[ABE-L] Deu na Folha de São Paulo

Francisco Cribari cribari em de.ufpe.br
Seg Set 19 05:53:40 -03 2016


Folha de São Paulo, 19 de setembro de 2016

USP perde a liderança das universidades para a UFRJ

*SABINE RIGHETTI*
COLABORAÇÃO PARA A *FOLHA*

Pela primeira vez desde que o RUF (Ranking Universitário*Folha*) foi
criado, a USP perde a liderança na lista de universidades brasileiras e
também na de cursos.

O ranking, que existe há cinco anos, classifica nesta edição 195
universidades, identificadas por Estado, natureza administrativa, tamanho e
idade. O caderno traz também 40 rankings das instituições de ensino
superior com os cursos de maior demanda nacional, como por exemplo medicina
e design.

Com 97,46 pontos –0,43 a mais que a USP–, a UFRJ (Universidade Federal do
Rio de Janeiro) ultrapassa a estadual paulista na avaliação de
universidades.

O RUF é calculado a partir de cinco indicadores: pesquisa, ensino, mercado,
inovação e internacionalização (veja gráfico ao lado).

A USP zera em um dos componentes do indicador do ensino que vale quatro
pontos, e que se baseia na nota do Enade (Exame Nacional de Desempenho de
Estudantes). A universidade não participa da prova.

Se tivesse a mesma nota da UFRJ (3,17) no Enade, a USP voltaria ao topo do
ranking.

Neste ano, a USP ocupa o 1º lugar apenas em nove das 40 carreiras avaliadas
–contra 29 do ano passado.

A Unicamp é campeã nos rankings de cursos, à frente de 14 deles. A única
universidade particular em 1º lugar em um curso, o de moda, é a Anhembi
Morumbi (SP).

O RUF mudou o cálculo dos indicadores de mercado e de ensino. Agora, são
usadas pesquisas de opinião com empregadores e docentes feitas pelo
Datafolha nos últimos três anos.


Universidades dos grandes grupos perdem posições na lista

*PAULO SALDAÑA*
DE SÃO PAULO

Beneficiados por uma ampliação de seus lucros no últimos anos, e envolvidos
em um movimento de fusões, os grandes grupos educacionais de capital aberto
não têm universidades colocadas entre as melhores do RUF 2016.

Das oito instituições de ensino ligadas aos conglomerados com ações na
Bolsa, sete caíram no ranking de 2016. São quatro os gigantes educacionais
com capital aberto: Anima, Estácio, Kroton e Ser.

Juntos, eles concentram 30% dos alunos do ensino superior privado do país
(quando somadas todas as instituições dos grupos, não só as universidades
citadas aqui).

Especialistas questionam se essa concentração é benéfica para a qualidade.

A única universidade entre as oito a melhorar a sua classificação foi a UNG
(Universidade de Guarulhos), da Grande São Paulo. Ainda assim, ela fica
fora do top 100.

Comprada em 2014 pelo grupo Ser, a instituição passou de 129ª para 127ª. Em
2014, antes da fusão, ela ocupava a 90ª posição.

A UNG foi a única a não sofrer queda no indicador de pesquisa. Nas outras
universidades, a piora nesse quesito foi o que mais pesou para o desempenho
negativo.

A mais bem colocada desse grupo é a Estácio de Sá, do Rio de Janeiro, que
está na 80ª posição. Mas ela também caiu: era a 77ª em 2015.

A paulista São Judas Tadeu teve queda pelo segundo ano, ficando em 136ª. A
instituição é da Anima desde 2014.

As quatro universidades da Kroton perderam posições. A Uniderp
(Universidade Anhanguera), do Mato Grosso do Sul, teve o maior descenso
entre todas as particulares do país. Após cair 37 posições, ficou em 169ª.
Piorou em pesquisa e ensino.

Unopar, Unic Pitágoras e Unian são as outras do grupo, todas com oscilações
negativas. A Unian resultou da junção entre Uniban e UniABC, cujos dados
foram agregados. No RUF, foi comparada com a Uniban, por ter o mesmo
registro no MEC.

Maior grupo privado de ensino superior do país, com 1 milhão de alunos, a
Kroton comprou a Estácio em julho. Falta a aprovação do Cade (Conselho
Administrativo de Defesa Econômica), que avalia concentração de mercado.

O consultor em ensino superior Carlos Monteiro diz que os grupos atuam
direcionados à educação de massa, com base em referenciais mínimos de
qualidade. "As empresas se tornam maiores e acabam cobradas por não terem
suas ilhas de excelência", diz. "Essas ilhas vão ser calcadas em
universidades com a trilogia de ensino, pesquisa e extensão."

Para Wilson de Almeida, da Universidade Federal do ABC, a política de
redução de despesas é o mais grave. "Na Bolsa, elas precisam de resultados
no curtíssimo prazo, o que diverge da busca de qualidade na educação", diz.

