[ABE-L] Saudosismo e Inversão de Mérito

Basilio de Braganca Pereira basiliopereira em gmail.com
Qua Jul 4 20:48:59 -03 2018


Capes e Cnpq falando para a galera mencionam multidisciplinaridade , interdisciplinaridade e outros nomes atrativos e agradáveis.
Na hora que isso ocorre na prática e não na retórica e prejudica seus protegidos a coisa muda
Basilio

Enviado do meu iPhone

Em 4 de jul de 2018, à(s) 17:24, Julio Stern <jmstern em hotmail.com> escreveu:

> Caros Redistas: 
> 
> (1) Comparando comparacoes: 
> 
> <Entropy>, com a qual eu e o Carlinhos 
> colaboramos desde do inicio, aparece na   
> 
> 
> 
> > 4016 posicao, com fator de impacto 2.305 
> 
>   
> <Brazilian journal of probability and statistics>  aparece na 
>   
> > 9537 posicao, com fator de impacto 0.819
> 
> Pouco importa!  Os donos do Qualis torcem o narizinho
> 
> para a Entropy,  que eh classifica como B2  
> 
> e tem muito amor para dar aa Rebrape, que eh B1   
> 
> 
> A diferenca de B1 para B2 nas avaliacaos utilizadas 
> 
> pela CAPES e CNPq eh brutal, de modo que nao ha 
> 
> justificativa plausivel para tamanho disparate. 
> 
> 
> (2) Quanto ao arguento de que o QUALIS nao deve 
> 
> ser utilizado para avaliar pessoas e sim programas: 
> 
> 
> O argumento eh uma falacia obvia! 
> 
> > Por um lado, todo mundo eh estimulado pelas 
> 
> metricas de avaliacao a fazer exatamente isto; 
> 
> > Por outro lado, injusticas sao ``desculpadas'' automaticamente  
> 
> com a alugacao de erro de interpretacao. 
> 
> 
>  Mais do um afalacia, este ah um argumento de 
> 
> manipulacao, que eu considero profundamente desonesto. 
> 
> Tecnicamente este tipo de argumento manipulativo recebe o 
> nome do ``Double-Bind'' ,  e foi estudado em profundidade 
> 
> pelo antropologo e filosofo Gregory Bateson. 
> 
> 
> Da Wikipedia: 
> 
>  ``Double binds are often utilized as a form of control 
> without open coercion -- the use of confusion makes 
> them both difficult to respond to as well as to resist.'' 
> 
> Por Enquanto eh so, 
> 
> ---Julio Stern 
> 
>  
> 
> 
> From: abe <abe-bounces em lists.ime.usp.br> on behalf of Gauss Cordeiro por (abe) <abe em lists.ime.usp.br>
> Sent: Wednesday, July 4, 2018 6:23 PM
> To: Ângela Paes
> Cc: bessa mat; ABE Lista; lrfontes em usp.br
> Subject: Re: [ABE-L] Saudosismo e Inversão de Mérito
>  
> Caros,
> 
> Corroborando com o título do paper que a Ângela enviou (e que eu tb
> conhecia) segue
> em anexo uma classificação com os fatores de impacto de 12271
> periódicos num total de
> 265 páginas.
> 
> Para encontrar na lista, por exemplo, a Biometrika, esta aparece como
> o segundo periódico da página
> 128 na 5907a posição.
> 
> Sds,
> 
> Gauss
> 
> Em 4 de julho de 2018 14:18, Ângela Paes <atpaes em gmail.com> escreveu:
> > Essa discussão me fez lembrar de um artigo que li há muito tempo (em anexo).
> > É de 2009, mas vale...
> > Att,
> >
> > Ângela
> >
> > Em 2 de julho de 2018 20:29, Francisco Cribari por (abe)
> > <abe em lists.ime.usp.br> escreveu:
> >>
> >> Apenas corrigindo o fator de impacto da Mathematics and Computers in
> >> Simulation: IF=1.38. A revista tem classificação A2 na Computação e B2 na
> >> nossa área.
