli - grupo 3 - Biometrics - grupo 3 - Electronic Journal of Statistics - grupo 4 - Journal of Computational and Graphical Statistics - grupo 3 - Journal of Multivariate Analysis - grupo 3 - Scandinavian Journal of Statistics - grupo 4 - Spatial Statistics - grupo 4 - Statistical Science - grupo 4 - Statistics and Computing - grupo 3 - Statistics in Medicine - grupo 3
- Na regra para ser pesquisador PQ o candidato deve:
"a) ter publicado pelo menos 10 (dez) trabalhos científicos em periódicos científicos com fator de impacto maior ou igual a 2, figurando em cinco (5) destes como primeiro/último autor ou segundo/penúltimo autor;"
Pelo ranking Scimago de Estatística (https://www.scimagojr.com/journalrank.php?category=2613) temos somente 25 revistas no mundo que satisfazem essa condição de possuir um fator de impacto maior que 2, enquanto na Matemática (https://www.scimagojr.com/journalrank.php?category=2601) a situação é muito parecida e o ranking apresenta apenas 29. Tornando esse requisito um enorme impeditivo para novos pesquisadores conseguir/manter suas bolsas.
Dessa forma vejo com enorme preocupação a situação da Estatística e dos Estatísticos dentro do conselho de Matemática, Probabilidade e Estatística na próxima avaliação de bolsas de produtividade a ser realizada pelo CNPq e avaliada pelo nosso comitê.
Sem mais.
Marcos Oliveira PratesProf. Associado do Departamento de Estatística da UFMG
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