De 2011 a 2015, a receita bruta dos grupos cresceu 328%. Já o gasto com
docentes caiu de 40% para 37%, segundo estudo do professor Oscar Malvessi,
da FGV (Fundação Getúlio Vargas).

Parte do lucro vem do programa de financiamento estudantil federal, o Fies.
Até 2014, os grupos detinham 23% de todos os contratos do país. O Fies
possibilitou a redução da inadimplência e o aumento das mensalidades.

*OUTRO LADO*

Kroton, Ser e Estácio afirmam que as instituições adquiridas melhoraram nas
avaliações do MEC. E que estão ampliando os investimentos em tecnologia
para alunos e professores.

A Estácio diz se orgulhar de "apresentar melhorias constantes" nos últimos
anos. Para a Kroton, o desafio é um ensino "que garanta a empregabilidade."

Melhoria do corpo docente e modernização de laboratórios são ações
elencadas pela Ser que permitiram avançar na qualidade. A Anima não
respondeu.


Universidades estaduais de SP concentram pesquisa no país

*REINALDO JOSÉ LOPES*
COLABORAÇÃO PARA A *FOLHA*

Apesar de anos de esforços relativamente bem sucedidos para descentralizar
o ensino superior e a pesquisa no Brasil, as universidades estaduais
paulistas ainda respondem por cerca de um terço de todos os artigos
científicos produzidos no país.

Os dados obtidos pelo Ranking Universitário Folha indicam que, além desse
predomínio quantitativo, a USP, a Unicamp e a Unesp se destacam ainda pela
diversidade de sua rede de colaboradores, tanto no Brasil quanto no
exterior.

Segundo a base de dados Web of Science, pesquisadores brasileiros
publicaram quase 90 mil artigos científicos entre 2012 e 2013. Desses, 33%
tinham ao menos um autor associado às universidades estaduais de São Paulo.

AS DEZ MAIS PRODUTIVAS - Números de artigos científicos publicados por
docentes em dois anos*

O peso dessas instituições para o impacto da pesquisa nacional (medido
pelas citações de cada artigo feitas nas pesquisas publicadas
posteriormente) também é significativo. Em 2014, cada artigo brasileiro
publicado no biênio anterior foi citado, em média, pouco mais de 1,62 vez.
Quando as pesquisas com autores da USP, da Unesp e da Unicamp são retiradas
da lista, a média de citações por artigo cai para 1,47.

A comparação das estaduais paulistas com outras universidades do topo do
ranking nacional, como a UFRJ, a UFMG e a UFRGS, revela outro padrão
interessante.

Cerca de 10% das publicações com participação dessas instituições federais
(número que varia entre 12,59%, no caso da UFRJ, e 9,04%, no da UFRGS)
incluem colaborações com a USP, a Unesp e a Unicamp. Já o percentual somado
de colaborações das estaduais paulistas com as grandes universidades
federais é mais ou menos a metade disso (entre 6,83% para a UFRJ e 4,28%
para a UFRGS).

O levantamento dos dados de impacto foi feito pelo pesquisador em ciência
da informação Estêvão Gamba, consultor do RUF.

*PÓS-GRADUAÇÃO*

Para a química Maysa Furlan, pró-reitora interina de pesquisa da Unesp, o
peso das universidades paulistas tem relação estreita com a consolidação do
sistema de pós-graduação. "Em número de cursos de pós-graduação, por
exemplo, a Unesp é hoje a segunda do país."

Furlan argumenta que, ao atrair estudantes do país todo para seus programas
de mestrado e doutorado, as instituições de São Paulo naturalmente
estabelecem uma rede nacional de parcerias.

Segundo Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp (órgão
estadual de fomento à pesquisa em São Paulo), as universidades paulistas
também têm intensificado a colaboração com grupos do exterior ao longo
desta década. Hoje, entre 30% e 40% dos estudos assinados por pesquisadores
das três universidades têm ao menos um autor estrangeiro.

A colaboração com grupos do exterior, segundo Brito Cruz, amplia o impacto
dos artigos científicos paulistas tanto pelo avanço na qualidade quanto
pela visibilidade.


Formação de cientistas ainda é restrita a poucas instituições

DE SÃO PAULO

A ciência brasileira é desenvolvida sobretudo dentro das universidades. Mas
se todas dividem a responsabilidade de fazer o conhecimento avançar,
algumas são bem mais produtivas que outras.

Apenas 20 das 195 universidades do país têm mais de um artigo científico
publicado por docente a cada dois anos, considerando a base de artigos
científicos Web of Science e o SciELO. Em geral, são trabalhos em português.