> >>
> >> [    ]'s FC
> >>
> >> 2018-07-02 19:46 GMT-03:00 Gauss Cordeiro por (abe)
> >> <abe em lists.ime.usp.br>:
> >>>
> >>> Caros,
> >>>
> >>> My two cents neste tema:
> >>>
> >>> Gostaria apenas de recordar que no passado o Qualis de cada área era
> >>> composto por 3 níveis A, B e C para classificar os periódicos e os
> >>> erros grosseiros
> >>> apontados pelo Francisco (e outros que sabemos) eram minimizados.
> >>>
> >>> Depois que adotaram 7 níveis (A1-A2, B1-B5), os erros grosseiros do
> >>> Qualis contrários a algumas subáreas da Estatística na CAPES
> >>> cresceram muito. Eu participei da última reunião da CAPES de
> >>> classificação dos programas da pós-graduação no ano passado e comentei
> >>> com alguns colegas presentes sobre inúmeros desses erros.
> >>>
> >>> O que observo ainda no macro é que existem conceitos de alguns
> >>> programas de pós-graduação de Estatística que estão subavaliados em
> >>> relação
> >>> a outros de áreas afins como, por exemplo,  Engenharia de Produção.
> >>>
> >>> Cordiais Saudações.
> >>>
> >>> Gauss
> >>>
> >>>
> >>>
> >>> Em 2 de julho de 2018 19:07, Francisco Cribari <cribari em gmail.com>
> >>> escreveu:
> >>> > 02/07/2018
> >>> >
> >>> > Caro Carlinhos,
> >>> >
> >>> > Eu servi recentemente como membro do CA-ME do CNPq. Não posso e não vou
> >>> > comentar sobre seu caso específico. Sua seriedade como pesquisador é
> >>> > amplamente conhecida e eu sempre nutri admiração e respeito por você
> >>> > enquanto profissional. Por outro lado, conheço as complexidades das
> >>> > avaliações feitas no âmbito do CNPq e a seriedade de todos os membros
> >>> > do
> >>> > CA-ME. Assim, nada posso comentar sobre o caso em pauta.
> >>> >
> >>> > Aproveitarei, todavia, sua mensagem para tocar num ponto sensível,
> >>> > crucial:
> >>> > O QUALIS é --- reconheçamos --- rotineiramente usado em avaliações
> >>> > individuais, inclusive naquelas feitas no âmbito do CNPq. É até mesmo
> >>> > usado
> >>> > por avaliadores ad hoc nos pareceres que elaboram para tal órgão de
> >>> > fomento.
> >>> > O CA-MA tipicamente conta com dois membros de nossa área (Probabilidade
> >>> > e
> >>> > Estatística) e com quantitativo consideravelmente superior de membros
> >>> > da
> >>> > Matemática. Quando um processo é analisado no CNPq, o sistema online
> >>> > disponível aos membros do comitê mostra uma listagem das publicações
> >>> > mais
> >>> > recentes do pesquisador solicitante juntamente com as classificações
> >>> > QUALIS
> >>> > de cada revista (e outras informações). Após me debruçar detidamente e
> >>> > ao
> >>> > longo dos últimos vários anos sobre o QUALIS, meu sentimento é que
> >>> > muitas
> >>> > revistas da nossa área (Probabilidade e Estatística, Estatística em
> >>> > especial) se encontram subclassificadas relativamente às da Matemática
> >>> > e da
> >>> > Matemática Aplicada. Obviamente, trata-se --- e é importante ressaltar
> >>> > ---
> >>> > de sentimento de cunho pessoal.
