[ABE-L] Formação de Bacharéis em Estatística - Brasil x EUA

Lisbeth Cordani lisbethkcordani em gmail.com
Ter Ago 28 14:19:57 -03 2018


A propósito da discussão...

Abrçs lisbeth

*********************************

*Global data crunch looms: not enough people to handle it*



27 August 2018




Big data is exploding so rapidly around the world, there are not enough
skilled operators to handle and interpret it.

The demand for expert data professionals is outstripping supply many times
over, an international group of scholars and educators warned today.

Details of a global project to beef up the teaching of data studies in high
schools in countries around the world and to train school teachers in data
science, as a science of central importance to the human future have been
released by the group.

“The last decade has seen spectacular growth in data collection and usage
in most areas of human endeavour – from government to business, to health,
science and the environment,” a spokesman for the group, ISI
President-Elect John Bailer, said.

“The scale and complexity of the data now being amassed are far beyond the
ability of single computers or individuals to manage. We need teams of data
science experts working together in real time, around the world. That is
why we have launching an urgent project aimed at meeting the global
shortfall in trained data science professionals.

“At the same time there is an urgent need for ordinary people to be able to
understand and use the data now available to them – whether it is about
their health, their financial situation, in their job or education.”

“The project is a collaborative activity involving leading computer
scientists, statistical scientists, curriculum experts and teachers from
Australia, Canada, England, Germany, Holland, New Zealand and the USA and
supported by several national and international societies, groups and
companies.

The aim of the International Data Science in Schools Project (IDSSP) is to
transform the way data science <http://www.idssp.org/pages/datascience.html> is
taught the last two years of secondary school.  Its objectives are:

1.    To ensure that school children develop a sufficient understanding and
appreciation of how data can be acquired and used to make decisions so that
they can make informed judgments in their daily lives, as children and then
as adults

2.    To inspire mathematically able school students to pursue tertiary
studies in data science and its related fields, with a view to a career.

“In both cases, we want to teach people how to learn from data,” Professor
Bailer said.

Two *curriculum frameworks *are being created to support development of a
pre-calculus course in data science that is rigorous, engaging and
accessible to all students, and a joy to teach.

·         Framework 1 (*Data Science for students*).  This framework is
designed as the basis for developing a course with a total of some 240
hours of instruction.

·         Framework 2 (*Data Science for teachers*).  As a parallel
development, this framework is designed as the basis for guiding the
development of teachers from a wide variety of backgrounds (mathematics,
computer science, science, economics, …) to teach a data science course
well.

Professor Bailer said that the draft frameworks will be published for
widespread public consultation in early 2019 before completion by August.

“We envisage the material will be used not just in schools, but also as a
valuable source of information for data science courses in community
colleges and universities and for private study.”



For further information:  idssp.info em gmail.com, or visit www.idssp.org.

Em seg, 27 de ago de 2018 às 16:21, Doris Fontes <dsfontes em gmail.com>
escreveu:

> Olá, Elias,
>
> A recomendação de 3000 horas para Bacharelado em Estatística, se eu não me
> engano, já é mais ou menos seguida na maioria das universidades seguindo,
> inclusive, as diretrizes curriculares de 2008 (
> http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/2008/rces008_08.pdf). No
> entanto, acredito que haja, sim, espaço para optativas direcionadas a data
> science -- para tanto, bastaria haver professores que tenham interesse e
> sejam capazes de oferecer essas disciplinas.
>
> Doris
>
>
>
> Em seg, 27 de ago de 2018 às 15:31, Elias T Krainski por (abe) <
> abe em lists.ime.usp.br> escreveu:
>
>> Caros,
>>
>> Fator interessante na tabela em (
>> http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/2007/rces002_07.pdf) é que a
>> formação do Estatístico prevê 3000 horas aula. Para Fisica, Matemática,
>> Química são 2400 horas aula e nas Engenharias são 3600 horas aula.
>>
>> Numa discussão sobre isso durante uma mesa redonda da RBRAS comentou-se
>> de que há espaço para muita coisa em 3000 horas. Não é difícil ter
>> optativas direcionadas a data science, como já temos alguma coisa aqui na
>> UFPR.
>>
>> Elias
>>
>> On 25/08/2018 19:48, Doris Fontes wrote:
>>
>> Oi, Basílio,
>>
>> Sim, concordo que no Brasil a profissão de engenheiro é mais valorizada,
>> tem mais glamour, mais apelo mercadológico. MAS, não sei se "ser
>> engenheiro" é solução para tudo. Na área de Data Science já é comum as
>> empresas NÃO quererem contratar engenheiros, preferindo, nesta ordem:
>> estatísticos, matemáticos, físicos e, caso necessário, engenheiros.
>>
>> Sim, a regulamentação da profissão é um problema no caso de virar
>> "engenheiro estatístico". Seria uma grande briga e seria injusta: um
>> conselho pequeno como o nosso VS um enorme como o CREA. Eu prefiro defender
>> a nossa profissão por enquanto.
>>
>> Abraços,
>> Doris
>>
>>
>> Em sáb, 25 de ago de 2018 às 19:04, Basilio de Bragança Pereira <
>> basilio em hucff.ufrj.br> escreveu:
>>
>>> Cara Doris
>>> Em época de globalização posso até comcordo com voce .
>>> Em termos de Brazil voce não acha que o titulo de engenheiro é mais
>>> valorizado?
>>> Entretanto como seria o registro profissional ? No Conre ou no Crea?
>>> Infelizmente temos este esta restriçao de registro profissional!!!!!
>>>
>>> Em 25 de agosto de 2018 18:46, Doris Fontes <dsfontes em gmail.com>
>>> escreveu:
>>>
>>>> Olá, prof. Basílio,
>>>>
>>>> Eu *não* concordo com a ideia de transformar o Bacharelado em
>>>> Estatística em Engenharia Estatística. Apenas mencionei que é um cenário
>>>> que se cogita no meio acadêmico. Se assim for o desejo de muitos
>>>> departamentos, comentei que deverá haver uma reestruturação grande.
>>>>
>>>> Abraços,
>>>> Doris
>>>>
>>>>
>>>>
>>>>
>>>> Em sáb, 25 de ago de 2018 às 16:38, Basilio de Braganca Pereira <
>>>> basilio em hucff.ufrj.br> escreveu:
>>>>
>>>>> Doris
>>>>> Não concordo com sua visão da formação do engenheiro.
>>>>> Lembre da formação em física que falta nos bacharelados em estatística.
>>>>> Além disso a formação matemática e semelhante e às vezes melhor que no
>>>>> BSc de estatística.
>>>>> Basilio
>>>>> Enviado do meu iPhone
>>>>>
>>>>> Em 25 de ago de 2018, à(s) 14:57, Doris Fontes <dsfontes em gmail.com>
>>>>> escreveu:
>>>>>
>>>>> Oi, Elias,
>>>>>
>>>>> Concordo que o fenômeno "data science" é um importante gancho para
>>>>> atrair alunos. Mas não dá apenas para atrair para o bacharelado em
>>>>> estatística sem fazer um forte conexão com o "data science" propriamente
>>>>> dito. Já ouvi discussões sobre transformar o Bacharelado em Estatística em
>>>>> Engenharia Estatística, para tornar o curso mais atraente. Pode até ficar
>>>>> mais atraente, mas o corpo docente, assim como conteúdo programático, têm
>>>>> que mudar bastante, tornarem-se mais pragmático, ser um curso mais
>>>>> empresarial e, no fundo, mais superficial na matemática e na estatística.
>>>>> Se esse for o objetivo...
>>>>>
>>>>> Atrair mais gente para a estatística é uma missão complexa, mas não