Na Unicamp, primeiro lugar do ranking, cada professor publicou, na média,
quase um artigo por ano –foram 3,76 por docente entre 2012 e 2013. A
instituição investe na base, mantendo programas de iniciação científica
para os alunos de graduação e projetos de férias para os de ensino
fundamental e médio.

A Unicamp dá um apoio específico aos docentes recém-contratados.
"Fortalecemos o jovem pesquisador com uma bolsa enxoval [de até R$ 15 mil],
que vai ajudá-lo a construir sua linha de pesquisa", diz Glaucia Maria
Pastore, pró-reitora de pesquisa.

AS DEZ MAIS PRODUTIVAS - Números de artigos científicos publicados por
docentes em dois anos*

Líder de um laboratório de química de renome internacional, Marcos Eberlin
começou sua carreira de pesquisador há mais de 30 anos, na graduação, e
continua fazendo pesquisas na Unicamp.

O diferencial, diz, é criar uma cultura para formar cientistas. "O aluno é
mais do que alguém que vai operar um equipamento. Formo pesquisadores, não
técnicos".

Fora de São Paulo, a instituição mais produtiva é a Ufla (Universidade
Federal de Lavras), de Minas Gerais. O reitor, José Roberto Scolforo, conta
que nos anos de 1970 todos os docentes ganharam bolsas para se titularem
fora do país. "Aproveitando os que voltaram, a universidade começou um
ousado programa de pós-graduação."

Hoje, cada docente recebe R$ 3.000 ao ano para fazer uma versão de artigos
para o inglês. E quem publica em revistas de alto impacto ganha uma verba
para congressos ou compra de materiais.

Mas, mesmo entre as 20 universidades que mais produzem no Brasil, ainda há
pouco destaque lá fora. "Tivemos um crescimento grande nas boas
universidades, de 40% a 50%. Mas quem já estava avançado no mundo também
cresceu. Não nos destacamos", diz Rogério Meneghini, co-criador do projeto
SciELO e consultor do RUF.

*IRRELEVANTE*

Na prática, a pesquisa em algumas instituições particulares é quase
irrelevante.

Na PUC-RJ, a particular mais produtiva, as pesquisas trazem recursos
financeiros à instituição. "Mais de 50% do nosso orçamento vem de projetos
de pesquisa, feitos por convênios", diz o vice-reitor José Ricardo Bergmann.

A opção por convênios, porém, faz com que alguns resultados sejam sigilosos.

Na ponta de baixo, das mais improdutivas, há instituições de grande porte,
como a Anhembi Morumbi (média de 0,01 artigo por docente em dois anos),
Braz Cubas (0,02) e Unip (0,03).

O levantamento dos dados de impacto foi feito pelo pesquisador em ciência
da informação Estêvão Gamba, consultor do RUF.

A Anhembi Morumbi não quis comentar. A Braz Cubas informou que mantém oito
grupos de pesquisas registrados pelo CNPq e mais de 50 grupos de Iniciação
Científica, com bolsistas custeados pela própria universidade.

A Unip diz manter com recursos próprios o Laboratório de Extração do Núcleo
de Pesquisas em Biodiversidade na Amazônia, inaugurado em 1996 sob a
coordenação do médico Drauzio Varella.


Melhor do país em avaliações no exterior, USP reorganiza contas

*PAULO SALDAÑA*

DE SÃO PAULO
*SABINE RIGHETTI*
COLABORAÇÃO PARA A *FOLHA*

Líder brasileira nos principais rankings globais e latino-americanos de
universidades como o THE (Times Higher Education) e o Ranking de Xangai, a
USP, maior universidade brasileira, está reconstruindo suas contas depois
de –talvez– a maior crise financeira de sua história.

Em 2013, o gasto da USP com salários chegou a 106% dos repasses do Estado
(o limite legal é 75%) -as contas foram reprovadas por irregularidades pelo
TCE (Tribunal de Contas do Estado).

Para manter a engrenagem funcionando, a universidade recorreu à sua
poupança.

O atual reitor Marco Antonio Zago, que assumiu em 2014, diz que a USP até
que respira bem, comparada a outras universidades, especialmente as
federais.

USP em número de vagas - Maior universidade brasileira mais do que dobrou o
número de vagas em dez anos

"A situação orçamentária da USP, apesar de difícil, é uma das melhores do
país. As três estaduais paulistas [USP, Unesp e Unicamp] são as únicas que
têm de fato autonomia de gestão de recursos."

"Encontramos um problema de gestão dos recursos, em 2014, que está
completamente superado." A USP, porém, deve fechar o ano com 97% do seu
orçamento comprometido com o pessoal.

Figura bem vista no meio acadêmico, Zago agiu com mãos de ferro: congelou
contratações e obras e fez um plano de demissão voluntária.

Para o ex-reitor da USP José Goldemberg, hoje presidente da Fapesp
(Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo), a universidade conseguiu
consolidar uma estrutura que lhe garantiu enfrentar a crise. "Com todos os
problemas que tem enfrentado, a qualidade da atividade científica não tem
caído", diz.