> >>> >
> >>> > Lembremos que há um QUALIS único para as revistas de: (i) Probabilidade
> >>> > e
> >>> > Estatística, (ii) Matemática Aplicada e (iii) Matemática. Contudo, os
> >>> > critérios usados por essas três áreas para qualificar as revistas que
> >>> > consideram ser de seu domínio ou em que pesquisadores de programas de
> >>> > pós-graduação daquela área publicaram são muito distintos. Suponha que
> >>> > o
> >>> > pesquisador X publicou na revista Y que ainda não está qualificada no
> >>> > QUALIS. Se tal pesquisador fizer parte do corpo docente de um programa
> >>> > de
> >>> > pós-graduação em Matemática Aplicada a revista receberá, de acordo com
> >>> > os
> >>> > critérios elencados, o conceito Z1; se o autor do artigo integrar um
> >>> > programa da Probabilidade e Estatística, o conceito será Z2. E nem
> >>> > sempre Z1
> >>> > é igual a Z2. Em geral, Z1 é diferente de Z2. Muitas vezes, Z1 é
> >>> > consideravelmente diferente de Z2. Isso é um problema? Creio que sim,
> >>> > pois o
> >>> > QUALIS é único para as três áreas e esperar-se-ia que quaisquer desvios
> >>> > de
> >>> > classificação, mesmo inevitáveis, fossem minimizados.
> >>> >
> >>> > Para piorar, há divergência entre os critérios divulgados publicamente
> >>> > como
> >>> > tendo sido usados para se chegar à classificação QUALIS e as
> >>> > classificações
> >>> > QUALIS efetivamente divulgadas. Aqui está um exercício interessante:
> >>> > Pegue
> >>> > os critérios divulgados pela CAPES para classificação de revistas em
> >>> > nossa
> >>> > área, pegue os indicadores bibliométricos das revistas da área e tente
> >>> > reproduzir a classificação QUALIS divulgada pela CAPES. Fica a
> >>> > sugestão.
> >>> >
> >>> > Outro problema é a volatilidade nas classificações. Os integrantes da
> >>> > comissão da CAPES que produzem a classificação de nossa área têm mudado
> >>> > constantemente (às vezes de ano para ano) e isso termina acarretando
> >>> > volatilidade apreciável. Recentemente, foram divulgados dois QUALIS de
> >>> > nossa
> >>> > área num intervalo, creio, de aproximadamente seis meses. Nominalmente,
> >>> > os
> >>> > critérios que deveriam ser usados para produzir as classificações não
> >>> > mudaram entre essas duas instâncias, mas houve considerável mudança nas
> >>> > classificações de nossas revistas. Eu imagino que seus indicadores não
> >>> > variaram substancialmente em meio ano. Pergunta: Por que então tantas
> >>> > classificações foram alteradas?
> >>> >
> >>> > Voltemos agora às classificações feitas segundo os critérios listados
> >>> > para:
> >>> > (i) Probabilidade e Estatística, (ii) Matemática Aplicada e (iii)
> >>> > Matemática. Na Matemática, noto, há revista com fator de impacto (FI)
> >>> > inferior a 0.7 que tem classificação A1 (para citar apenas um exemplo).
> >>> > E na
> >>> > nossa área? Tomemos alguns poucos casos:
> >>> >
> >>> > * Computational Statistics & Data Analysis: FI=1.69, classificação: B1
> >>> > * International Journal of Forecasting: FI=2.34, classificação: B2
> >>> > * Journal of Statistical Software: FI=9.91, classificação: B1
> >>> > * Mathematics and Computers in Simulation: FI=1.22, classificação: B2
> >>> >
> >>> > Alguém poderia desejar recorrer ao uso do indicador conhecido como
> >>> > "Article
> >>> > Influence" (AI) para justificar algumas aberrações identificadas, mas o
> >>> > AI
> >>> > do JSS é 4.70 (sim, quase cinco!), o do IFJ é 1.33, o do CSDA é 0.93 e
> >>> > assim
> >>> > por diante. Ademais, embora esse indicador seja relevante, há que se
> >>> > ter
> >>> > cuidado com seu uso em classificações de periódicos. Ele é fortemente
> >>> > bimodal e parece ser mais útil para ordenar e classificar apenas
> >>> > revistas do
> >>> > estrato mais superior de qualidade (como feito num artigo recentemente
> >>> > publicado sobre o tema em tela). Ele não deve ser usado cegamente.
