[ABE-L] Uma provocação ac?=Re: Uma provocação ac?=Re: Uma provocação ac?=Re: Uma provocação ac?==?ISO-8859-1?Q?adêmica

Alexandre Galvão Patriota patriota.alexandre em gmail.com
Sex Out 24 00:21:07 -03 2014


Caro Adilson,

na minha visão, depende do *conhecimento* da população, dos objetivos, dos
critérios e princípios adotados. Segundo uma linha parecida com a Julio: e
se *constatarmos* que todas as pessoas entrevistadas são católicas
ortodoxas? E se forem católicas ortodoxas e não *constatarmos*? E se não
tiver nenhuma católica ortodoxa? A religiosidade tem influências nestas
questões sobre o aborto? Você colocaria isso no modelo?

Fazendo suposições sempre é possível obter estimativas e previsões para
quaisquer quantidades de interesse, mesmo partindo de uma amostra
"enviesada", aliás mesmo partido de nenhuma amostra. As previsões serão tão
*coerentes* quanto as suposições embutidas, e pode-se fazer isso dentro de
qualquer paradigma: frequentista, verossimilhancista, Bayesiano,
não-probabilístico, etc.

Até amanhã às 8:00.

Abs,
Alexandre.



2014-10-23 22:35 GMT-02:00 <asimonis em ime.usp.br>:

>
> Cara Mel, gentileza pura seu e-mail.
>
> Até agora, e no meio de grosserias que estão ocorrendo em algumas redes
> sociais, um alento essa nossa troca de ideias.
>
> Também aprendo muito.
>
> Vou fazer uma provocação bem-intencionada:  sintam-se a vontade para me
> rotularem de teórico/acadêmico que desconhece a realidade dos dados reais e
> que também ignora a expressão "na prática".
>
> Digamos que quero estimar o percentual populacional de pessoas que
> defendem uma determinada posição sobre o aborto. Posição essa que pode ser
> resumida como favorável ou contrária. Escolho segundo uma amostra casual
> simples 1000 indivíduos e verifico suas opiniões. P_1 a favor digamos.
>
> Alguém muito sério percebe que havia 700 homens e 300 mulheres na amostra.
> Propõe escolher, segundo uma a.c.s. mais 400 mulheres, e encontra P_2.
> (Dentre os 1400).
>
> A questão que pergunto ao caros amigos é: qual estimador P_i você
> prefere? (i =1,2).
>
> PS: permutabilidade, verossimilhança flat, erro ou tamanho da amostra, etc
> e etc são bem-vindos na resposta.
>
> Abs
>
>
>
>
>
> Citando Mel Oliveira <oliveira.mel em gmail.com>:
>
>  Boa tarde!
>>
>> Me desculpem a intromissão em conversa de professores tão ilustres e que
>> estão me fazendo aprender muito com tudo isso!! Que riqueza! Obrigada!
>>
>> Acredito que isto é estatística. As probabilidades só existem pq não
>> podemos controlar todas as variáveis. Se pudéssemos, acredito que talvez a
>> matemática sozinha bastaria. Pois, uma vez que sei que é o Prof. Carlinhos
>> que tirará o papel da urna, colocarei meu papel em primeiro e a etiqueta
>> com a probabilidade de ser sorteada, muda. Se for o Prof. Adilson, então
>> coloco no meio e digo que já embaralhei a urna e minha etiqueta também
>> mudará.
>>
>> Assim como, quando lança-se um dado, todos os lados começam com a mesma
>> etiqueta, porém, ao lançá-lo, a face que ficará para cima no final,
>> depende
>> da força com que o dado foi lançado, da face inicialmente para cima, do
>> lado estar alinhado, da direção do vento,...., da superfície em que ele
>> cai,.... e assim, a etiqueta de cada face também muda.
>>
>> Numa disciplina ministrada pelo Prof. Julio Stern, me lembro dele dizer
>>  (prof. me corrija se estiver equivocada em algo) que um dos motivos de se
>> aleatorizar, embaralhar, era para que o seu padrão não fosse descoberto.
>> Pq
>> caso seja, as probabilidades serão diferentes na cabeça da pessoa que a
>> descobriu, mas continuarão as mesmas para os que não. então, coitado do
>> cara que cola as etiquetas! O que fazer agora? Rs.
>>
>> Abraços,
>> Mel.
>>
>>
>>
>> Em 23 de outubro de 2014 11:01, Dani Gamerman <dani em im.ufrj.br> escreveu:
>>
>>  Na sessão de encerramento do ultimo sinape aconteceu algo similar.
>>> 2 membros de um mesmo casal foram sorteados de forma sucessiva
>>> para receber livros da Springer. Se isso acontece até em um evento
>>> de Estatística, o que esperar do tradicional clube Pinheiros.
>>>
>>> Abs pseudo-aleatorios
>>> Dani
>>> statpop.blogspot.com
>>>
>>> > Sem querer me meter, mas já me metendo, eu conheci um casal de
>>> > amigos que ganhou uma viagem num sorteio graças ao não-
>>> > embaralhamento da urna. Explico: esse sorteio ocorreu num jantar
>>> > festivo no clube Pinheiros e um outro casal, que ia acompanhar esses
>>> > meus amigos, teve problemas de última hora e não pôde comparecer.
>>> > Em conseqüência disso, meus amigos chegaram atrasados ao jantar e
>>> > foram literalmente os últimos a colocar os cupons (na verdade,
>>> >  canhotos do ingresso) na urna. Mais tarde, na hora do sorteio, a
>>> > mocinha encarregada de fazê-lo simplesmente abriu a urna e pegou
>>> > "aleatoriamente" um dos cupons que estavam por cima, premiando esses
>>> > meus amigos.
>>> >
>>> > Ou seja: a menos que a urna seja transparente, nós não temos como
>>> > saber se a distribuição das bolinhas dentro da urna está
>>> > "homogênea" (o que quer que "homogênea" possa significar) ou se as
>>> > bolas pretas (cupons dos outros presentes ao sorteio) estão todas
>>> > no fundo da urna e as bolas brancas (cupons desse casal de amigos)
>>> > todas por cima das pretas. Daí a necessidade do embaralhamento,
>>> > caso contrário, até podemos trabalhar com probabilidades
>>> > condicionadas ao nosso (des)conhecimento da composição da urna,
>>> >  mas essas probabilidades não necessariamente poderão ser
>>> > consideradas uniformes (1/n para todas as bolinhas).
>>> >
>>> > É claro que, quando as urnas são estados / cidades / distritos
>>> > etc. e as bolas são eleitores, a mecânica é diferente e a
>>> > analogia não é imediata. Ainda mais quando falamos em 140 milhões
>>> > (por favor me corrijam se esse número estiver errado) de bolinhas
>>> > cada uma de uma cor diferente em vez de simplesmente n "brancas" e N-
>>> > n "pretas". Mas mesmo assim acho que essa ressalva sobre a
>>> > "homogeneidade" ou não da composição da urna permanece válida.
>>> >
>>> > Marcelo
>>> >
>>> > Em 23/10/2014 00:58, Neale El-Dash escreveu:
>>> > > Sempre gostei muito desses exemplos do Carlinhos envolvendo bolinhas
>>> > > na urna. Acho que o exemplo desse tipo, dado pelo proprio Carlinhos
>>> > > (e' claro), que mais me marcou e' quando ele pergunta se e'
>>> necessario
>>> > > embaralhar a urna para que todas as bolinhas tenham a mesma
>>> > > probabilidade de serem selecionadas. Pelo menos eu lembro da pergunta
>>> > > dessa forma, Carlinhos me corrija se for o caso.
>>> >
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