É a USP que lidera o indicador que avalia a qualidade da pesquisa
científica das universidades no RUF, seguida da Unicamp e da UFRJ.

Está em 8º lugar, no entanto, no indicador de ensino que, dentre outros
componentes, baseia-se na nota das universidades no Enade. Como não faz a
prova oficial do MEC, considerada pelo RUF desde 2013, a USP zera nesse
ponto.

A universidade paulista melhorou só 0,09 ponto em relação a 2015. A UFRJ
subiu 0,72 ponto -conquistados especialmente no indicador que avalia o
ensino no RUF.

Se tirasse a nota média (2,51 pontos) no Enade, a USP voltaria ao 1º lugar.

A USP também perdeu a liderança nos rankings de cursos do RUF. Ocupa o 1º
lugar em nove carreiras, como jornalismo e relações internacionais –contra
29 em 2015.

A pontuação da USP nos cursos tem se mantido estável, enquanto as outras
melhoram. Em medicina, por exemplo, a USP mantém os pontos de 2015; já a
Unifesp sobe em um dos indicadores (ensino) de 19,44 para 34,22 pontos e
assume a liderança.

Já em engenharia mecânica, em que a Unicamp sobe do 3º para 1º lugar, a
USP, que era líder em 2015, perde 0,03 ponto em ensino, enquanto a Unicamp
melhora 3,91.

*USP EM NÚMEROS*

*59.081* alunos de graduação
*300* cursos de graduação
*6.090* professores
*17.199* funcionários
*R$ 6 milhões* : gasto mensal com salários acima do permitido em 2015


Amazonas concilia avanço em pesquisa e aula para índios




*PAULO SALDAÑA*
ENVIADO ESPECIAL A TABATINGA E MANAUS (AM)


É na língua ticuna que os alunos do curso de agroecologia da UEA
(Universidade do Estado do Amazonas) da comunidade Umariaçu, em Tabatinga,
apresentavam um trabalho da disciplina desenvolvimento rural, do 2º ano, no
fim do mês passado.

O curso foi criado em 2014 para os indígenas. O pedido veio dos caciques
como tentativa de enfrentar a situação cada vez mais grave de alcoolismo,
violência e casos de suicídio entre os ticunas.

Para a maioria da turma, o curso é o caminho para melhorar a vida da
comunidade. "Meu sonho depois é fazer uma organização ou fundação, de
agricultores indígenas e não indígenas, para dar orientação, ensinar como
trabalhar melhor a terra", explica uma das alunas, a indígena Sara del
Aguila, 18. A língua padrão por ali é o ticuna, mas todos falam português.

Uma estrada de terra de 6,7 km separa Umariaçu do centro de Tabatinga,
cidade do Amazonas na fronteira com a Colômbia e o Peru. Os quase 6.000
indígenas vivem em casas de madeira e alvenaria à beira do rio Solimões.

"O álcool, a violência e a falta de oportunidades são os problemas maiores,
mas muitos jovens daqui têm seu sonho", diz Deoclesio Ruiz, 25, que
pretende reforçar a roça da família após a graduação.

A UEA nasceu em 2001 já com o desafio de atuar em um Estado em que parte da
população está isolada pela floresta. Muitos locais têm acesso apenas por
rios.

A universidade foi a que mais cresceu no RUF 2016 na região Norte do país.
Subiu 18 posições e voltou ao grupo das cem primeiras, que ocupava em 2014
–hoje ela é 91ª.

Com exceção do critério de inovação, a UEA melhorou em todos os indicadores
que compõem o ranking. Mas o que mais colaborou para o resultado foi o
avanço nos índices de ensino e pesquisa.

*DESAFIOS*

Tabatinga é um dos 13 municípios com unidades fixas da UEA. As aulas para
os indígenas são dadas em uma sala emprestada pelo Exército enquanto um
prédio dentro da comunidade não é liberado -falta energia elétrica.

Dificuldades logísticas que envolvem, por exemplo, permanência de
professores em cidades afastadas e sinal de internet compõem um cenário
adverso para a atividade acadêmica. "Temos uma realidade única, é como se
não fosse o Brasil", diz o reitor, Cleinaldo de Almeida Costa.

Ser avaliado com a mesma régua de uma USP, por exemplo, incomoda a
reitoria. Mas, segundo Costa, as condições estão dadas.

"Sem laboratórios e uma rede de conexões de pesquisa, não tenho como
produzir ciência. Precisamos de parcerias. Sem diálogo, vamos levar 200
anos para avançar."

Um laboratório de desenvolvimento de aplicativos criado em 2014 em parceria
com a Samsung, em Manaus, possibilitou que 20 mil alunos e visitantes se
formassem em cursos rápidos, a maioria de capacitação. A partir dessa
iniciativa também surgiu uma graduação e uma especialização em jogos
digitais.