> >>> >
> >>> > Algumas classificações de revistas da nossa área (Probabilidade e
> >>> > Estatística) têm sido fortemente pautadas no tempo mediano das citações
> >>> > ("Cited Half-Life", CHL). Eu concedo que esse indicador tem alguma
> >>> > relevância para revistas que publicam primordialmente artigos de
> >>> > Estatística
> >>> > Matemática, pois espera-se que novos resultados teóricos tenham
> >>> > perenidade
> >>> > temporal. Mas por que tal indicador é tão importante para artigos de
> >>> > Estatística Aplicada e para artigos de Estatística Computacional? É bom
> >>> > lembrar que a Estatística é uma área diversa. Assim, sustento que
> >>> > nenhum
> >>> > critério adotado deve punir certos aspectos de tal diversidade.
> >>> > Adicionalmente, a CHL pune severamente novas revistas, que ainda não
> >>> > conseguiram amealhar tempo mediano de citações elevado.
> >>> >
> >>> > Chegamos agora a um ponto delicado e relevante: Como tratar uma revista
> >>> > que
> >>> > se perceba ser de outra área? Pelo que entendo, nas classificações
> >>> > feitas
> >>> > segundo os critérios da Matemática Aplicada, boas revistas de alguma
> >>> > outra
> >>> > área não são duramente penalizadas nem há a imposição de que não podem
> >>> > integrar o estrato A do QUALIS. Na Probabilidade e Estatística,
> >>> > contudo,
> >>> > parece imperar outra valoração. (Lembremos que estamos classificando
> >>> > revistas, ou seja, estamos avaliando a qualidade de revistas, e não
> >>> > avaliando quanto uma publicação em uma dessas revistas deve contar numa
> >>> > avaliação de carreira de um pesquisador.) Há excelentes revistas em
> >>> > áreas
> >>> > afins e em outras áreas que devem, entendo, ser avaliadas segundo seu
> >>> > mérito. Tome, por exemplo, a PLoS ONE. Ela é A1 na Biotecnologia,
> >>> > Interdisciplinar, Odontologia, Psicologia, Saúde Coletiva, Sociologia e
> >>> > Zootecnia. É A2 na Física, Química, Economia e outras áreas. Nossa área
> >>> > a
> >>> > coloca como B1. O fator de impacto da PLoS ONE é 3.54 e seu article
> >>> > influence é 1.21. Será que uma revista com esses indicadores não
> >>> > deveria
> >>> > estar no estrato A do QUALIS (e.g., A2)?
> >>> >
> >>> > Tomo agora a liberdade de citar uma experiência pessoal. Publiquei três
> >>> > artigos de Estatística Aplicada numa revista de psicometria que é tida
> >>> > como
> >>> > a melhor do mundo para estudos relacionados a inteligência: a revista
> >>> > Intelligence da Elsevier. No ultimo artigo que lá publiquei tive que
> >>> > atravessar cinco rodadas de revisões com cinco pareceristas em cada. O
> >>> > fator
> >>> > de impacto da revista é 3.83 e seu article influence é 1.11. Embora
> >>> > comparações de fatores de impacto entre revistas de áreas distintas
> >>> > deva ser
> >>> > feito com cuidado, deve-se notar que: (i) em qualquer área uma revista
> >>> > que
> >>> > tem fator de impacto próximo de quatro é, provavelmente, uma revista de
> >>> > elite e (ii) o article influence permite, em boa medida, comparações
> >>> > entre
> >>> > revistas de áreas diferentes e aquelas que possuem AI superior a um são
> >>> > tipicamente revistas de elite. Pois bem, no nosso QUALIS tal revista
> >>> > figura
> >>> > como B1. Parece-me que tal classificação indica um viés contrário a
> >>> > revistas
> >>> > de outras áreas, mesmo aquelas de elite. Tanto quanto eu saiba, tal
> >>> > posicionamento inexiste na Matemática Aplicada. Dado que o QUALIS é
> >>> > único,
> >>> > essa divergência parece-me problemática.
> >>> >
> >>> > Para piorar as coisas, as revistas que integram o QUALIS são
> >>> > classificadas
> >>> > como sendo "core" (da área) e "não core" (de outras áreas) e isso
> >>> > parece ser
> >>> > feito sem muitos critérios. Por exemplo, se não me falha a memória, na
> >>> > última classificação QUALIS, o Journal of Forecasting e o International
> >>> > Journal of Forecasting, que são revistas de séries temporais (portanto,
> >>> > de
> >>> > Estatística), figuram como "não core".
