[ABE-L] índice de produtividade

Richard Santos jamesrichardsantos em gmail.com
Seg Nov 10 12:48:28 -03 2014


Prezados,
Se me permitem, vou dar uma impressão, não sobre o cálculo do índice, e
como leigo no que se refere a publicações na academia, pois atuo no
governo, não na academia, apesar de estudar bastante teoria (necessário
para aplicar). Este índice, além de levar em conta o número de publicações,
a linha no tempo, etc, não tem uma componente que possa medir e incorporar
nele um indicador de qualidade (talvez o número de citações já seja uma
proxy de qualidade, e eu acho até que pode ser...)? Se não tem, seria uma
idéia apropriada?
Richard
Em 10/11/2014 09:29, "Elias T. Krainski" <eliaskrainski em yahoo.com.br>
escreveu:

>  Já ouvi comentários de pessoa experiente (pessoa A) dizendo que fatores
> de impacto não é a régua mais adequada. Mas há quem (pessoa B) defenda-os.
> Para agradar A, é preciso "ler" os trabalhos para ver se o pesquisador é
> bom. Para agradar B, basta olhar o google scholar. Que tal conciliar?
>
> Dois pontos:
>
> A avaliacao precisa necessariamente levar em conta
> 1) todas as publicações?
> 2) o passado longínquo?
> Acho que depende do objetivo da avaliação.
>
> Todas? Os índices H, I10 e G não levam em conta todas as publicações,
> apenas as mais citadas. Então que tal olhar apenas as n mais citadas? Pode
> ser que um papercitadíssimo tenha sido um na folha de são paulo (desculpem,
> não tive outro exemplo) explicando o que é correlação. Este paper não
> agradaria o avaliador A.
>
> Passado? Faz sentido levar em conta todas as publicações ao avaliar a
> produtividade dos ultimos k anos? Isso gera dificuldade para o avaliador B,
> pois papers recentes não têm razoáveis estatísticas de citações.
>
> Há sempre a possibilidade de combinar as coisas, ou seja, considerar os
> mais importantes (ou mais citados) e os mais recentes. Não faz sentido
> olhar fator de impacto de artigos recém publicados, mas faz sentido
> considerá-los.
>
> Assim, considerando o autor com 84 papers do exemplo do artigo enviado
> pelo Paulo C Rodriques, bastaria avaliar os 15 papers mais citados (por
> exemplo) além dos mais recentes (nos últimos k anos), em vez de "ler" todos
> os 84 papers.
>
> Elias
>
> On 10/11/14 03:40, Paulo C Rodrigues wrote:
>
> De um modo mais concreto, uma sugestão seria:
>
>  h*g/log(n+2), em que n será o máximo entre o número de anos após o
> doutorado e o número de anos após a primeira publicação.
>
>  Não testei com nenhum exemplo, mas parece-me coerente que a influência
> do número de anos de experiência seja menor à medida que o tempo de
> experiência aumenta.
>
>  Um abraço,
> Paulo.
>
>
>
>  Sent from my BlackBerry Q10.
>    *From: *Paulo C Rodrigues
> *Sent: *Domingo, 9 de Novembro de 2014 18:34
> *To: *Carlos Alberto de Bragança Pereira
> *Cc: *abe-l em ime.usp.br
> *Subject: *Re: [ABE-L] índice de produtividade
>
>  Carlinhos,
>
>  acho essa discussão bastante importante e interessante. Envio em anexo
> um relatório que foca esse e outros assuntos relacionados com citações. A
> discussão da produtividade individual começa no final da página 12.
>
>  Sem dúvida que o índice g e mais justo que o índice h! No entanto, ambos
> são muito injustos para jovens cientistas que ainda não tiveram tempo para
> publicar muitos artigos e ganhar muitas citações. O índice m (índice h
> dividido pelo número de anos desde a primeira publicação) no final da
> pagina 12 ajuda a compensar esse fato, mas não acho que ainda seja
> suficiente (o número de citações deverá crescer de forma exponencial ao
> longo da carreira, pelo que essa divisão linear ainda continua a prejudicar
> os cientistas mais jovens). Na minha opinião, o "ideal" será combinar o
> índice g (e talvez também o h) e uma ponderação (não linear) do numero de
> anos após o término do doutorado (ou da data da primeira publicação).
>
>  Por exemplo, se pensarmos nas bolsas de produtividade do CNPq de
