[ABE-L] índice de produtividade

Elias T. Krainski eliaskrainski em yahoo.com.br
Seg Nov 10 09:28:48 -03 2014


Já ouvi comentários de pessoa experiente (pessoa A) dizendo que fatores 
de impacto não é a régua mais adequada. Mas há quem (pessoa B) 
defenda-os. Para agradar A, é preciso "ler" os trabalhos para ver se o 
pesquisador é bom. Para agradar B, basta olhar o google scholar. Que tal 
conciliar?

Dois pontos:

A avaliacao precisa necessariamente levar em conta
1) todas as publicações?
2) o passado longínquo?
Acho que depende do objetivo da avaliação.

Todas? Os índices H, I10 e G não levam em conta todas as publicações, 
apenas as mais citadas. Então que tal olhar apenas as n mais citadas? 
Pode ser que um papercitadíssimo tenha sido um na folha de são paulo 
(desculpem, não tive outro exemplo) explicando o que é correlação. Este 
paper não agradaria o avaliador A.

Passado? Faz sentido levar em conta todas as publicações ao avaliar a 
produtividade dos ultimos k anos? Isso gera dificuldade para o avaliador 
B, pois papers recentes não têm razoáveis estatísticas de citações.

Há sempre a possibilidade de combinar as coisas, ou seja, considerar os 
mais importantes (ou mais citados) e os mais recentes. Não faz sentido 
olhar fator de impacto de artigos recém publicados, mas faz sentido 
considerá-los.

Assim, considerando o autor com 84 papers do exemplo do artigo enviado 
pelo Paulo C Rodriques, bastaria avaliar os 15 papers mais citados (por 
exemplo) além dos mais recentes (nos últimos k anos), em vez de "ler" 
todos os 84 papers.