A UEA já formou 40 mil alunos de graduação, sendo 864 indígenas. Na pós,
foram 978 mestres e doutores.

O curso de agroecologia dos indígenas é presencial. Mas a instituição
aposta num modelo mediado por tecnologia: as aulas, feitas de um estúdio em
Manaus, são transmitidas ao vivo para o interior. No outro lado, um
professor tutor acompanha as atividades e as turmas podem interagir,
fazendo perguntas por chat ou vídeo.

Em 2015, praticamente metade dos formados cursou esse tipo de graduação.

Financiada com 1% da receita do polo industrial de Manaus, a UEA tem
orçamento estimado neste ano de R$ 400 milhões. Com a crise, o repasse deve
ser 25% menor, calcula o reitor.


Federal do Pará oferece aula de língua indígena para docentes

*SABINE RIGHETTI*
COLABORAÇÃO PARA A *FOLHA*


Localizada na floresta amazônica e no 154º lugar do RUF 2016, a Ufopa
(Universidade Federal do Oeste do Pará) tem um desafio institucional:
garantir o ingresso e a manutenção dos povos da região entre seus alunos.

Criada em 2009, a universidade tem 6.591 estudantes, dos quais 95 são
quilombolas e 240 são indígenas que falam, ao todo, 13 línguas.

Para facilitar a integração, quem dá aula na Ufopa é convidado a aprender
nheengatu, uma das línguas mais comuns dos povos indígenas.

A maioria dos docentes –hoje são 384– vem de longe.

São frequentes os pedidos de redistribuição para lugares mais próximos dos
familiares, segundo a reitora Raimunda Nonato. "Mas também são muitos que
consideram relevante a atuação científica no coração da Amazônia."

Mais do que falta de recursos, a universidade, segundo a reitora, sofre com
a falta de condições para implementar projetos com o que recebe.

Desde que foi criada, a Ufopa executou cerca de R$ 180 milhões em obras,
veículos e equipamentos. Poderia ter investido quase o dobro. O dinheiro
voltou aos cofres.

"Um dos grandes desafios das instituições de ensino superior do Norte é a
carência de empresas especializadas em projetos e execução de obras no
interior."

*BARCO E AVIÃO*

A universidade, com sede em Santarém, tem seis campi floresta adentro. Para
ter uma ideia, não é possível chegar a boa parte deles por via terrestre.
Os recursos mais usados são os barcos, que viajam pelas "estradas do Norte"
(os rios), como diz a reitora. Dependendo da época do ano, porém, nem o
barco resolve: é preciso avião.

"Já houve vezes em que ficamos sem contato telefônico, mas são dificuldades
que vão sendo superadas."

Para Nonato, um dos maiores objetivos hoje é pós-graduar indígenas e
quilombolas, para que sejam futuros professores e gestores. "Eles vão
consolidar a Ufopa como uma universidade que representa a diversidade
regional e nacional."


Cursos de exatas mudam para tentar conter saída de alunos

*EVERTON LOPES BATISTA*
DE SÃO PAULO


Os cursos de exatas, responsáveis pela formação de engenheiros, de
cientistas e de professores de ciências, perdem alunos enquanto se agrava a
falta de profissionais dessas áreas no mercado.

No curso de física da UFMG, por exemplo, o 4º melhor do país no RUF 2016,
35% dos alunos desistem. E não é por falta de demanda: auditoria do TCU
(Tribunal de Contas da União), feita em 2013, apontou deficit de 10 mil
professores de física para o ensino básico no país.

A graduação em matemática computacional da mesma universidade –que também
ocupa o 4º lugar na carreira "matemática" no RUF 2016– tem evasão de 38%.

A falta de preparo para as matérias de matemática da graduação, como o
cálculo diferencial e integral, leva a muitas reprovações. Isso desmotiva o
aluno e, segundo professores, é um dos principais motivos do abandono.

CIÊNCIA ÚTIL - Exatas, agro e saúde concentram a maior quantidade de
estudos feitos no país

"A dificuldade com as matérias de exatas causa alta evasão logo nos dois
primeiros anos do curso", conta Simone de Souza, presidente da Comissão de
Graduação do ICMC (Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação), da
USP São Carlos.

O bacharelado em matemática aplicada e computação científica do ICMC –que
lidera a carreira "matemática" no país–, perdeu 48% de seus alunos entre
2000 e 2015, segundo a instituição.

O curso de matemática da mesma universidade teve evasão de 38%.

Esses números estão acima da média de desistência na USP, se considerados
todos os cursos, que é de 20%.

*REAÇÃO*

Souza afirma que a instituição adotou algumas estratégias e dados de 2015
mostram queda média na evasão de cerca de 15% no ICMC, que ainda oferece os
cursos de ciências e engenharia da computação, estatística e sistemas de
informação.

