[ABE-L] Deu na Folha de São Paulo

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Sex Set 16 09:44:46 -03 2016


Eu também li e concordo  com  a Silvia. Parece que os jornalistas,  
como nossos alunos, não sabem ler e escrever.

Pedro
Citando Silvia Ferrari <silviaferrari.usp em gmail.com>:

> Cribari,
>
> Na Folha de 14/09 se lê:
>
> *O próprio prazo dos doutorados é um dos problemas que impede a melhoria do
> trabalho dos pesquisadores em início de carreira, diz ele.*
>
> *"Você tem até quatro anos para se doutorar [tempo que, em média, dura uma
> bolsa de doutorado]. Por quê? No exterior não tem isso –você ganha o grau
> de doutor quando acaba. A USP tem muitos doutorados por ano, 5 mil. Precisa
> ser mais exigente".*
>
> Por outro lado, no editorial de hoje, escrevem:
>
> *Um de seus alvos são as teses de doutorado. O dirigente considera
> excessivo o prazo de quatro anos das bolsas correspondentes, pois não há
> incentivo para completar o trabalho em menos tempo.*
>
> Não será que o Goldemberg quis dizer que o prazo de 4 anos poderia ser
> insuficiente (e não excessivo) para completar uma tese de doutorado de boa
> qualidade?
>
>
> Silvia
>
>
> PS. Segue link para a matéria publicada em 14/09:
>
> http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2016/09/1813080-ciencia-tem-que-ter-criterios-mais-rigidos-diz-presidente-da-fapesp.shtml
>
> 2016-09-16 7:05 GMT-03:00 Francisco Cribari <cribari em de.ufpe.br>:
>
>> Folha de São Paulo, 16 de setembro de 2016 - EDITORIAL
>>
>> EDITORIAL
>> Ciência de resultados
>>
>> O físico José Goldemberg, presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do
>> Estado de São Paulo (Fapesp), muito tem contribuído para a ciência
>> brasileira, tanto por sua produção especializada quanto pela franqueza de
>> seus diagnósticos sobre o setor.
>>
>> Nos anos 1980, quando foi reitor da USP, deu curso a processos de
>> avaliação hoje corriqueiros, mas que na época enfrentavam resistência —como
>> no episódio da publicação, por esta Folha, da célebre "lista dos
>> improdutivos", em 1988.
>>
>> Consolidou-se, então, a noção de que o financiamento da pesquisa com
>> recursos públicos deve guiar-se por parâmetros de mérito e desempenho. A
>> Fapesp, nesse processo, ocupou uma posição exemplar.
>>
>> Hoje na presidência da fundação, Goldemberg mostra preocupação com o
>> estado da pesquisa. Em entrevista à *Folha* publicada na quarta-feira (14)
>> <http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2016/09/1813080-ciencia-tem-que-ter-criterios-mais-rigidos-diz-presidente-da-fapesp.shtml>,
>> o físico atenta para a necessidade de tornar mais rígidos os critérios de
>> avaliação.
>>
>> Um de seus alvos são as teses de doutorado. O dirigente considera
>> excessivo o prazo de quatro anos das bolsas correspondentes, pois não há
>> incentivo para completar o trabalho em menos tempo.
>>
>> Ademais, a existência em instituições como a USP de apenas dois conceitos
>> —aprovado ou reprovado— e de relações pessoais entre avaliadores e
>> avaliados na banca examinadora tende à chancela de todas as pesquisas,
>> mesmo das que não são merecedoras.
>>
>> Não espanta, assim, que a produção científica brasileira tenha baixo
>> impacto internacional. Os 639,5 mil estudos nacionais publicados em
>> periódicos de renome de 1996 a 2015 angariaram em média 8,96 citações por
>> artigo (contra as 21,66 de uma potência como os EUA, com seus 8,45 milhões
>> de trabalhos no período).
>>
>> O Brasil tem relativamente poucos pesquisadores, 698 por milhão de
>> habitantes —nos EUA são 4.018 por milhão. Investe, contudo, 1,2% de seu PIB
>> em pesquisa.
>>
>> É o maior percentual na América Latina, cifra igual à da Espanha, com suas
>> 14,16 citações por artigo, e o triplo do que despende o Chile (0,4%), que
>> consegue média de 11,82 menções por trabalho.
>>
>> A ciência brasileira não faz má figura no panorama internacional, mas
>> deveria entregar resultado mais condizente com a parcela da riqueza que
>> consome.
>>
>>
>>
>>
>>
>>
>> _______________________________________________
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