> categoria 2, podemos ter um pesquisador com 3 anos após o Doutorado a
> "competir" com um outro com 30 anos após o doutorado. Ao não ter em
> consideração esses números, os mais jovens "perdem" quase sempre, se forem
> utilizados os índice h ou g para avaliar o seu mérito...
>
>  Um abraço,
> Paulo.
>
>
>
>
> ----------------------------------------------------------------------------------------------------
> ---------------------------------
> Paulo Canas Rodrigues
> Assistant Professor
> Department of Statistics, Federal University of Bahia, Salvador, BA,
> Brazil
> Email: paulocanas em gmail.com
> CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/0029960374321970
> Web: http://sites.google.com/site/paulocanas/
>
> Managing Editor of the journal Statistics, Optimization and Information
> Computing <http://www.iapress.org/index.php/soic>
> Co-Editor of the journal Biometrical Letters
> <http://www.au.poznan.pl/biometrical.letters/index.php>
> Co-Chair of the ISI Young Statisticians Committee
> <http://www.isi-web.org/sections/special-interest-groups/44-com/com/257-ys>
>
> ------------------------------------------------------------------------------------------------------
> -------------------------------
>
>
>
> 2014-11-09 17:31 GMT-03:00 Carlos Alberto de Bragança Pereira <
> cpereira em ime.usp.br>:
>
>>
>> Índice comparativo de produtividade
>>
>> Com a nossa idade e tempo de academia somos convocados para dar pareceres
>> em diversos processos e pedidos de bolsas.  Muitas vezes somos obrigados a
>> ordenar colegas pela produtividade científica no trabalho acadêmico.  Como
>> devemos fazer isso é a minha questão, pois gostamos sempre de racionalidade
>> e não ser influenciados pelo que gostamos.
>> Andei então procurando os índices já usados pela nossa comunidade.
>> Encontrei 3 índices já estabelecidos.
>>
>> 1. Índice h é aquele onde contamos o número h de artigos com mais de h
>> citações.
>>
>> 2. Índice i10 é aquele que conta o número de artigos com mais de 10
>> citações.
>>
>> [Notem que esses dois índices não levam em consideração àqueles trabalhos
>> com muitas citações que podem ser os mais importantes em relação aos
>> outros.]
>>
>> Encontrei então
>>
>> 3. Índice g é aquele que conta o maior número g com total de citações
>> menor ou igual a g^2.
>>
>> Estou considerando então que um bom índice deveria ser um número que
>> levasse em consideração a área do retângulo formado pelos pontos (0,0),
>> (0,g), (h,g) e (h,0); isto é h*g.
>>
>> Vou considerar dois exemplos de pesquisadores com muitos artigos.  O
>> primeiro tem 60 artigos com exatamente 60 citações cada um e o restante com
>> menos de 60.  O índice h deste pesquisador seria 60 e seu índice g também
>> seria 60.  Se os artigos restantes tivessem menos de 10 citações o i10
>> seria também 60.
>>
>> O segundo pesquisador tem seus 3 artigos mais citados com 3000, 2000 e
>> 1000 artigos e os próximos artigos até o quinquagésimo teriam 50 citações.
>> Os artigos restantes até o de número 84 tiveram 2 citações. Assim esse
>> segundo pesquisador teve um índice h  e um índice i10 de 50 cada um.  No
>> entanto o índice g deste pesquisador ficou em 85, muito maior do que o
>> primeiro.  As áreas de nossos quadrados seriam no primeiro caso 3600 e no
>> segundo caso 4250.  Vejo que colegas meus possuem um número alto de
>> citações em seus artigos ou livros, mas estes números não são relevantes
>> nos cálculos de h e i10.
>>
>> O que os colegas acham de minhas sugestões para sermos mais racionais?  O
>> índice h leva em consideração o número de artigos com citações mas
>> abandona, diferentemente do g, o volume de nossas melhores publicações.
>>
>> Saudações
>> Carlinhos
>>
>> --
>> Carlos Alberto de Bragança Pereira
>> http://www.ime.usp.br/~cpereira
>> http://scholar.google.com.br/citations?user=PXX2AygAAAAJ&hl=pt-BR
>> Stat Department - Professor & Head
>> University of São Paulo
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