>>>>> acho que seja impossível.
>>>>>
>>>>> Doris
>>>>>
>>>>>
>>>>> Em seg, 20 de ago de 2018 às 14:06, Elias T Krainski por (abe) <
>>>>> abe em lists.ime.usp.br> escreveu:
>>>>>
>>>>>> Caros,
>>>>>>
>>>>>> Acho que muito do que ocorreu nos EUA (incremento exponencial no
>>>>>> número de formados em Estatística e linear no interesse por estatística) é
>>>>>> reflexo da popularização recente do termo "data science".
>>>>>>
>>>>>> No início da palestra do Michael Jordam ele falou algo assim: "Se
>>>>>> você é da estatística o futuro é a computação, se você é da computação o
>>>>>> futuro é a estatística".
>>>>>>
>>>>>> Dos fatos mostrados pela Doris temos que os egressos dos cursos de
>>>>>> bacharelado em estatística no Brasil não serão suficientes para atender a
>>>>>> demanda.
>>>>>>
>>>>>> Uma possível saída são cursos de especialização em ciência de dados.
>>>>>> Temos (pelo menos) 4 desse tipo aqui em Curitiba. A nossa (
>>>>>> http://dsbd.leg.ufpr.br/) teve aproximadamente o dobro de inscritos
>>>>>> em relação às vagas no final do ano passado. Para uma próxima turma há um
>>>>>> pré-cadastro que conta com mais de 7 vezes o número de vagas a serem
>>>>>> oferecidas.
>>>>>>
>>>>>> Att.
>>>>>>
>>>>>> Elias
>>>>>> On 17/08/2018 23:51, Doris Fontes wrote:
>>>>>>
>>>>>> Colegas, boa noite,
>>>>>>
>>>>>> Achei esse artigo interessante da ASA:
>>>>>> http://magazine.amstat.org/blog/2018/08/01/2017-degree-report/
>>>>>>
>>>>>> Enquanto aqui, desde 2004 (quando eu comecei a acompanhar o Censo do
>>>>>> INEP), temos a seguinte situação, resumidamente:
>>>>>>
>>>>>> Nº de programas de Graduação em Estatística aqui e nos EUA, além do
>>>>>> programa de mestrado em estatística. Notem que o número de bacharelados em
>>>>>> estatística aqui no Brasil cresce a partir de 2007, acredito eu, por causa
>>>>>> do REUNI.
>>>>>>
>>>>>> [image: image.png]
>>>>>>
>>>>>> Sem contar que lá existem muitos programas de graduação e pós somente
>>>>>> em BIOESTATÍSTICA, enquanto que aqui só temos UM programa de mestrado (UEM)
>>>>>> e nenhum bacharelado.
>>>>>>
>>>>>> Em termos de egressos, temos a seguinte situação (até o último censo
>>>>>> divulgado do INEP):
>>>>>>
>>>>>> [image: image.png]
>>>>>>
>>>>>> Um fato relevante nos EUA é a explosão de interessados no programa de
>>>>>> AP STATISTICS: saltou de menos de 8 mil em 1997 para pouco mais de 205 mil
>>>>>> participantes em 2016.
>>>>>>
>>>>>> (The AP Statistics course is equivalent to a one-semester,
>>>>>> introductory, non-calculus-based college course in statistics. The course
>>>>>> introduces students to the major concepts and tools for collecting,
>>>>>> analyzing, and drawing conclusions from data. There are four themes in the
>>>>>> AP Statistics course: exploring data, sampling and experimentation,
>>>>>> anticipating patterns, and statistical inference. Students use technology,
>>>>>> investigations, problem solving, and writing as they build conceptual
>>>>>> understanding.
>>>>>> https://apcentral.collegeboard.org/courses/ap-statistics/course)
>>>>>>
>>>>>> [image: image.png]
>>>>>>
>>>>>>
>>>>>>
>>>>>> Comparando egressos vs vagas oferecidas pelas universidades
>>>>>> brasileiras, temos:
>>>>>>
>>>>>> [image: image.png]
>>>>>>
>>>>>>
>>>>>>
>>>>>> Formandos por tipo de universidade:
>>>>>>
>>>>>> [image: image.png]
>>>>>>
>>>>>>
>>>>>> O número de vagas oferecidas também cresceu a partir de 2007 (REUNI),
>>>>>> mas o número de egressos não aumentou. Está estagnado ou, pior, menor que
>>>>>> em 2004. Poderíamos dizer que, a grosso modo, a taxa de evasão da
>>>>>> estatística beira os 75%.
>>>>>>
>>>>>> No Brasil já começa a aparecer programas de graduação e pós em
>>>>>> Ciência de Dados, como no Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix,
>>>>>> em Belo Horizonte (MG). Não sei qual a qualidade desses programas. Alguns
>>>>>> cursos de pós chegam a abordar apenas introdução à estatística.
>>>>>>
>>>>>> As vagas para profissionais de Analytics/Big Data/Data Science cresce