> >>> >
> >>> > No final do período passado de classificações e após a divulgação do
> >>> > último
> >>> > QUALIS, o Programa de Pós-Graduação em Estatística da UFPE enviou um
> >>> > ofício
> >>> > ao Coordenador da Área de Matemática da CAPES apontando sérios erros e
> >>> > inconsistências de classificações de revistas (mesmo tomando-se como
> >>> > balizador os próprios critérios divulgados pela CAPES para tais
> >>> > classificações). Foi-nos prometida uma resposta, que nunca chegou.
> >>> > Conjecturo que não houve resposta porque não seria possível conciliar
> >>> > as
> >>> > classificações divulgadas com os critérios listados.
> >>> >
> >>> > Em suma:
> >>> >
> >>> > 1) O QUALIS da Matemática é construído a partir de critérios muitos
> >>> > díspares
> >>> > usados pela Matemática, pela Matemática Aplica e pela
> >>> > Probabilidade/Estatística.
> >>> > 2) Dados os critérios divulgados pela CAPES, não é possível reproduzir
> >>> > as
> >>> > classificações de muitas revistas constantes no QUALIS.
> >>> > 3) A classificação de diversas revistas da Probabilidade e Estatística
> >>> > me
> >>> > parece ser mais estrita, em teor relativo, com todos os mutatis
> >>> > mutandis
> >>> > pertinentes e com o data venia de praxe, do que classificações
> >>> > correspondentes de revistas da Matemática e da Matemática Aplicada.
> >>> > 4) Parece haver um viés contra revistas de outras áreas (mesmo aquelas
> >>> > de
> >>> > elite) nas classificações feitas no âmbito da
> >>> > Probabilidade/Estatística, mas
> >>> > não na Matemática Aplicada. Tais revistas não recebem, assim,
> >>> > tratamento
> >>> > uniforme.
> >>> >
> >>> > Ressalto que sei que a classificação QUALIS é feita por uma comissão
> >>> > única,
> >>> > mas noto novamente que há três conjuntos de critérios usados, que eles
> >>> > são
> >>> > díspares e que muitas classificações pontuais parecem a eles não
> >>> > obedecer.
> >>> >
> >>> > Para que essa longa mensagem não se encerre sem algum tonalidade
> >>> > propositiva, submeto que em minha opinião o critério que melhor serve
> >>> > de
> >>> > apoio à classificação das revistas de nossa área (Probabilidade e
> >>> > Estatística), em sua amplitude e diversidade, ainda é o fator de
> >>> > impacto.
> >>> > Como lidar com revistas de outras áreas dado que é sabido que pode
> >>> > haver
> >>> > disparidades nesse indicador entre áreas diferentes? Há formas de se
> >>> > lidar
> >>> > com isso com certa objetividade e sem penalizações discricionárias e
> >>> > injustificadas. Por exemplo, o fator de impacto de uma revista de outra
> >>> > área
> >>> > poderia ser multiplicado pelo article influente da revista (ou seja,
> >>> > poder-se-ia, para revistas de outras áreas tomar FI*AI ao invés de
> >>> > apenas
> >>> > FI). Se uma dada revista de outra área não for de elevada qualidade,
> >>> > mas
> >>> > possuir fator de impacto elevado, seu article influence será
> >>> > consideravelmente inferior a um e tal multiplicação (FI*AI) ofertaria
> >>> > uma
> >>> > penalização por qualidade. Revistas de outras áreas com fator de
> >>> > impacto
> >>> > alto e article influence elevado (i.e., revistas de elite) não seriam
> >>> > penalizadas.