Uma das ações foi a inserção de disciplinas de direcionamento acadêmico no
início da graduação. O objetivo é fazer com que os alunos conheçam o curso
e o mercado de trabalho para conduzirem seu currículo com mais autonomia.

O instituto também promove palestras e visitas com alunos do ensino médio.

Luciano Antonio Digiampietri, professor do curso de sistemas de informação
na USP Leste –3º do país na área de "computação"–, realizou, com outros
docentes da instituição, um levantamento estatístico com mais de mil
históricos de graduandos do curso para rastrear, por exemplo, as matérias
de maior dificuldade e em que momento o abandono era mais comum.

"Mudanças simples, como fazer com que o aluno curse antes uma matéria que
serve de suporte para outra mais difícil, já reduzem as reprovações", diz o
professor.

Digiampietri estima queda de cerca de 20% na evasão desde que medidas foram
adotadas há três anos.

A criação de competições de programação para alunos ingressantes foi outra
maneira encontrada para conter as desistências. "Isso integra o estudante,
tornando-o parte da universidade e diminui a chance de ele ir embora."


Instituições e empresas formam sob medida quem não acham no mercado

*SABINE RIGHETTI*
COLABORAÇÃO PARA A *FOLHA*


A falta de profissionais ou de qualificações específicas tem feito com que
empresas e instituições abram seus próprios cursos de graduação.

O objetivo, segundo os coordenadores das iniciativas, é formar
profissionais para o mercado e, de quebra, preencher suas próprias vagas
com egressos dos cursos.

O Sesi (Serviço Social da Indústria) paulista é uma das instituições que
aderem agora à proposta: está com inscrições abertas para sua primeira
graduação, de formação de professores.

De acordo com o diretor da Faculdade Sesi-SP, Cesar Callegari, a ideia é
oferecer um currículo que repare as principais falhas detectadas pelo Sesi
ao contratar professores. A graduação, por exemplo, será mais prática que
de costume, com residência desde o primeiro ano da faculdade.

Os professores formados por lá poderão ocupar vagas no quadro do próprio
Sesi, "automaticamente".

Para quem perde anualmente cerca de 5% dos seus 5.000 professores, a
iniciativa pode ser uma boa saída.

O Sesi-SP tem forte inspiração no hospital Albert Einstein, que há quase 30
anos oferece um curso de graduação em enfermagem.

Porque é pouco conhecido no mercado –justamente por empregar, no próprio
Einstein, quase todos os seus ex-alunos–, o curso perde pontos na avaliação
do RUF.

No ranking geral de enfermagem, o Einstein está em 56º lugar. Mas, se
levado em conta apenas o indicador do ranking calculado a partir da nota do
Enade, sobe para 20º.

Neste ano, a faculdade deu um passo mais ousado com a implementação da
graduação em medicina. A ação começou com processo seletivo que teve até
entrevistas.

"Queremos um médico que saiba trabalhar em equipe e de maneira
multidisciplinar", afirma Alexandre Holthausen, diretor da Faculdade de
Ciências da Saúde Albert Einstein.

Na mesma linha tem trabalhado a Faculdade Cultura Inglesa, que forma em
2017 a sua primeira turma de professores de língua inglesa. O programa
surgiu por demanda da própria instituição.

"Os professores que chegam não têm mais a mesma qualidade", afirma Lizika
Goldchleger, gerente executiva da instituição. A Cultura teve de dobrar a
quantidade de horas do curso de treinamento dos novos professores.

O deficit surge na didática, no conhecimento da língua inglesa e nas
capacidades "não cognitivas", como resolver conflitos na sala de aula.


Exame oficial do MEC é controverso, afirma reitor da USP

*SABINE RIGHETTI*
COLABORAÇÃO PARA A *FOLHA*


Única universidade do país fora da avaliação de graduados oficial do MEC, o
Enade, a USP afirmou que não deve participar do exame tão cedo.

Após um ensaio para entrar na prova, feito pela gestão anterior, de João
Grandino Rodas (2010-2013), o atual reitor da USP, Marco Antonio Zago,
anunciou que deve manter a USP de fora.

"O Enade é uma prova tecnicamente controversa. Os defeitos da prova já
foram amplamente analisados no conselho da graduação [da universidade]",
diz Zago.

Desde sua 2ª edição, o RUF conta a nota das universidades no Enade em um
dos componentes do indicador que avalia qualidade de ensino, que vale
quatro pontos. A USP zera nesse indicador.

Se tivesse os mesmos pontos da 1ª colocada do ranking no quesito do Enade
no RUF –ou se tivesse a média nacional no exame–, a USP lideraria a
listagem da *Folha*.

"O que a USP ganha ou perde ao participar do Enade? Nada. Não dependemos
disso. É muito difícil convencer a universidade", diz o reitor.