>>>>>> muito no mundo  todo. Se você entrar hoje no site do indeed.com e
>>>>>> fizer uma busca por "analytics", vai encontrar algo como 140 mil vagas.
>>>>>> Lógico que tem muita coisa misturada, mas mostra o potencial de mercado
>>>>>> para quem sabe analisar dados. No blog do CONRE-3 de Oportunidades de
>>>>>> Trabalho para Estatísticos (https://www.facebook.com/groups/statjobs/),
>>>>>> hoje com pouco mais de 11 mil membros, temos divulgado mais de 2 mil vagas
>>>>>> de trabalho por ano -- e são vagas parciais, pois muitas empresas publicam
>>>>>> apenas na Catho, ou sequer divulgam (preenchimento através de indicações
>>>>>> somente). Se formamos menos de 400 num ano, está claro que não temos
>>>>>> capacidade para prover profissionais para o mercado interno. Pior ainda,
>>>>>> alguns bons estatísticos saem do país.
>>>>>>
>>>>>> Talvez possamos pensar juntos sobre formas de melhorar esse índice de
>>>>>> evasão, num programa conjunto, mais agressivo, de divulgação da nossa área
>>>>>> junto aos alunos do ensino médio. O CONRE-3 tem recursos bem pequenos
>>>>>> (muito em função do desinteresse dos estatísticos pelo seu conselho
>>>>>> profissional -- às vezes até boicote de formandos e professores), mas,
>>>>>> dentro do possível, temos tentado implementar muitos programas de
>>>>>> valorização, divulgação e fortalecimento da nossa profissão: eventos
>>>>>> ligados ao mercado de trabalho, TENDA ESTATÍSTICA (através de esforço
>>>>>> conjunto com a ABE e SBPC) para estudantes de todas as idades, palestras em
>>>>>> escolas ou envio de material de divulgação da estatística aos alunos de EM;
>>>>>> ajuda aos deptos de estatística com palestras e materiais de apoio; ajuda a
>>>>>> eventos variados (como o SINAPE, RBras/SEAGRO, Semests, feira de
>>>>>> profissões, etc). Somos auditados anualmente pelo TCU e não temos muita
>>>>>> flexibilidade para o uso de nossa verba, então, trabalhamos dentro das
>>>>>> nossas possibilidades.
>>>>>>
>>>>>> O problema de evasão é grave, triste e precisa ser estudado e
>>>>>> combatido. Alegar simplesmente que os alunos que entram são fracos não é
>>>>>> razoável. A falta de prestígio da nossa área pode atrair um monte de alunos
>>>>>> interessados apenas na baixa concorrência nos vestibulares. Isso não é bom.
>>>>>>
>>>>>> Na última reunião que o Julio Trecenti (presidente do CONRE-3) e eu
>>>>>> (como vice-presidente) tivemos no conselho federal, no RJ, discutimos a
>>>>>> "morte" da nossa carreira no mercado de trabalho para o cientista de dados.
>>>>>> Já há deptos de computação interessados em oferecer Bacharelado em Ciência
>>>>>> de Dados, assim como há engenharias interessados em "Engenharia
>>>>>> Estatística".
>>>>>>
>>>>>> Enfim, pensei em compartilhar um pouco das minhas preocupações.
>>>>>>
>>>>>> Bom final de semana e abraços a todos,
>>>>>> Doris
>>>>>>
>>>>>>
>>>>>>
>>>>>>
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>>>
>>> --
>>> *Basilio de Bragança Pereira,M.Sc. and D.L. (COPPE) D.I.C. and Ph.D.
>>> (Imperial College).
>>> *Professor Emérito da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro
>>> *Coordenador Substituto do Programa de Pós Graduação de Cardiologia,
>>> ICES-Instituto do Coração Edson Saad e FM-Faculdade de Medicina, UFRJ.
>>> *Pesquisador Colaborador do LNCC - Laboratório Nacional de Computação
>>> Ciêntifica .
>>>
>>> Tel: 55 21 3938-6225 (ICES) ,55 24 2233-6106 (LNCC)  55 21 3938-7045
>>> (COPPE).
>>> <http://www.poscardio.ufrj.br/index.php/pt-BR/>
>>> http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783624H9
>>> http://www.poscardio.ufrj.br/index.php/pt-BR/
>>>
>>> *Mail Address:
>>> Programa de Engenharia de Produção - COPPE/UFRJ
>>> Caixa Postal 68507
>>> CEP 21941-972 Rio de Janeiro,RJ  ,Brazil
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>>> The best thing about being a statistician is that you get to play in
>>> everyone´s backyard (John Tukey)
>>> O artista vê a verdade no belo, o cientista vê o belo na verdade.
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