> >>> >
> >>> > Por fim, ressalto que não critico o trabalho de qualquer comissão e que
> >>> > entendo as limitações que tais trabalhos usualmente ensejam. Eu mesmo
> >>> > já as
> >>> > enfrentei em dose maior do que gostaria. O importante é que, com o
> >>> > passar do
> >>> > tempo, aprendamos com eventuais erros cometidos e que busquemos
> >>> > aperfeiçoamento. Acho que tal aperfeiçoamento, em particular, é
> >>> > imperativo
> >>> > para a área de Probabilidade e Estatística no momento atual.
> >>> >
> >>> > Um abraço para você e saudações a todos os membros da ABE-L.
> >>> >
> >>> > Francisco Cribari Neto
> >>> > Departamento de Estatística
> >>> > Universidade Federal de Pernambuco
> >>> >
> >>> > cc: Prof. Luis Renato G. Fontes, membro do CA-MA do CNPq (área:
> >>> > Probabilidade e Estatística)
> >>> >     Profa. Nancy Lopes Garcia, membro do CA-MA do CNPq (área:
> >>> > Probabilidade
> >>> > e Estatística)
> >>> >     Prof. Gregório Pacelli F. Bessa, coordenador de área de Matemática
> >>> > da
> >>> > CAPES
> >>> >
> >>> > On Mon, Jul 2, 2018 at 12:13 PM Carlos Alberto de Bragança Pereira
> >>> > <cpereira em ime.usp.br> wrote:
> >>> >>
> >>> >>
> >>> >> Copio aos membros do CA do CNPq, rbras e abe. Cópia em pdf anexada.
> >>> >>
> >>> >>
> >>> >>
> >>> >> __________________________________________________________________________________________________
> >>> >>
> >>> >> Saudosismo e Inversão de Mérito
> >>> >>
> >>> >> Meus caros redistas, amigos e colegas
> >>> >>
> >>> >> A mensagem da Professora Lisbeth sobre a ciência e cultura
> >>> >> digitalizada me fez lembrar com saudade de minha história na academia:
> >>> >> encontrei meu primeiro artigo “científico”, baseado na minha
> >>> >> dissertação de mestrado.
> >>> >>
> >>> >>
> >>> >>
> >>> >> http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=003069&pasta=ano%20197&pesq=Carlos%20Alberto%20de%20Bragan%C3%A7a%20Pereira
> >>> >>
> >>> >> 15 de dezembro de 1970 é a data da publicação, consequentemente muitos
> >>> >> de vocês ainda não haviam nascido.  Minha primeira colaboração
> >>> >> apareceu em 1975: Mutation Research v 28, pp 449-454.  Foi submetido
> >>> >> este artigo em 22/10/54.  Neste artigo eu usei uma verossimilhança
> >>> >> parcial cuja teoria foi publicada por DR Cox em 1975.  Entendi então
> >>> >> que ser útil a sociedade científica era gratificante.
> >>> >>
> >>> >> Mesmo tendo viajado para meu programa de doutorado TEÓRICO em 1977
> >>> >> (concluído em 1980), minha visão sempre foi o de um estatístico que
> >>> >> tenta apresentar boas soluções e analisa dados de forma científica. O
> >>> >> fato de eu ter descoberto o caminho naquela primeira publicação
> >>> >> internacional me permitiu ter uma série de artigos na área de
> >>> >> citogenética.  Continuei dando suporte aos doutorados de muitos alunos
> >>> >> dos programas de biologia e medicina, claro, colaborando também com
> >>> >> cientistas dessas áreas.  Até hoje coordeno a coleta e as análises dos
> >>> >> dados de acadêmicos de várias das áreas médicas e biológicas.
> >>> >>
> >>> >> Esse breve histórico do meu caminho como estatístico é para entenderem
> >>> >> a minha indignação com acontecimentos recentes ligados à minha
> >>> >> carreira como estatístico.
