[ABE-L] Deu na Folha de São Paulo

gilberto sassi gpsassi em gmail.com
Sex Set 16 09:05:06 -03 2016


Bom dia,
Sem querer tirar o mérito científico do professor Goldemberg, mas ele fez o doutorado em cinco anos (começou em 1950 e terminou em 1954) na USP. A excessividade também se aplica a ele ou apenas aos alunos de doutorado de hoje? Acho um pouco incoerente ele pedir aos alunos de doutorado fazer algo (terminar em menos de 4 anos) que ele mesmo não fez.

Abraços,
Gilberto. 

    Em Sexta-feira, 16 de Setembro de 2016 7:07, Francisco Cribari <cribari em de.ufpe.br> escreveu:
 

 Folha de São Paulo, 16 de setembro de 2016 - EDITORIAL 
EDITORIAL
Ciência de resultados
O físico José Goldemberg, presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), muito tem contribuído para a ciência brasileira, tanto por sua produção especializada quanto pela franqueza de seus diagnósticos sobre o setor.Nos anos 1980, quando foi reitor da USP, deu curso a processos de avaliação hoje corriqueiros, mas que na época enfrentavam resistência —como no episódio da publicação, por esta Folha, da célebre "lista dos improdutivos", em 1988.Consolidou-se, então, a noção de que o financiamento da pesquisa com recursos públicos deve guiar-se por parâmetros de mérito e desempenho. A Fapesp, nesse processo, ocupou uma posição exemplar.Hoje na presidência da fundação, Goldemberg mostra preocupação com o estado da pesquisa. Em entrevista à Folha publicada na quarta-feira (14), o físico atenta para a necessidade de tornar mais rígidos os critérios de avaliação.Um de seus alvos são as teses de doutorado. O dirigente considera excessivo o prazo de quatro anos das bolsas correspondentes, pois não há incentivo para completar o trabalho em menos tempo.Ademais, a existência em instituições como a USP de apenas dois conceitos —aprovado ou reprovado— e de relações pessoais entre avaliadores e avaliados na banca examinadora tende à chancela de todas as pesquisas, mesmo das que não são merecedoras.Não espanta, assim, que a produção científica brasileira tenha baixo impacto internacional. Os 639,5 mil estudos nacionais publicados em periódicos de renome de 1996 a 2015 angariaram em média 8,96 citações por artigo (contra as 21,66 de uma potência como os EUA, com seus 8,45 milhões de trabalhos no período).O Brasil tem relativamente poucos pesquisadores, 698 por milhão de habitantes —nos EUA são 4.018 por milhão. Investe, contudo, 1,2% de seu PIB em pesquisa.É o maior percentual na América Latina, cifra igual à da Espanha, com suas 14,16 citações por artigo, e o triplo do que despende o Chile (0,4%), que consegue média de 11,82 menções por trabalho.A ciência brasileira não faz má figura no panorama internacional, mas deveria entregar resultado mais condizente com a parcela da riqueza que consome.





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