Elias

On 10/11/14 03:40, Paulo C Rodrigues wrote:
> De um modo mais concreto, uma sugestão seria:
>
> ‎h*g/log(n+2), em que n será o máximo entre o número de anos após o 
> doutorado e o número de anos após a primeira publicação.
>
> Não testei com nenhum exemplo, mas parece-me coerente que a influência 
> do número de anos de experiência seja menor à medida que o tempo de 
> experiência aumenta.
>
> Um abraço,
> Paulo.
>
>
>
> Sent from my BlackBerry Q10.
> *From: *Paulo C Rodrigues
> *Sent: *Domingo, 9 de Novembro de 2014 18:34
> *To: *Carlos Alberto de Bragança Pereira
> *Cc: *abe-l em ime.usp.br
> *Subject: *Re: [ABE-L] índice de produtividade
>
>
> Carlinhos,
>
> acho essa discussão bastante importante e interessante. Envio em anexo 
> um relatório que foca esse e outros assuntos relacionados com 
> citações. A discussão da produtividade individual começa no final da 
> página 12.
>
> Sem dúvida que o índice g e mais justo que o índice h! No entanto, 
> ambos são muito injustos para jovens cientistas que ainda não tiveram 
> tempo para publicar muitos artigos e ganhar muitas citações. O índice 
> m (índice h dividido pelo número de anos desde a primeira publicação) 
> no final da pagina 12 ajuda a compensar esse fato, mas não acho que 
> ainda seja suficiente (o número de citações deverá crescer de forma 
> exponencial ao longo da carreira, pelo que essa divisão linear ainda 
> continua a prejudicar os cientistas mais jovens). Na minha opinião, o 
> "ideal" será combinar o índice g (e talvez também o h) e uma 
> ponderação (não linear) do numero de anos após o término do doutorado 
> (ou da data da primeira publicação).
>
> Por exemplo, se pensarmos nas bolsas de produtividade do CNPq de 
> categoria 2, podemos ter um pesquisador com 3 anos após o Doutorado a 
> "competir" com um outro com 30 anos após o doutorado. Ao não ter em 
> consideração esses números, os mais jovens "perdem" quase sempre, se 
> forem utilizados os índice h ou g para avaliar o seu mérito...
>
> Um abraço,
> Paulo.
>
>
>
> -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
> Paulo Canas Rodrigues
> Assistant Professor
> Department of Statistics, Federal University of Bahia, Salvador, BA, 
> Brazil
> Email: paulocanas em gmail.com <mailto:paulocanas em gmail.com>
> CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/0029960374321970
> Web: http://sites.google.com/site/paulocanas/
>
> Managing Editor of the journal Statistics, Optimization and 
> Information Computing <http://www.iapress.org/index.php/soic>
> Co-Editor of the journal Biometrical Letters 
> <http://www.au.poznan.pl/biometrical.letters/index.php>
> Co-Chair of the ISI Young Statisticians Committee 
> <http://www.isi-web.org/sections/special-interest-groups/44-com/com/257-ys>
> -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
>
>
>
> 2014-11-09 17:31 GMT-03:00 Carlos Alberto de Bragança Pereira 
> <cpereira em ime.usp.br <mailto:cpereira em ime.usp.br>>:
>
>
>     Índice comparativo de produtividade
>
>     Com a nossa idade e tempo de academia somos convocados para dar
>     pareceres em diversos processos e pedidos de bolsas.  Muitas vezes
>     somos obrigados a ordenar colegas pela produtividade científica no
>     trabalho acadêmico.  Como devemos fazer isso é a minha questão,
>     pois gostamos sempre de racionalidade e não ser influenciados pelo
>     que gostamos.
>     Andei então procurando os índices já usados pela nossa
>     comunidade.  Encontrei 3 índices já estabelecidos.
>
>     1. Índice h é aquele onde contamos o número h de artigos com mais
>     de h citações.
>
>     2. Índice i10 é aquele que conta o número de artigos com mais de
>     10 citações.
>
>     [Notem que esses dois índices não levam em consideração àqueles
>     trabalhos com muitas citações que podem ser os mais importantes em
>     relação aos outros.]
>
>     Encontrei então
>
>     3. Índice g é aquele que conta o maior número g com total de
>     citações menor ou igual a g^2.
>
>     Estou considerando então que um bom índice deveria ser um número
>     que levasse em consideração a área do retângulo formado pelos
>     pontos (0,0), (0,g), (h,g) e (h,0); isto é h*g.
>
>     Vou considerar dois exemplos de pesquisadores com muitos artigos. 
>     O primeiro tem 60 artigos com exatamente 60 citações cada um e o
>     restante com menos de 60.  O índice h deste pesquisador seria 60 e
>     seu índice g também seria 60.  Se os artigos restantes tivessem
>     menos de 10 citações o i10 seria também 60.
>
>     O segundo pesquisador tem seus 3 artigos mais citados com 3000,
>     2000 e 1000 artigos e os próximos artigos até o quinquagésimo
>     teriam 50 citações. Os artigos restantes até o de número 84
>     tiveram 2 citações. Assim esse segundo pesquisador teve um índice
>     h  e um índice i10 de 50 cada um.  No entanto o índice g deste
>     pesquisador ficou em 85, muito maior do que o primeiro.  As áreas
>     de nossos quadrados seriam no primeiro caso 3600 e no segundo caso
>     4250.  Vejo que colegas meus possuem um número alto de citações em
>     seus artigos ou livros, mas estes números não são relevantes nos
>     cálculos de h e i10.
>
>     O que os colegas acham de minhas sugestões para sermos mais
>     racionais?  O índice h leva em consideração o número de artigos
>     com citações mas abandona, diferentemente do g, o volume de nossas
>     melhores publicações.
>
>     Saudações
>     Carlinhos
>
>     -- 
>     Carlos Alberto de Bragança Pereira
>     http://www.ime.usp.br/~cpereira <http://www.ime.usp.br/%7Ecpereira>
>     http://scholar.google.com.br/citations?user=PXX2AygAAAAJ&hl=pt-BR
>     Stat Department - Professor & Head
>     University of São Paulo
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