Maria Inês Fini, presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), órgão federal responsável pelo
Enade, diz que, com o exame, as universidades prestam contas sobre o nível
de seu ensino. "A sociedade tem que conhecer o desempenho institucional e a
qualidade da formação dos nossos jovens."

A USP assinou um acordo com o MEC em 2013, a partir do qual criou um
projeto experimental para que seus alunos fizessem o Enade de forma
voluntária por três anos. A nota do exame, no entanto, não é divulgada.
A ideia de Rodas era possibilitar a comparação dos cursos da USP com outros
das demais universidades do país.

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*USP EM NÚMEROS*

*59.081* alunos de graduação
*300* cursos de graduação
*6.090* professores
*17.199* funcionários
*R$ 6 milhões* : gasto mensal com salários acima do permitido em 2015


Qualquer que seja o critério, EUA são os campeões em educação

*SABINE RIGHETTI*
COLABORAÇÃO PARA A *FOLHA*


As melhores universidades do mundo, de acordo com diferentes listagens,
estão nos Estados Unidos. Qual é a melhor do país? A resposta depende de
quem analisa.

A classificação de universidades mais famosa dos EUA, do jornal "U.S.News"
–que elaborou o primeiro ranking universitário do mundo, em 1983,– traz a
Princeton no topo da lista de 2015.

Nesse ranking, as universidades são avaliadas de acordo com aspectos como
evasão dos alunos, nota média dos alunos ingressantes nas provas nacionais
e salário dos docentes.

No ranking THE (Times Higher Education) de 2015, considerado o principal da
atualidade, a melhor universidade dos EUA -e do mundo- é a Caltech
(Instituto de Tecnologia da Califórnia).

Nessa avaliação, entram na conta indicadores que olham especialmente para a
produção científica das instituições –medido por meio da quantidade de
vezes que os estudos dos docentes da instituição são citados em outros
trabalhos.

A Harvard é a melhor dos EUA –e do mundo– no ranking global ARWU, conhecido
como Ranking de Xangai, espécie de concorrente chinês ao britânico THE.

Para os avaliadores chineses, universidades boas são as que têm docentes
com prêmio Nobel ou medalha Fields –o "Nobel da matemática"– e que publicam
artigos científicos na "Science" e na "Nature", periódicos de maior impacto
da atualidade.

Mas, em todos os rankings, Princeton, Harvard e Caltech estão no "top 10"
da lista.


Petróleo e ensino levam UFRJ ao primeiro lugar

A UFRJ (Universidade Federal do Rio do Janeiro) se tornou a melhor
universidade do Brasil, segundo o RUF. Entre as razões para a mudança de
posição estão o crescimento da área de petróleo na última década e a
diversificação no perfil do aluno.

Os problemas no setor de óleo e gás no país –área em que a universidade se
destaca– e os cortes de verba da instituição, porém, surgem como desafios
para que ela mantenha essa liderança nos próximos anos.

"A universidade está pulsando, ativa na produção de conhecimento, mas temos
preocupações com o orçamento que criam um ponto de interrogação
angustiante", diz o reitor Roberto Leher, no cargo desde 2015.

A nota da UFRJ cresceu de 96,74 em 2015 para 97,46 neste ano, o que a fez
ultrapassar a USP pela primeira vez e alcançar a liderança. É o segundo ano
consecutivo de crescimento da instituição, que em 2015 tomou o segundo
lugar da UFMG.

O avanço foi causado por uma alta na nota do Enade (exame federal do ensino
superior), principalmente em cursos de engenharia e nas licenciaturas.

POR DENTRO DA LÍDER - Vagas por ano*

Para a diretora da Faculdade de Educação da universidade, Carmen Teresa Le
Ravallec, esse resultado é reflexo de um trabalho interno de formação de
professores. "A gente encontrou um tom bacana para conversar sobre qual o
papel de uma universidade pública na formação. Isso se reflete em um ensino
de qualidade, que vai aparecendo nas avaliações."

Já a alta das engenharias tem ligação com o crescimento geral dessa área na
universidade a partir da descoberta do pré-sal, em 2006.

A UFRJ usou esse momento para financiar pesquisas, criar projetos e
fortalecer laboratórios na área de petróleo. Em especial, ganhou atenção o
Parque Tecnológico (que reúne centros de pesquisa de empresas privadas
dentro do campus) e a Coppe (Instituto Alberto Luiz Coimbra de
Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia).

*PRÉ-SAL*

Criada nos anos 1960 em parceria com a Petrobras e pioneira nos estudos de
óleo e gás no país, a Coppe é o principal centro de pesquisa da UFRJ. Em
seus mais de cem laboratórios há tanques que simulam o fundo do oceano,
supercomputadores e até um veículo que levita por meio de supercondutores.
Foi lá que parte da tecnologia que permitiu a extração de petróleo do
pré-sal foi desenvolvida.

