[ABE-L] Deu na Folha de São Paulo

Silvia Ferrari silviaferrari.usp em gmail.com
Sex Set 16 09:03:23 -03 2016


Cribari,

Na Folha de 14/09 se lê:

*O próprio prazo dos doutorados é um dos problemas que impede a melhoria do
trabalho dos pesquisadores em início de carreira, diz ele.*

*"Você tem até quatro anos para se doutorar [tempo que, em média, dura uma
bolsa de doutorado]. Por quê? No exterior não tem isso –você ganha o grau
de doutor quando acaba. A USP tem muitos doutorados por ano, 5 mil. Precisa
ser mais exigente".*

Por outro lado, no editorial de hoje, escrevem:

*Um de seus alvos são as teses de doutorado. O dirigente considera
excessivo o prazo de quatro anos das bolsas correspondentes, pois não há
incentivo para completar o trabalho em menos tempo.*

Não será que o Goldemberg quis dizer que o prazo de 4 anos poderia ser
insuficiente (e não excessivo) para completar uma tese de doutorado de boa
qualidade?


Silvia


PS. Segue link para a matéria publicada em 14/09:

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2016/09/1813080-ciencia-tem-que-ter-criterios-mais-rigidos-diz-presidente-da-fapesp.shtml

2016-09-16 7:05 GMT-03:00 Francisco Cribari <cribari em de.ufpe.br>:

> Folha de São Paulo, 16 de setembro de 2016 - EDITORIAL
>
> EDITORIAL
> Ciência de resultados
>
> O físico José Goldemberg, presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do
> Estado de São Paulo (Fapesp), muito tem contribuído para a ciência
> brasileira, tanto por sua produção especializada quanto pela franqueza de
> seus diagnósticos sobre o setor.
>
> Nos anos 1980, quando foi reitor da USP, deu curso a processos de
> avaliação hoje corriqueiros, mas que na época enfrentavam resistência —como
> no episódio da publicação, por esta Folha, da célebre "lista dos
> improdutivos", em 1988.
>
> Consolidou-se, então, a noção de que o financiamento da pesquisa com
> recursos públicos deve guiar-se por parâmetros de mérito e desempenho. A
> Fapesp, nesse processo, ocupou uma posição exemplar.
>
> Hoje na presidência da fundação, Goldemberg mostra preocupação com o
> estado da pesquisa. Em entrevista à *Folha* publicada na quarta-feira (14)
> <http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2016/09/1813080-ciencia-tem-que-ter-criterios-mais-rigidos-diz-presidente-da-fapesp.shtml>,
> o físico atenta para a necessidade de tornar mais rígidos os critérios de
> avaliação.
>
> Um de seus alvos são as teses de doutorado. O dirigente considera
> excessivo o prazo de quatro anos das bolsas correspondentes, pois não há
> incentivo para completar o trabalho em menos tempo.
>
> Ademais, a existência em instituições como a USP de apenas dois conceitos
> —aprovado ou reprovado— e de relações pessoais entre avaliadores e
> avaliados na banca examinadora tende à chancela de todas as pesquisas,
> mesmo das que não são merecedoras.
>
> Não espanta, assim, que a produção científica brasileira tenha baixo
> impacto internacional. Os 639,5 mil estudos nacionais publicados em
> periódicos de renome de 1996 a 2015 angariaram em média 8,96 citações por
> artigo (contra as 21,66 de uma potência como os EUA, com seus 8,45 milhões
> de trabalhos no período).
>
> O Brasil tem relativamente poucos pesquisadores, 698 por milhão de
> habitantes —nos EUA são 4.018 por milhão. Investe, contudo, 1,2% de seu PIB
> em pesquisa.
>
> É o maior percentual na América Latina, cifra igual à da Espanha, com suas
> 14,16 citações por artigo, e o triplo do que despende o Chile (0,4%), que
> consegue média de 11,82 menções por trabalho.
>
> A ciência brasileira não faz má figura no panorama internacional, mas
> deveria entregar resultado mais condizente com a parcela da riqueza que
> consome.
>
>
>
>
>
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