> >>> >>
> >>> >> Como pesquisador (bolsista de produtividade desde 1981) do CNPq fui
> >>> >> galgando níveis na hierarquia do CNPq até parar no nível 1B.  Fiquei
> >>> >> ali talvez com a ideia de que algum dia meus pares me considerassem
> >>> >> para o nível 1A, o que nunca ocorreu. Esse ano, no entanto, me
> >>> >> enviaram para o nível 1C.  Minha convicção, quando me comparei com
> >>> >> meus pares, é a de que minha autoavaliação está correta. Eu não devia
> >>> >> ter sido rebaixado!  Para meu argumento ser entendido por todos tive
> >>> >> de construir a tabela comparativa que apresento na sequência. O
> >>> >> argumento do rebaixamento foi o de que eu produzia em estatística
> >>> >> aplicada ou publicava em revistas de outras áreas.  Publiquei como
> >>> >> coautor 32 artigos científicos, com 14 deles na área da estatística,
> >>> >> nesses últimos 4 anos.  Além de um livro em colaboração com meu irmão
> >>> >> (na Springer) publiquei 3 capítulos de livros todos na área de
> >>> >> estatística.
> >>> >>
> >>> >> Na tabela comparativa coloquei apenas todos os pesquisadores de nível
> >>> >> 1-A e evidentemente nossa representante da estatística.  Olhando a
> >>> >> produtividade de nossos dois representantes, constatei que tiveram
> >>> >> apenas 5 artigos publicados nos últimos 5 anos.  Desses 10, oito foram
> >>> >> em revistas de outra área e apenas dois em probabilidade.  Recomendo
> >>> >> então que as pessoas, antes de avaliarem outros pesquisadores, devem
> >>> >> sempre fazer uma autoavaliação. Tenho certeza que meus representantes
> >>> >> do nosso CA deveriam ter impedido o meu rebaixamento.
> >>> >>
> >>> >> Finalizo então este meu texto com uma tabela comparativa de índices de
> >>> >> produtividade. Considerei apenas os colegas de nível 1-A juntamente
> >>> >> com nossa representante da estatística com nível 1B.  Coloquei o
> >>> >> número da ordem alfabética dos nomes desses colegas.  Usei apenas os
> >>> >> índices do GOOGLE SCHOLAR (dos que permitiram ao GOOGLE publicar), WEB
> >>> >> OF SCIENCE (ISI) e SCOPUS.  Usei obviamente tanto o Lattes quanto o
> >>> >> GOOGLE de cada um.
> >>> >>
> >>> >> A tabela está em anexo, logo após o texto
> >>> >> 1 de julho é a moda, a média e a moda do ano: Sou assim (aos 72) um
> >>> >> estatístico nato.
> >>> >>
> >>> >>
> >>> >>
> >>> >>
> >>> >>
> >>> >>
> >>> >>
> >>> >> --
> >>> >> Carlos Alberto de Bragança Pereira
> >>> >> http://www.ime.usp.br/~cpereira
> >>> >> http://scholar.google.com.br/citations?user=PXX2AygAAAAJ&hl=pt-BR
> >>> >> Stat Department - Professor & Head
> >>> >> University of São Paulo
> >>> >>
> >>> >> _______________________________________________
> >>> >> abe mailing list
> >>> >> abe em lists.ime.usp.br
> >>> >> https://lists.ime.usp.br/listinfo/abe
> >>> >
> >>> >
> >>> >
> >>> > --
> >>> > Francisco Cribari - http://www.cribari.com.br - "All theory, my friend,
> >>> > is
> >>> > gray, but green is life's glad golden tree." --Goethe (Faust)
> >>> >
> >>> > _______________________________________________
> >>> > abe mailing list
> >>> > abe em lists.ime.usp.br
> >>> > https://lists.ime.usp.br/listinfo/abe
> >>> >
> >>> _______________________________________________
> >>> abe mailing list
> >>> abe em lists.ime.usp.br
> >>> https://lists.ime.usp.br/listinfo/abe
> >>
> >>
> >>
> >>
> >> --
> >> Francisco Cribari-Neto, email: cribari em de.ufpe.br - "All theory, my
> >> friend, is gray, but green is life's glad golden tree." --Goethe (Faust)
> >>
> >> _______________________________________________
> >> abe mailing list
> >> abe em lists.ime.usp.br
> >> https://lists.ime.usp.br/listinfo/abe
> >>
> >
> _______________________________________________
> abe mailing list
> abe em lists.ime.usp.br
> https://lists.ime.usp.br/listinfo/abe
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