"É fundamental que se tenha condições de juntar a formação acadêmica com a
parte tecnológica. E esses laboratórios permitem alavancar de forma
concreta essas atividades e o desenvolvimento de pesquisas", diz o
ex-reitor Carlos Levi, professor do curso de engenharia.

A meta agora é buscar outras áreas, para não ficar tão dependente de um só
setor, diz Carlos Watanabbe, diretor da Coppe. "Estamos com uma certa falta
de recurso na área de petróleo, mas esperamos que a recuperação seja
rápida. Queremos dar maior atenção ao setor elétrico, por exemplo", afirma
ele.

"Sabemos que existe uma situação grave no país, mas a pior forma de fazer
gestão em uma crise é desmontar os pilares do futuro", diz o atual reitor,
Leher.

Desde 2013, o orçamento da UFRJ para custeio e investimentos foi reduzido
em cerca de 40%.

*NOVO PERFIL*

Criada em 1935 como Universidade do Brasil, a UFRJ conta hoje com 43 mil
alunos em suas 52 unidades-a maior parte delas localizadas na Cidade
Universitária, campus, que fica na ilha do Fundão, zona norte do Rio.

Nos últimos anos, com a fixação de cotas para as universidades federais e o
uso de Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) como vestibular, o perfil do
estudante foi alterado. O número de alunos de fora do Rio, por exemplo,
cresceu de 1% para 20%.

"Isso é uma riqueza da universidade, temos que saber trabalhar isso, como
usar essa vantagem" diz Le Ravallec, da faculdade de educação.

Para Leher, é preciso garantir condições financeiras para que esse aluno
consiga estudar, pois os cortes no orçamento afetaram a verba disponível
para assistência estudantil.


Efeito dos cortes para pesquisas só deve aparecer daqui a alguns anos

*REINALDO JOSÉ LOPES*
COLABORAÇÃO PARA A *FOLHA*


Em meio à crise econômica, muitos pesquisadores têm conseguido tocar o dia
a dia de seus laboratórios com recursos obtidos em anos anteriores, mas é
difícil imaginar que eles conseguirão manter esse ritmo caso os severos
cortes de verbas para o setor continuem por mais tempo.

E o efeito negativo da diminuição de recursos hoje pode acabar aparecendo
apenas daqui a alguns anos.

"A palavra que resume a situação é ansiedade", diz Stevens Kastrup Rehen,
especialista em células-tronco do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ
e do Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino.

"Ainda estamos trabalhando basicamente com a 'gordura' de projetos
aprovados em 2014 e 2015. Temos tido um cuidado estressante para planejar
cada passo dos experimentos. Mas isso também interfere na criatividade:
você acaba evitando fazer aquele experimento mais ousado que poderia te dar
um resultado inovador e importante, porque tem mais risco de dar errado",
explica Rehen.

A situação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas é parecida, diz Ronald
Cintra Shellard, diretor do órgão. "A gente tem a inércia propiciada pelos
recursos recebidos no passado e consegue se segurar um tempo. O impacto vem
a longo prazo –você vai acabar pagando caríssimo amanhã", diz Shellard.

O bioquímico Hernan Chaimovich Guralnik, presidente do CNPq (principal
agência federal de fomento à pesquisa), afirma que um possível sinal do
impacto da crise aparece em algumas das bases de dados que indexam artigos
publicados em revistas científicas internacionais.

"De 2014 para 2015, dependendo da base, há uma diminuição no ritmo do
crescimento das publicações nacionais, mas não uma diminuição no número
absoluto", diz ele. Segundo o presidente do CNPq, dois fatores que podem se
refletir numa queda da produção científica daqui a alguns anos são o ritmo
da formação de novos doutores e parcerias internacionais.

Jovens pesquisadores que estão concluindo seu doutorado neste ano, por
exemplo, ainda podem contar com as bolsas aprovadas no começo da década,
enquanto a chance de que um recém-formado seja contemplado com a mesma
bolsa hoje é muito menor.

O CNPq cortou as bolsas de iniciação científica, incluindo graduação e
ensino médio, de 34 mil para 26 mil ao longo dos próximos dois anos. Além
disso, não tem concedido mais bolsas no exterior. "Isso afeta as
colaborações internacionais e o impacto das publicações brasileiras", diz
Guralnik.

O Orçamento do Ministério da Ciência é de R$ 4,1 bilhões –em valores
corrigidos, é 52% menor do que o de 2010.

Mesmo países com forte tradição de universidades e centros de pesquisa
privados, como os EUA, dependem de verbas públicas, que permitem a criação
de estratégias nacionais de longo prazo. "Esse não é só o modelo brasileiro
ou americano, é o terráqueo", brinca Rehen.
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