[ABE-L] PERMUTABILIDADE

nkolev em ime.usp.br nkolev em ime.usp.br
Qui Out 23 23:52:54 -03 2014


Colegas,

A permutabilidade é modelo de equilibrio (seguindo os físicos), quase  
equivalente de estacionaridade (em termos de processos estocásticos).  
Sei outras relações.

A vida real não é homogénea, mas o primeiro passo de acoplamento pode  
sofrer um choque permutavel para chegar mais perto do lei verdadeiro  
(o resultado de provocação do equilibrio). Então, em todos os casos,  
definem a provocação primeiro.

[ ] Nikolai


Citando Alexandre Galvão Patriota <patriota.alexandre em gmail.com>:

> Prof. Carlinhos,
>
> grato pela resposta e provocações. Vou apenas pontuar para ficar mais facil:
>
> 1. "Com relação a permutabilidade ninguém disse, que eu me lembro, que é
> uma propriedade Bayesiana."
>
> Não foi dito na lista, mas já escutei de vários colegas que o Teorema de De
> Finetti dá sustentação a distribuições a priori para o parâmetro. Isso não
> é válido para o parâmetro do modelo estatístico clássico, que nada tem a
> ver com variável aleatória, é apenas um indexador de medidas de
> probabilidades.
>
> 2. A permutabilidade é aplicada na sequência de variáveis aleatórias X1,
> X2, ... todas definidas no mesmo espaço de probabilidade. No caso de um
> modelo estatístico clássico temos uma família de probabilidades  e portanto
> o conceito de permutabilidade deve ser aplicável a cada uma das medidas
> desta família.
>
> 3. "DEUS não manda parâmetros para nossos modelos.  Todos os nossos modelos
> são nossas conjecturas que podem vir de permutabilidade."
>
> Concordo, porém os modelos podem ser derivados de outros princípios, com ou
> sem permutabilidade. Deus não manda parâmetros, nem espaços de
> probabilidade, nem a matemática, nem a lógica, nem a linguagem. Tudo é
> invenção humana para poder sobreviver...
>
> 4. "É claro que meu colega Alexandre vai dizer que existe uma constante
> fixada que para ele é o parâmetro populacional que por acaso DEUS mandou e
> não contou."
>
> Negativo. seu chute passou longe... Talvez esse meu texto aqui
> <http://stats.stackexchange.com/questions/26450/why-does-a-95-ci-not-imply-a-95-chance-of-containing-the-mean/81011#81011>
> ajude a esclarecer o que eu penso sobre modelos verdadeiros. Para quem não
> tiver paciência de ler vai a dica: o mecanismo que gera os dados
> dificilmente é probabilístico, dificilmente poderá linguisticamente
> representável, mas por praticidade alguns consideram probabilidades, outros
> possibilidades, outros plausibilidades outros uma função que apenas da uma
> ordem parcial não-numérica nos subconjuntos. Enfim, para mim é óbvio não
> existe *a* verdadeira probabilidade, nem um *o* mundo ideal de Platão, nem
> *a* verdadeira interpretação dos fatos, nem* a* forma correta de resolver
> um problema, nem *o* princípio ideal para todas as situações.
>
> Sobre "verdade" recomendo leitura do texto "Sobre a verdade e a mentira num
> sentido extra moral" do filólogo F. Nietzsche publicado em 1887. Sim, é
> possível utilizar a estatística clássica sem postular "modelos verdadeiros".
>
> 5. " Como diria meu mestre Lindley, ele fez toda a continha certa, mas as
> certamente suas razões estão muito erradas."
>
> Ummm: então o certo deve ser aquele que segue os mesmo princípios do
> Lindley, ou seja, aquele que aperta os mesmos botões que o Lindley aperta.
> Certamente eu não aperto os botões que o Lindley aperta. Portanto,  não
> faço parte da turma, o almoço não será de graça...
>
>
> Recomendo fortemente estudar os sistemas postulacionais puros inventados
> por Douglas Hofstadter* "M I U" e "pq-". É interessante notar as limitações
> da matemática e das interpretações com exemplos tão simples. Isso é
> aplicado aos que dizem que probabilidade *deve* ser utilizada para modelar
> todo o tipo de incerteza (i.e., os seguidores do Lindley), isso é extensão
> indevida de um sistema em outro...
>
> Abraços filológicos,
> Alexandre.
>
> * Livro: Gödel, Escher, Bach: An Eternal Golden Braid
>
>
>
>
>
>
> 2014-10-23 22:04 GMT-02:00 Carlos Alberto de Bragança Pereira <
> cpereira em ime.usp.br>:
>
>>
>> Caros redistas:
>>
>> Gostaria de chamar a atenção de todos para o que foi dito sobre
>> permutabilidade aqui na rede e sobre a aleatorização.
>> Bayesianos só não concordam com o uso da aleatorização como distribuição a
>> ser usada na inferência.  Isto porque a verossimilhança é flat.  Mas
>> gostamos sim de aleatorizar para a permutabilidade ficar como regra para
>> todos, justo como o Julio colocou.  Além disso, se alguma coisa sair errado
>> com a amostra a culpa fica com a moeda ou a urna e não com o experimentador.
>>
>> Com relação a permutabilidade ninguém disse, que eu me lembro, que é uma
>> propriedade Bayesiana.  Este é um conceito probabilístico e
>> consequentemente um conceito subjetivista ou equivalentemente de julgamento.
>> O teorema de DeFinetti dis que se um processo é permutável então existe
>> uma VARIAVEL ALEATÓRIA para o qual uma função do processo converge e quando
>> condicionada a ela, teríamos um processo iid.  Note que o parâmetro,
>> chamado assim por nós por ser uma quantidade aleatória não observável,
>> visto que não existe.
>>
>> No caso do Alexandre ele precisaria dizer onde a permutabilidade é
>> considerada para poder tirar o processo que ele definiu.  Nas bernoullis
>> temos as multinomiais, quando a permutabilidade é nos círculos temos as
>> normais e quando for nos quadrados temos as uniformes.  Há muitas outras
>> caracterizações muito interessantes.
>> DEUS não manda parâmetros para nossos modelos.  Todos os nossos modelos
>> são nossas conjecturas que podem vir de permutabilidade.
>>
>> Por exemplo, no nosso caso dos eleitores podemos pensar em um processo que
>> no dia 26 terá um N fixado e na boca da urna iremos coletar uma amostra de
>> tamanho n.  Se Teta é a soma das Bernoullis na população, e x é a soma da
>> amostra, a probabilidade de X=x|Teta é hipergemétrica com parâmetros N,n e
>> Teta.  Mas isso é obtido do processo infinito onde paramos em N e
>> observamos n.  Como Estatísticos podemos imaginar que temos diversas dessas
>> hipergeométricas em cada grupo que para os quais CONSIDRAMOS permutáveis.
>> A composição dessas diversas distribuições irão nos dar o resultado final
>> da previsão da boca de urna.
>>
>> É claro que meu colega Alexandre vai dizer que existe uma constante fixada
>> que para ele é o parâmetro populacional que por acaso DEUS mandou e não
>> contou.  Como diria meu mestre Lindley, ele fez toda a continha certa, mas
>> as certamente suas razões estão muito erradas.
>>
>> Saudações Bayesianas
>> Carlinhos
>> Creio que o universo não manda modelinhos para a gente descobrir quais são.
>>
>> --
>> Carlos Alberto de Bragança Pereira
>> http://www.ime.usp.br/~cpereira
>> http://scholar.google.com.br/citations?user=PXX2AygAAAAJ&hl=pt-BR
>> Stat Department - Professor & Head
>> University of São Paulo
>>
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